A Reciclagem de papel no Brasil

O papel é um dos materiais mais reciclados no Brasil. Este fato é importante levando em consideração que o país é o quarto maior produtor de celulose e nono maior produtor de papel, estando, portanto, em posição de grande relevância no âmbito mundial. Mas ainda não atingimos o nível de reciclagem ideal, se comparado a outros países mais avançados. Aqui, nem todo papel é recuperado, já que boa parte é destinado à fabricação de produtos diferentes, como telha, e outra parte apresentam altos índices de contaminação, como os papeis sanitários, por exemplo.

A Reciclagem está sempre em estudo entre os pesquisadores e especialistas. Ela é a principal ferramenta que possuímos para diminuir a extração de recursos naturais do meio ambiente e controlar a propagação do lixo urbano. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2015), reciclagem é o emprego de um conjunto de técnicas necessárias para se alcançar a reutilização de materiais em desuso, transformando-os em bens reutilizáveis, proporcionando a sua reinserção na cadeia produtiva.

Os benefícios da reciclagem de papel no Brasil são incontestáveis. Existem inúmeras vantagens na esfera econômica, como por exemplo a redução de custos na produção, a reinserção do papel na cadeia produtiva e no ciclo de consumo, redução de gastos públicos com a limpeza de resíduos das ruas, e ainda a geração de empregos e renda.

No âmbito social e ambiental, além dos benefícios óbvios, como controle de lixo e poluição, existem outras contribuições indiretas, mas importantíssimas para o meio ambiente. A reciclagem aumenta a vida útil dos aterros sanitários e reduz muito o desmatamento. A questão do desmatamento é especialmente importante no Brasil, um país com extensas áreas cultivadas para a produção de celulose e papel.

Segundo a Bracelpa, Associação Brasileira de Celulose e Papel, a produção de celulose é feita 85% de plantações de eucalipto e os outros 15% são provenientes do pinus. Porém, devido ao clima, a celulose do pinus é insuficiente para atender a demanda nacional, por isso, são importadas cerca de 400 mil toneladas desse material, que representa um montante de 300 milhões de dólares.

Pesquisas apontam que a produção e consumo de papel nacional estão em crescimento, porém, a taxa de recuperação do material progrediu bem menos, mostrando que ainda temos dificuldade nesse setor. O problema é que nós, como nação, ainda não atingimos a maturidade cultural e ambiental para avançarmos plenamente, e por isso gastamos mais recursos, como agua e energia, economizamos menos financeiramente e prejudicamos mais o meio ambiente.

A posição favorável do Brasil para produção de celulose e papel traz consigo a necessidade da ampliação da reciclagem em todo o território nacional. Precisamos de políticas públicas nos âmbitos Federal, Estadual e Municipal, que promova o uso racional dos recursos naturais e a importância da reciclagem para o controle de resíduos sólidos. E que não só conscientize como dê viabilidade para as indústrias e administrações públicas adotarem e aperfeiçoarem seu processo de reciclagem e dessa forma preserve o meio ambiente e proteja a economia do país.