Quem é você?
Há algumas semanas, batendo um papo com alguns alunos e também observando o que eles diziam, me coloquei no lugar deles e isso me fez lembrar que outro dia também já tive os mesmos sonhos e expectativas de uma vida que está apenas começando.
Aqueles jovens ali na sala de aula, estão a todo o momento buscando entender muito mais que conteúdos técnicos ou coisas da vida acadêmica. Eles estão ali para entender o que há de mais fascinante e misterioso: entender a si mesmos. É como se eles estivessem o tempo todo querendo entender "quem são eles", do ponto de vista pessoal e profissional... E toda essa conversa e observação me levou a uma reflexão.
Acredito que todas as pessoas se fazem essa pergunta algumas vezes na vida: quem sou eu? E é interessante como a resposta varia de acordo com a fase em que estamos.
Aos 20 anos o “quem sou eu” traz consigo uma carga de sonhos, de expectativas, significando na verdade muito mais “o que eu quero ser”. Juventude, sonhos, descobertas, decisões intempestivas ajudarão a moldar e a definir naquele momento quem você se tornará.
A nossa cabeça ainda jovem nos faz sonhar demais, acreditar demais, enveredar por caminhos que são muito mais tortuosos do que sequer imaginamos. Os pés ainda não estão no chão, não existe um terreno sólido o suficiente para saber exatamente quanto de impulso você tem condições de dar para saber o quão alto você pode ir.
Mas é justamente essa falta de parâmetros ainda bem conhecidos que te faz ganhar força e experiência para os caminhos reais da vida.
Aos trinta anos, ao repetir essa pergunta você se dá conta de que aquela pessoa que você imaginava se tornar não é exatamente quem você se tornou. Daí você percebe que a vida não é uma ciência exata onde metas são colocadas e cumpridas sequencialmente e executadas fielmente.
O “quem sou eu” agora ganha ares de “quem de fato eu posso ser”, considerando expectativas muito mais plausíveis, convicções e conceitos já enraizados, preconceitos bobos deixados para trás e, principalmente, a certeza de está pisando em um solo firme que te dará confiança para uma caminhada segura e consistente.
Ao quarenta anos ou mais "o quem sou eu" parece ter muito mais sentido, seu eu é como a água que deixou de estar no estado líquido e foi pouco a pouco se moldando e transformando em gelo.
Gelo que agora finalmente conhece a sua forma e, sobretudo, suas limitações.
Transformar-se agora já não é tão fácil quanto antes. O gelo pode sim moldar-se de outras formas, mas num processo de sabedoria, o faz devagar voltando aos poucos ao estado líquido dentro do que é possível.
E por que falar disso aqui nesse ambiente? Porque conhecer a si mesmo extrapola os limites da vida pessoal, ela tem reflexos diretos também na sua vida profissional.
Conhecer a si mesmo possibilita compreender se aquele emprego ou função pode te fazer feliz; se seu ambiente de trabalho é adequado para suas aspirações; se a missão da empresa coincide com aquilo que você prega e acredita. Afinal de conta as coisas não estão dissociadas não é só o seu emprego é a sua vida e o que você quer para ela e quem você quer ser.
Muito obrigado por sua leitura! Um abraço,
Patrick
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Sobre o autor:
Patrick Pedreira é Professor Mestre em Ciência da Computação, doutorando na USP, coordenador de cursos de graduação e, acima de tudo, um amante da tecnologia e da docência.