Quer descobrir como transformar propósito em práticas de ESG?
Saiba como líderes podem se concentrar no que é mais importante para suas organizações.
Como estabelecer iniciativas estratégicas relacionadas às questões ambientais, sociais e de governança (ESG) a partir do propósito da organização representa um desafio crítico tanto para os conselhos quanto para as equipes executivas.
Este desafio ficou ainda mais evidente e relevante desde o início da pandemia, dentro de um contexto onde já havia grande pressão: a geração Z e os millenials têm atitudes muito diferentes em relação ao propósito dos baby boomers, são muito mais favoráveis a negócios sustentáveis e buscam trabalho com propósito. Os clientes também estão cada vez mais exigentes e fazem escolhas com base no propósito e na sustentabilidade.
Somado a isso, os acionistas estão na vanguarda do movimento pela adoção ESG. Este é um público que não está interessado em declarações vazias, mas em entender como o propósito está se transformando em desempenho do negócio. Ou seja, querem que as empresas sejam muito mais claras sobre como produzem resultados de negócios.
Em suma, cada vez mais as empresas precisam de modelos de negócios sustentáveis para se manterem competitivas, o que possibilita, também, obter maior eficiência de recursos, pois uma cadeia de suprimentos verde geralmente é enxuta, visto que remove o retrabalho e o desperdício. Finalmente, é possível atrair melhores talentos e aumentar a produtividade. Tudo isso pode se traduzir em vantagem no mercado de capitais.
Encontrando o propósito a partir do Golden Circle
Criada pelo especialista em liderança Simon Sinek, Golden Circle é uma metodologia que apoia pessoas e organizações a encontrarem seu propósito e gerarem impacto. Ela é composta por três perguntas que são muito relevantes quando o assunto é ESG.
A primeira é “por quê”. O propósito responde à pergunta de por que sua empresa existe. Qual é o seu impacto positivo no mundo? Isso é sustentado por uma atividade intencional, que muitas vezes assume a forma de fatores ambientais, sociais e de governança.
Já o “como” é o modelo operacional. É relativamente fácil chegar a uma declaração de propósito que fique estampada em seu site. O que é mais desafiador é torná-lo vivo na organização.
Por fim, o porquê precisa estar ligado ao “o quê”, que é a estratégia de negócios. De quais mercados e categorias de produtos você participa e de quais você fica de fora? Qual é o seu compromisso ousado com as pessoas e com o planeta?
Uma consultoria especializada também pode apoiar a organização nesse processo de construção do propósito, considerando este contexto em que os stakeholders estão cada vez mais atentos aos impactos que as organizações têm na sociedade e no planeta.
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A relação entre propósito, resultados de negócios e ESG
Antes de qualquer discussão, precisamos evidenciar que ações pontuais não produzem as mudanças necessárias. Por isso, conselhos e equipes executivas precisam garantir a conexão entre propósito e ESG. Isso quer dizer que seus compromissos ESG precisam cumprir as metas que seu propósito estabelece. A armadilha é que você pode declarar um propósito, mas não ter plano para cumpri-lo ou pode ter uma infinidade de programas ESG, mas nada os une ao propósito.
Pesquisas realizadas em Oxford e em Harvard por especialistas como George Serafeim demonstram que desde o início da pandemia empresas com melhores registros ESG superaram aquelas com baixos registros. Estes trabalhos também vinculam fortemente a atividade intencional com melhorias de produtividade e desempenho impulsionadas pelo engajamento dos funcionários. O que significa que o propósito não vem à custa da lucratividade, mas, em muitos casos, leva a um desempenho superior.
Desdobrando propósito em métricas
Muito embora ainda existam desafios importantes relacionados à ausência de padrões globais de informações ESG produzidas e divulgadas pelas empresas, a criação do International Sustainability Standards Board já representa um avanço, pois tem o objetivo de desenvolver tais padrões. Além disso, a União Europeia já implementou a Diretiva de Relatórios Não Financeiros, exigindo que as empresas relatem como gerenciam os desafios sociais e ambientais, e a Securities and Exchange Commission [SEC] começou a avaliar as medidas ESG nos Estados Unidos.
Em paralelo, um modelo que pode ajudar as empresas nessas decisões é o “5Ps”, que apresenta perguntas que auxiliam o desdobramento do propósito em métricas ESG:
Algumas empresas já adotaram totalmente o modelo 5Ps. Começaram com a estratégia de portfólio, desinvestindo em ativos de alto carbono e migrando para renováveis, incorporaram o propósito em suas pessoas e cultura, na forma como atraem e retêm talentos, eliminaram as emissões de metano de seus processos operacionais e aplicaram métricas que se ajustam ao seu propósito, como metas de gases de efeito estufa ligadas aos incentivos dos gestores, além de criar critérios de ESG para melhoraria as cadeias de suprimentos.
Com o desenho destas iniciativas estratégicas, o monitoramento do resultado dessas métricas e os seus impactos, as empresas já estarão promovendo o avanço esperado pelos acionistas e demais stakeholders.
Se a empresa não possuir as competências necessárias instaladas para vencer os desafios que surgirão durante essa jornada, o Instituto AB está preparado para se tornar um parceiro estratégico e apoiar no processo de desdobrar o propósito em práticas ESG.