Quer um emprego? Então pare de reclamar e reaja!
Muhammad Ali vs Sonny Liston - 25 de maio de 1965

Quer um emprego? Então pare de reclamar e reaja!

Recentemente publiquei um artigo no LinkedIn cujo objetivo foi instigar as pessoas que estão na busca por um emprego a olharem por outra perspectiva e reconhecerem que as dificuldades em suas buscas podem não ser culpa apenas do mercado de trabalho, mas também delas mesmas, por estarem adotando ações e estratégias erradas.

Esse artigo rendeu milhares de visualizações e comentários. Mas o que mais me chamou atenção foram os comentários de um bom número de pessoas que não aceitam de maneira alguma que suas ações e estratégias podem estar erradas, e se apoiam em diversas desculpas para justificar sua situação de desemprego e a falta de atitude delas mesmas em reverter essa situação.

Em quarto e último lugar no hall das desculpas foi a questão do “ninguém quer pagar o que eu valho!” As pessoas precisam entender que não são elas que definem quanto elas valem, e sim o mercado. Com o aumento do desemprego, profissionais como você existem aos milhares procurando uma nova oportunidade. E como tudo no mercado, reina a lei da oferta e da procura, e consequentemente o salário que você ganhava em 2012 não é mais o salário que vão te pagar em 2016. Ou você se adéqua ou morre.

Em terceiro lugar no hall das desculpas foi a injustiça cometida pelos processos de recrutamento e seleção promovidos pelas empresas, que não selecionam quem realmente merece. A questão é que não importa se eles são justos ou não do seu ponto de vista, os processos precisam unicamente atender às necessidades das empresas. Simples assim. Entenda que empresas não são instituições de ajuda humanitária ou de caridade. Essa é mais uma desculpa para “boi dormir”!

Em segundo lugar foi a questão das indicações, o famoso “QI”, que segundo os reclamantes, tira as vagas de quem realmente merece. Quem dá esse tipo de desculpa dá um tiro no próprio pé pois na maioria das vezes quem é indicado foi competente, foi reconhecido e cultivou bons e estratégicos relacionamentos nos ambientes de trabalho pelos quais passou. O que eu sempre pergunto para quem reclama das indicações é: “Por que não é você que está sendo indicado? ” Mas claro, há ainda as empresas que valorizam mais a afinidade pessoal ou familiar do que a competência propriamente dita. Para falar a verdade não vejo o menor problema com nisso. É a cultura da empresa. É um risco que ela quer assumir. Se essa atitude atende às necessidades dela, então ponto final. Ou você se contenta com isso ou pula fora! Não tem porque ficar reclamando.

E em primeiro lugar, claro, foi a falta de emprego e o maior número de candidatos do que de vagas. Eu entendo perfeitamente a situação do desemprego no país, mas por experiência própria posso dizer que pelo menos 50% dos que estão em busca de um emprego continuarão tendo dificuldades em arranjar um mesmo que o número de vagas seja maior que o número de candidatos. É a fatia de profissionais com baixa empregabilidade. E não digo baixa empregabilidade relativa à deficiência em formação, experiência e competências. É a baixa empregabilidade causada pela falta de preparação para concorrer no mercado de trabalho, seja por não estarem suficientemente visíveis para o mercado, por não saberem se vender como profissionais ou por não possuírem uma boa rede de relacionamentos que os indique ou recomende. Portanto, para quem realmente "corre atrás" e se prepara para concorrer no mercado, a concorrência real se torna muito menor e as chances se tornam muito maiores. 

Resumindo, independente da sua desculpa, outra pessoa será contratada em seu lugar. As oportunidades ainda existem pois, apesar da crise, o país não para. E ficar culpando o mundo e a todos não vai melhorar sua situação. Ou você aceita que pode melhorar sua preparação para essa batalha e tem iniciativa e atitude para fazer isso, ou fica dando desculpas enquanto o bonde passa. A decisão é somente sua.

*****

Gostou do artigo? Curta e deixe um comentário. Ou entre em contato: brunoangelo.artigos@gmail.com.

Eduardo Pereira

Consultor de Sistemas e Aplicativos Mobile - Análise e Desenvolvimento Whatsapp 16 99336 6214

7 a

Olá Bruno, gostei muito do seu artigo, gostaria de fazer algumas observações do meu ponto de vista: Sou analista de sistemas, tenho 48 anos, mais de 20 anos de experiência em programação e análise de sistemas. Sempre estudei e continuo estudando, já programei em 8 linguagens diferentes e 4 banco de dados diferentes, nos mais diversos tipos de segmentos. Estou desempregado a dois anos, e não tenho vergonha em dizer que estou desempregado pois o que percebi nesses dois anos, é que parece que você se torna uma pária por estar nessa situação. Digo isso pelos seguintes motivos: - As empresas de recrutamento, não todas, mas a maioria simplesmente não entendem o perfil da vaga que esta sendo solicitada, então em uma entrevista ou até mesmo a análise do currículo fica prejudicada. Exemplo: Em uma entrevista, fui questionado se eu era programador, eu disse que sim mas em qual linguagem específica da vaga? A entrevistadora não sabia, pois haviam solicitado um programador. - Uma vez recebi um e-mail de uma consultoria, que precisava de um analista programador em uma linguagem que eu domino. No corpo do e-mail dizia que era uma vaga para preenchimento urgente. Respondi 4 minutos depois, tempo suficiente para anexar meu currículo e fazer uma apresentação na resposta. No dia seguinte, mandei outro e-mail perguntando se havia recebido meu currículo e estava disponível para entrevista em qualquer horário, porque era uma vaga urgente. A resposta: Nós recebemos muitos currículos e quando você enviou o seu, o contratante não estava mais aceitando currículos. Um momento, a vaga não era urgente, eu não bati na porta solicitando, o e-mail foi enviado pois meu currículo havia sido visto em um site de empregos. Então porque solicitaram com "urgência", se o cliente não queria mais currículos? - Sim os salários se adequam ao mercado, mas e o valor do profissional aonde fica? Exemplo: Existem vagas de auxiliar de escritório, sem nenhuma exigência de qualificação pagando R$ 2.500,00 e vagas de analista de sistemas com 5 anos de experiência em ao menos 5 tecnologias diferentes pagando R$ 1.800.00. - Muitas vagas de emprego são anunciadas em sites pagos. Esses sites cobram em média R$80,00 mensais. Se você for manter o cadastro nos cinco maiores sites, você vai gastar R$ 400,00 mensais, quando você já não tem de onde tirar algum dinheiro, fica muito difícil. - Sim eu li seu artigo sobre economizar, quem não faz isso realmente vai passar dificuldades, eu estou passando inclusive, agora existem situações e situações, e quando a sua rescisão não é paga nem mesmo em juízo e nem mesmo o IRRF a empresa recolhe e você vai parar na malha fina (o meu caso, nem com decisão judicial a empresa pagou minha rescisão, nem seguro desemprego eu consegui receber), o buraco fica mais embaixo. - Na área de tecnologia depois dos 40 você é considerado velho, afinal existe uma juventude imensa que é da geração do computador, eu sou da geração da máquina de escrever, embora nunca deixei de estudar ou me aprimorar, agregando novas tecnologias a velhos conhecimentos. Mas as empresas não olham assim, e querem um profissional pronto com testes cansativos (já cheguei a ficar 8 horas fazendo um teste com várias questões) e exigências que quem trabalha a muito tempo, sabe quem nem tudo o que é solicitado é praticado. Suas colocações estão corretas, eu me exergo nelas e alguns pontos confesso mesmo que preciso me mexer e estou fazendo para melhorar. Só que vai ficando cada dia mais difícil quando as portas estão fechadas, as poucas portas abertas tem uma concorrência enorme e quando chega ao ponto que você não tem mais dinheiro nem mesmo para pagar a internet, pois precisou dele para comprar comida. p.s. Esta resposta esta sendo escrita utilizando a internet gratuita da praça que fica próximo aonde moro, sentado em um banco de cimento.

Alessandra Rodrigues

Administradora - Espanhol Avançado

7 a

Percebo dois cenários pra essa situação, um daquelas pessoas que realmente estão tendo dificuldades em se posicionar no mercado, pelo momento econômico que estamos vivendo, pela certa dificuldade em criar vínculos e receber uma indicação sem parecer uma pessoa interesseira (hoje em dia é difícil alguem indicar uma pessoa, com receio de se prejudicar profissionalmente), e principalmente, encontrar uma empresa que possuo uma cultura alinhada com os seus princípios como profissional, pois acredito que hoje em dia, essa desarmonia é o que mais vem causando desmotivação nos funcionários...mas essas pessoas não me preocupam, pois provavelmente quando o mercado começar a se aquecer e mostrar sinais de melhora, elas serão as primeiras a serem contratadas. O segundo cenário, seriam aquelas pessoas (acredito que são elas que seu texto aborda), que utilizam toda a sua energia para colocar defeitos e arrumar desculpas, ao invés de melhorar e inovar a si mesmo, pois é fácil apontar os outros, difícil é olhar para si e fazer uma análise critica interna. Pensamentos e atitudes negativas, geram situações negativas, interferem na sua postura e na interação social, essas pessoas sim, terão dificuldades no mercado de trabalho.

Mara Merlini Bagagiolo

Compradora Sênior | Especialista em Compras | Suprimentos | Arquiteta | Compliance Officer | Perita Judicial

7 a

Sou especializada na área de suprimentos para a construção civil. O mercado está parado sim, nesta área; há dois anos tento me recolocar e não consigo, tem pouquíssimas vagas, e tem muita diferença quando o mercado está aquecido ou não; quando estava no "boom" da construção civil, se colocasse o meu currículo nos sites de recrutamento, ou enviasse para as empresas, era chamada sempre para entrevista, cheguei a ir em três entrevistas em um dia para escolher o emprego que mais se encaixava com as minhas expectativas. Para não ficar totalmente parada, tento fazer cursos gratuitos da minha área pela internet, porque os presenciais são caríssimos, e não sei se vale a pena investir com toda essa crise. O tempo passa e as empresas não entendem o porquê de estarmos sem emprego por tanto tempo, como se quiséssemos isso. E, já até me conscientizei que os salários estão baixos, metade do que há três anos atrás e aceitaria sem problemas para voltar ao mercado. Sou cadastrada nos principais sites de recolocação, já fiz algumas sessões de coaching para focar ainda mais nisso, mas em vão. Além de tudo isso, tem o fator da idade, que por economia, sinto que as empresas tem preferido contratar um júnior do que um sênior. Tenho atuado como autônoma no ramo de vistorias técnicas, mas quero voltar a minha área de atuação, então o que poderia fazer mais para conseguir uma recolocação na minha área?

Nelson Biagio Junior

Senior SAP Program & Project Manager | SAP Implementation Expert | SAP AMS Services Manager | Agile Leader | Leadership Mentor | @mentor.tec | Pai do Matteo

7 a

perfeito, Bel Vazquez! Compartilhado

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos