Realidade Aumentada e Logística Reversa: Um Caso Real (e pessoal)
Você já deve ter visto eu falando de RA por aqui algumas vezes, certo? É porque eu sou apaixonado pela tecnologia e no quanto ela ajuda diversos mercados, principalmente em como ela ajuda o varejo.
Já trabalhei em projetos de Realidade Aumentada com diversas marcas de móveis e decoração, eletrodomésticos, e outros segmentos um pouco diferentes aplicando essa tecnologia como ferramenta de vendas em seus e-commerces. Porém acredito ser um movimento ainda muito tímido do setor varejista, seja por falta de conhecimento sobre o funcionamento e implementação da tecnologia, ou mesmo por não entender o valor gigantesco que pode trazer às lojas virtuais.
Alguns segmentos têm o fit perfeito com essa ferramenta de "testar o produto em casa", usando apenas a câmera do celular, mas ainda demonstram certa relutância em trazer seu e-commerce para a vanguarda tecnológica. Apesar de parecer um bicho de sete cabeças, a Realidade Aumentada aplicada em e-commerces como forma de demonstrar um produto é uma tecnologia bastante democrática tanto em investimento financeiro quanto do lado técnico de implementação, algo simples de trazer para a realidade de qualquer loja virtual, independentemente de sua plataforma de e-commerce (ou até mesmo se você não tiver uma).
Pois bem, um mercado que sempre vi com bons olhos para a aplicação desse tipo de tecnologia é o setor de brinquedos. Com a possibilidade de demonstrar desde bonecos de ação à brinquedos enormes que precisam ser montados, peça por peça, em sua versão final, a tecnologia pode não somente tornar a experiência de compra divertida –o que faz total sentido para esse segmento– como também poupar compradores apressados de frustrações no recebimento do item.
Passei as últimas semanas procurando algo maneiro para dar de presente ao meu filho, que completa 3 anos agora em junho. Como ele é fanático pelo Flash e uma das nossas muitas brincadeiras envolve o roleplay do Theo ser o Flash e eu o vilão (sobrou pra mim) Flash Reverso –ou como ele simplifica, Flash Amarelo– fui procurar por brinquedos destes personagens.
Após afunilar as opções e chegar nos que achei mais legais, parti para uma loja de confiança, comparei preços, vi todas as fotos e me decidi: compraria o Flash e Flash Reverso para o Theozinho criar suas histórias de herói e vilão, tal qual eu adorava fazer quando era criança.
Pelas fotos nas páginas de produto, como mostrarei ao longo do artigo, assumi que eram bonecos grandes como esses da Marvel ou DC que vemos tomar as prateleiras das grandes lojas de brinquedos em Shoppings, etc; aliás, isso parece ser um padrão da garotada de hoje em dia, bonecos de ação exageradamente grandes. Na minha época os Power Rangers que viravam a cabeça eram o ápice de "réplica" de um herói famoso, mas beleza, já estou divagando demais.
Olhando as combinações de fotos de uma página de produtos (Flash) e a outra (Flash Reverso), estava claro para mim, –até por serem brinquedos da mesma marca fabricante e o preço ser bem similar entre ambos– que o tamanho seria o mesmo também.
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Tamanha foi a minha surpresa ao receber os itens, e um ser gigante e o outro "mini". T_T
Depois da tragédia acontecida, voltei às páginas de produto para checar qual foi a minha falta de atenção, e, na ficha técnica/descrição do produto (bem escondida na página, aliás) constava que um boneco era de 30cm e na outra PDP o boneco de fato era de 10cm. Ok, erro meu. Falta de atenção e um pouco de empolgação por ter encontrado exatamente a combinação de presentes que eu queria (considerando que não são os personagens mais mainstream para se encontrar brinquedos deles)? Talvez.
Mas se hoje os esforços são tão grandes para entregar sites otimizados e experiências inesquecíveis ao usuário que trafega por uma loja virtual, espera-se principalmente das grandes marcas o mínimo de atrito possível na experiência de compra.
Tudo bem que se essa informação do tamanho do brinquedo estivesse melhor disposta na página ou mesmo constasse em alguma das imagens do carrossel de fotos já me evitaria a frustração. Mas, entre o “arroz com feijão” e a experiência de poder projetar o modelo do boneco em casa e ter uma noção mais realista de detalhes do produto, convenhamos que a segunda opção é muito melhor.
Indo mais longe, como estes bonecos são articulados, demonstrar todos os movimentos possíveis do brinquedo em RA com uma animação em loop do modelo 3D deixaria a experiência ainda mais mágica. Seria um golaço do lojista!
Mas infelizmente me deparei com uma página de produtos dessas que pararam no tempo, e dependi da confiança em fotos com fundo infinito sem noção de proporção do item. O resultado foi esse:
Eu poderia ter exercido o meu direito como consumidor e devolvido o item dentro dos 7 dias? Poderia. Mas como assumo boa parte do "vacilo", e criatividade é o que não falta nas brincadeiras com meu filhão, daremos um jeito de explicar o porquê do Flash Reverso ter recebido uma rajada de poderes encolhedores de algum outro herói e ficado deste tamanho. Ou o motivo do Flash ter ficado gigante? Não sei ainda.
No final das contas, foi uma experiência que me mostrou ainda mais como a Realidade Aumentada é imprescindível para o e-commerce de hoje (e não aquele que ficou parado no tempo). O céu é o limite para as estratégias de demonstração do produto e convencimento da compra, além de campanhas de social media interativas que podem ajudar no brand awareness da loja.
Será que no próximo aniversário do Theo verei a opção de RA como default dos grandes lojistas? Espero que sim!