A receita certa
Bicho de sete cabeças - a origem dessa expressão está na mitologia grega, mais precisamente na história de Hidra de Lerna. A lenda diz que hidra era um monstro de sete cabeças que ao serem cortadas, renasciam. A expressão representa um problema invencível, grande dificuldade. Inclusão não parece ser assim, afinal, para ser inclusivo basta demonstrar simpatia pelas pessoas, cumprimenta-las, fazer com que se sintam bem a respeito delas mesmas, inclui-las em suas conversas, perguntar sua opinião, então ajudá-las a se sentir aceitas.
Muito simples na teoria. Algumas pessoas são facilmente ticadas na lista de inclusão, mas na prática há pessoas que simplesmente não vemos, e outras que escolhemos não ver, e alguns que não queremos ver, ou mesmo alguns que não existem para nós.
É fácil ser inclusivo se eu gosto de você; é fácil ser inclusivo se eu concordo com você, ou melhor, se você concorda comigo; é fácil ser inclusivo se tenho alguma afinidade com você; também é fácil ser inclusivo se eu precisar de algo seu ou se você precisar de algo meu que eu estou disposto a compartilhar.Todos queremos acreditar que somos inclusivos e apoiamos a ideia de nos tornarmos mais inclusivos.
As palavras "Diversidade" e "Inclusão" são freqüentemente usadas na mesma frase como se estivessem inseparavelmente ligadas, mas, de fato, a diversidade é a mistura e a inclusão é o esforço que é necessário para fazer a mistura funcionar. Você pode ter os ingredientes certos para assar um bolo, mas isso não garante que o bolo será comestível.
Recentemente assisti no cinema o magnífico documentário Humano – Uma viagem pela vida de Yan Arthus-Bertrand. O filme é longo, mas vale cada minuto. A fotografia é maravilhosa e a trilha sonora sensacional. 2.000 pessoas foram entrevistadas em 60 países e o resultado é um sequência tocante sobre a condição humana em todas as suas formas.
Um dos entrevistados contou que foi visitar o vô após o falecimento da vó e este contou que tinha ido ao mercado e pediu ajuda porque sua esposa havia se mudado para o céu e ele não sabia fazer compras sozinho. O neto então riu e disse:
- Você sempre me faz ver o copo meio cheio vovô.
E o vô respondeu: - É que o copo é muito bonito.
Viver é bom, temos uma visão limitada do mundo, o próprio umbigo é o que importa, nem percebo se alguém passa fome, deixo a comida estragando na geladeira ou como demais quando deveria ser moderada. Corro para dar conta da agenda, canso e não chego onde deveria porque não sei dizer que preciso de ajuda, nao sei ser outra coisa além da Mulher da Maravilha que me ensinaram a ser. Finalmente cheguei aquela altura da vida que posso olhar para meus pais e agradecer pela educação que recebi, se por um lado muito me foi ensinado certo, por outro aprendi como não deve ser feito, ou seja, todo esforço foi válido, sou o resultado daquele meio, dos costumes, da forma como lidavam com o mundo. Não adianta olhar para isso tudo e dizer que foi ruim, posso ter recebido algo ruim, mas decidi ficar ou não com o que recebi. Uma pessoa adulta e mentalmente saudável é responsável por suas escolhas sejam elas quais forem. Não é gente feliz que é grata, é gente grata que é feliz.
O que isso tem a ver com diversidade e inclusão?
Bom, somos seres únicos e cheios de histórias, cada um é um universo, ingrediente da mesma receita. Para viver melhor precisamos descobrir nosso próprio potencial, despertar o melhor dos outros e trabalhar juntos numa deliciosa mistura de sabores. Diversidade é um fato, inclusão, necessidade.
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Key User SAP ERP SD-FI-MM | Master Data clientes/materiais | LATAM | Melhoria contínua de processos | Transformação digital
7 aUm convite à reflexão, como tudo que você escreve, obrigado pelas sábias palavras e parabéns pelo texto!