Que mudanças a pandemia pode trazer?
Se de um lado a Covid-19 chegou diminuindo o fluxo de pessoas nas ruas, por outro lado ela chegou arrebatando tudo quando o assunto é tecnologia e consumo. O que víamos antes como uma previsão para o futuro se tornou o agora.
Sem possibilidade de escapatórias ou desculpas, marcas, pessoas e organizações foram quase que forçadas a compartilhar da mudança. Nem tudo o que estamos vivendo agora está absolutamente claro, mas muitas transformações já estavam previstas.
Pensando nisso e analisando os acontecimentos recentes, fiz um compilado de alguns tópicos destas possíveis mudanças:
Menos ter, mais viver
A posse de um imóvel ou de um carro, por exemplo, já não faz mais parte dos ideais de muitas pessoas. A economia do compartilhamento já estava em sentido crescente nos últimos anos e agora pode ter um crescimento considerável.
O veículos estão sendo substituídos por transportes alternativos, aplicativos de transporte e até mesmo por sistemas de compartilhamento de carros, como os que já existem em países da Europa. Para se ter um ideia de como isso é real, uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo, a Volkswagen, acaba de lançar no Brasil, nas últimas semanas, uma bicicleta e um patinete elétricos. Quem diria, não é mesmo?
O sistema de construção também deve ficar atento às mudanças de consumo. O Airbnb, por exemplo, já tem conquistado uma boa parte dos clientes que antes utilizaria hotéis. Além disso, o número de novos consumidores que desejam ter um imóvel próprio está cada vez menor. Tudo isso pela busca da independência geográfica e financeira. Com o recesso econômico, as pessoas tenderão a ficar ainda mais inseguras para realizar dívidas mais longas.
Atendimento e consumo no varejo
Sistemas de autoatendimento, entrega de produtos em casa ou no trabalho, restaurantes fantasmas e varejo omnichannel pareciam coisas do futuro? Neste momento, são essenciais.
Muitos negócios já estão mudando sua forma de atendimento e irão perceber que existem muitas outras oportunidades além do serviços que realizavam tradicionalmente. Alguns mercados do Brasil, por exemplo, perceberam que não precisam ter um açougue e podem muito bem oferecer o produto embalado na prateleira à escolha do consumidor.
Consumo consciente
A pandemia, com certeza, está nos fazendo rever os valores quando o assunto é a quantidade de produtos e serviços que consumimos. Pudemos perceber nas últimas semanas que o que parecia tão essencial antes, como uma grande quantidade de roupas e calçados, talvez não importem tanto. O consumo pensado na medida da necessidade gera um novo olhar para o que se compra.
Valorização da produção local
O entendimento de que o consumo de um produto não pode ficar a mercê da distância, da burocracia e da logística de entrega poderão fortalecer o consumo e a produção local, onde o acesso é facilitado e a entrega é garantida.
Teletrabalho
Muitos gestores que antes viam o teletrabalho como algo improdutivo e sem possibilidades de acontecer tiveram que aderir ao sistema para continuar na ativa. O ponto positivo da mudança é a percepção de que, sim, mesmo distante, uma equipe é capaz de realizar projetos com a mesma qualidade. Além disso, o entendimento de que não é necessário ter escritórios físicos impulsiona novas possibilidades de negócios.
Do ponto de vista do colaborador, a qualidade de vida ganha novos patamares, já que este não precisa se deslocar com tanta frequência e ganha mais tempo para a prática de outras atividades que colaboram com seu bem-estar e realização pessoal.
Marcas são mais do que marcas
O momento e o consumidor estão exigindo uma posição clara das marcas. Podemos ver isso em diversas campanhas que estão no ar hoje, nas quais as marcas estão deixando a venda de produtos de lado para fazer doações ou apoiar alguma causa social.
A mensagem é clara: toda marca tem um papel social. E as empresas que estão entendendo isso, com certeza, serão lembradas após a pandemia por sua reputação e importância para a comunidade. Já as marcas que resolveram remar para o outro lado, provavelmente, sentirão os efeitos no futuro.
Que outras mudanças você acha que a pandemia poderá trazer?