A realidade que antecede o e-commerce de amanhã: o básico de hoje.

Muito tem se falado sobre as perspectivas positivas para o crescimento do e-commerce no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em detrimento ao segmento de varejo físico, o setor cresceu 12% em 2017, sendo que a previsão para este ano é de crescimento de 15%.

Números relativamente expressivos, quando comparados a diversos setores. Mas não é somente nesta fatia do mercado. De modo geral, a economia do Brasil como um todo apresenta sinais positivos para a retomada do crescimento – ainda que os índices de desemprego sejam altos.

Desde criança tenho guiado minha vida profissional com base na crença que ‘a crise traz grandes oportunidades’. E traz mesmo. Aliás, todas as crises me trouxeram excelentes oportunidades para crescer, aprender e me desenvolver, buscando ser sempre um profissional melhor.

Os dados são alarmantes. É notório o número de pessoas preocupadas com a falta de oportunidades no mercado de trabalho. Pessoas quase que desesperadas por um emprego.

Da mesma forma, me chama a atenção o paradoxo entre ‘buscar emprego’ e ‘buscar o autodesenvolvimento’. 

Ambas as ações deveriam caminhas de mãos dadas, mas para uma parcela significativa da população, já se separaram há tempos. E vou mais longe, para uma grande parcela das empresas, as quais estão em constante busca por melhorias, o divórcio já foi instituído.

Muito se fala em Inteligência Artificial, Robotização, Chatbots, entre outros termos mirabolantes proporcionados pelos avanços da tecnologia. Sem dúvida alguma, benefícios que devem gerar fortes impactos na gestão dos processos e, inclusive, favorecendo o crescimento do e-commerce.

A gente gosta de viver no futuro, mas para isso temos que ser bons no presente.

Sempre defendi esta máxima, em especial para segmentos como varejo, construção, logística e serviços, os quais demandam de mão-de-obra. Lamentavelmente, tenho visto poucos avanços destinados ao aperfeiçoamento destes profissionais – sejam por parte das empresas ou iniciativa própria.

De que adianta entrar na onda da transformação digital se o operador que ‘põe a mão na massa’, apresenta dificuldades para pressionar o botão F8 de determinado maquinário?

Dia desses ouvi do presidente de um mega-polo do fornecimento de material para a construção: ‘eu só quero que o produto esteja disponível na loja, para atender ao meu cliente’.

O mesmo executivo comentou que ‘às vezes nos preocupamos em pesquisar a concorrência, quando, na verdade, nossos maiores concorrentes somos nós mesmos com processos obsoletos, retrabalho, despesas desnecessárias entre outros’.

Será que isso acontece na sua empresa também?

Obviamente que a transformação digital, mesmo que gradativamente, deve ocupar espaço na pauta das empresas seja qual for o segmento, porém investir em pessoas para que elas possam e saibam lidar com toda esta tecnologia é algo que tem que anteceder qualquer investimento em tecnologia.

Parece óbvio. Soa como ‘chover no molhado’, mas ainda assim é significativo o número de empresas que lida com altos índices de desperdício, decorrentes do baixo nível de conhecimento básico.

E isso é válido também para este grande número de profissionais disponíveis no mercado de trabalho. Existe uma demanda latente por profissionais qualificados, e é para este grupo que surgirão oportunidades.

Costumo brincar que nos dias de hoje, o ser humano precisa da tríade ‘oxigênio’, ‘rede elétrica’ e ‘wi-fi’ para viver. Com acesso ao vasto número de cursos online gratuitos para aperfeiçoamento profissional, em um curto espaço de tempo, é possível estar apto a assumir uma nova responsabilidade. 

Reciclar conhecimentos e habilidades é essencial para qualquer pessoa ou negócio. As novas tecnologias só nos ajudarão, efetivamente, se soubermos como lidar com elas. E o mais impressionante é que, muitas vezes, o básico efetivamente aplicado já pode gerar impactos significativos na produtividade.

Antes de pensarmos muito no amanhã, que tal melhorar muito o que fazemos hoje?

Obrigado por sua leitura!

Gerson de Paula

Sobre mim:

Sou apaixonado por aprender e superar desafios. Quando olho para a minha história de vida e comprovo o quanto tive que me superar como pessoa e gestor, bate um orgulho forte. Me considero muito mais um gestor de pessoas do que qualquer outra denominação, porque foi com as pessoas e por meio delas que tudo o que aprendi pode ser aplicado e reaprendido.

Recentemente, conclui minha certificação como Professional & Self Coach. Uma chance ímpar na minha vida, que abrirá portas para que eu consiga transferir um pouco do que anos de estrada me ensinaram.