Quem fracassa ao planejar, planeja o próprio fracasso
Nos dias de hoje, de intensa busca por uma velocidade cada vez maior em tomadas de decisão, implementação de novas rotinas, ações e melhorias, é muito comum se deparar com várias iniciativas que morrem no meio do caminho, sem a devida “acabativa”.
Por que isso acontece?
Falta de capacidade por quem está implementando?
Falta de engajamento das partes envolvidas?
Falta de boa vontade, pura e simples?
Topadas em barreiras ou dificuldades não previstas?
Falta de atenção a detalhes, que depois se revelam essenciais ao sucesso?
Ou um mix de tudo isso e mais um pouco?
Pensando um pouco a respeito, é muito comum chegar a uma conclusão simples: muitos desses problemas (ou praticamente todos) poderiam (e deveriam!) ter sido mapeados antes do início das ações.
Repetindo: antes do início das ações.
Numa fase chamada planejamento.
Já vi muitas empresas, pessoas e projetos naufragarem nas ações que implementaram por negligenciarem uma parte crucial de qualquer projeto: PLANEJAMENTO.
O Project Management Institute (PMI ®) é enfático ao dizer que essa fase é importantíssima no ciclo de vida dos projetos. E que o tempo gasto nesta fase não é “gasto” e, sim, investido.
Usando uma ilustração simples, o que é mais fácil? Apagar uma linha no papel ou derrubar uma parede? Contratar um seguro, ou arcar com possíveis prejuízos? Estudar um problema a fundo, ou se deparar posteriormente com possíveis dificuldades que, muitas vezes, inviabilizam o projeto?
Há um equívoco muito comum em associar um planejamento bem-feito com “perda de tempo”.
Até hoje, curiosamente, vi o que pareciam ser ótimos projetos fracassarem quando o planejamento foi negligenciado, e projetos com planejamento sólido (e boa execução, naturalmente) darem muito certo. Não foram coincidências.
Percebo um tremendo imediatismo nas empresas, atualmente. É natural que a pressão por resultados – em especial os de curto prazo – seja imensa, mas não planejar ou planejar de forma insuficiente antes de começar é como querer ganhar uma corrida sem estudar o percurso, os adversários, as condições climáticas etc. É possível? Claro que sim. Mas a menos que se tenha uma tremenda sorte, é praticamente certa a derrota.
Citando Harold Kerzner, um Ph.D em Projetos: “Quem fracassa ao planejar, planeja o próprio fracasso”.