Queremos retenção de talentos?
Tive boas reflexões ao ler os dados do estudo de Tendências e Práticas de RH em 2014 do Hay Group.
Reflexões interessantes e que reforçam convicções minhas anteriores. Uma delas é a questão da retenção.
Segundo o estudo, 51% das empresas enfrentaram problemas de retenção, ou seja, a maioria.
Apesar de ser um tema de grande impacto e importância segundo as próprias empresas, 89% delas não tem nenhum programa de retenção estruturado. Espantado? Eu também.
Das duas uma: ou a importância não é tão grande ou há muita gente que deveria ter suas metas revisadas.
Mesmo em pouca quantidade, o estudo indica que já existem algumas ações que vem sendo tomadas no sentido de aumentar a retenção dos funcionários. Os destaques são para comunicação da avaliação de desempenho, desenvolvimento de lideranças e programas de carreira. Como profissional que já atuou na área de RH, posso afirmar que são ações de impacto de médio para longo prazo.
Porém, quando o mesmo estudo avalia os motivos pelos quais os executivos estão trocando de emprego, não são neles onde as empresas estão investindo esforços!
Isto é claramente visto e reforçado quando são destacadas as prioridades do RH para o ano, entre elas o desenvolvimento das lideranças e ações ligadas ao clima organizacional. Porém – segundo o mesmo estudo – só 5 % dos profissionais deixam as empresas por questões ligadas ao clima organizacional e outros 14% deixam as empresas por questões relacionadas à liderança.
É claro que é preciso investir nas lideranças e no clima organizacional, todos sabemos que empresas com melhor clima tendem a ser mais lucrativas. Porém há uma questão de timing e exposição a risco que precisa ser observada e endereçada. Assim como em finanças existem instrumentos que protegem a empresa contra oscilações inesperadas (hedge), se retenção é de fato um item importante para as empresas, é preciso contar com instrumentos mais sofisticados e modernos do que os utilizados nos últimos 20 anos repetidamente. A perda de profissionais que queremos manter em nossas empresas pode muitas vezes ser um risco que foi mal calculado e não endereçado corretamente.
Até porque todos sabemos que para resolver diferentes problemas não basta fazer as mesmas coisas com maior intensidade, é preciso fazer coisas diferentes.
Para mim, a resposta pode estar na ampliação do escopo do gestor, que é o responsável pela gestão. Até porque retenção não é RH quem faz sozinho. Ou você ainda achava que era?
BOA SORTE!!
Gestão de Pessoas, Engenheiro e Solucionador de Problemas!
9 aPerfeita colocação
Responsible Sourcing | Negócios | Matérias-primas | Sustentabilidade | ESG | Nature-based Solutions
9 aMuito bom artigo!
Gerente de TI e Projetos SAP B1 Totvs Protheus
9 aMuito boa a reflexão. Há muito tempo a retenção de talentos deixou de ser exclusividade do RH ou da empresa. Embora possam existir programas institucionais para apoiar, os melhores resultados são obtidos pelos lideres. Liderança e desenvolvimento de equipes são os pilares da retenção e manutenção do quadro.
Founder at SppockAI - SpkLearn - Gethub
9 aEnquanto a alta gestão não entender a complexidade do problema, continuaremos em uma espiral. As áreas de RH precisam de uma bela oxigenada, talvez um trabalho de Canvas para redefinir seu papel e os serviços de valor adicionado que prestam as corporações. Ao meu ver é uma unidade de negócio dentro da empresa responsável por uma fatia bastante considerável da receita anual e que pode ser claramente medida. Os KPIs, em geral são tão velhos que precisam de uma completa reestruturação. A diversidade de ferramentas que se propõem a resolver o problema são responsáveis pelo seu aumento. Como dizia Peter Druker, o que não pode ser medido não pode ser gerenciado e neste ponto a reflexão sobre o trabalho das gerências ganha espaço e importância. Temos excelentes gestores de áreas técnicas e péssimos gestores de pessoas, cabe aqui ressaltar que gerir pessoas não diz respeito somento ao fator humano, motivacional, mas o real papel de liderança, criando e desenvolvendo competências, descobrindo e incentivando muliplicadores e realizando uma gestão de fato participativa.