Quedas no PIB das economias centrais do 2º trimestre, consolidam o período com o pior momento derivada da pandemia da COVID-19
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Ainda que, em grande parte, os resultados expressivamente negativos do PIB para o 2º trimestre de diversos países fossem esperados, é natural que a divulgação (ocorrida hoje para os países da zona do euro e a ocorrer - às 09:30 (horário de Brasília) – nos EUA) dê algum choque de realidade nos mercados. Aliado a isso há o fato de que a pandemia da COVID-19 continua em plena disseminação ao redor do mundo, com a segunda onda já fazendo parte da realidade de diversos Estados norte-americanos, e voltando a preocupar na Espanha (a nação europeia mais atingida pelo novo coronavírus).
Em relação ao PIB, a principal economia da zona do euro (a Alemanha) recuou 10,1% no segundo trimestre (vindo de uma queda de 2,0% no primeiro) contra -9,0% esperados pelo mercado. O recuo interanual foi de 11,7% ante -11,5% esperados. Os resultados na Bélgica foram ainda piores. No trimestre a economia local recuou 12,2%, vindo de um recuo mais forte que o da economia alemã no período imediatamente anterior (-3,6% contra -2,2%); implicando em uma forte queda também na comparação anual: 14,5%.
Para a maior economia do mundo, a expectativa é de um quadro ainda mais severo. O consenso de mercado é de um recuo trimestral acima de 30,0%, com o range de projeções indo de -40,0% a -25,0%. O recuo tende a ser puxado, em grande parte, pela queda do consumo, como já antecipado, por exemplo, pelos números historicamente baixos do mercado de trabalho e vendas no comércio varejista do período. Além dos dados do PIB, será divulgada (no mesmo horário) mais uma rodada de solicitações de seguro desemprego (referente à semana encerrada no dia 25/07). Após várias quedas seguidas, após ter atingido o recorde mensal de 6,867 milhões de solicitações na semana encerrada no dia 27/03, as solicitações têm permanecido na casa das 1,4 milhões semanais a partir do início de junho. O acumulado de todo o período da crise, já soma 52,7 milhões de solicitações.
No Brasil, os resultados das contas nacionais trimestrais tem um delay de divulgação mais extenso em comparação aos países centrais. O PIB do 2º trimestre será divulgado apenas no dia 01/09. No entanto, os indicadores antecedentes já antecipam uma queda entre 10,0% e 15,0%. Ainda na agenda econômica, foi divulgado há pouco o IGP-M do mês de julho. A chamada “inflação dos aluguéis” registrou a maior variação mensal desde 2003: 2,23%. Com isso, o índice acumula alta de 9,27% nos últimos 12 meses. A alta expressiva nos insumos de produção (minério de ferro: 5,83% para 8,98%; soja: 1,43% para 8,89%; bovinos: 3,26% para 8,94%) levaram o índice de preços ao produtor (IPA), que tem peso de 60% nos IGPs, de 2,25% em junho para 3,00% em julho. O IPC (com peso de 30%) foi impactado pelo aumento de 4,45% no preço da gasolina no período. E para finalizar a agenda de indicadores do dia, às 10:30 o governo divulga seu resultado do mês de junho (expectativa de avanço no déficit primário de R$ 126,6 bilhões para R$ 160,0 bilhões).
Na agenda político-institucional, o grande destaque foi a aprovação do requerimento de urgência para a tramitação da Nova Lei do Gás. Com isso, a matéria pode ser apreciada e votada na Câmara dos Deputados entre a sessão deliberativa de hoje e as da próxima semana. As mudanças serão de grande importância para aumentar a competitividade do setor, com consequente queda nos preços para o consumo das empresas e famílias.