RECONHECER OS NOSSOS MEDOS
Uma amiga disse-lhe um dia que temos cada vez mais medos, alguns nem os sabemos designar, vivemos presos, e sim, temos medo do amor. Será que ainda não o experimentámos verdadeiramente? Teremos medo de nos perder? De deixarmos de ser nós? Não tenho respostas
Tantas as pessoas com essa dificuldade. É um processo, porque quanto mais o ego se sente em causa, mais o uso das frases em primeira pessoa ganham uma força íntima, mais a individualidade que, a princípio, não é mais do que uma gota de água, transforma-se depois num fio para, a seguir, ser um regato, e posteriormente um rio, acabando por transformar-se num mar de emoções negativas, e tantas vezes numa péssima relação entre o imaginário e o real.
Construímos, cheios de subterfúgios, uma imagem exterior - a que nos leva a pagar um preço muito alto pela ausência de uma vida interior. Querer fazer os outros acreditarem que somos quem não somos levava-nos a não sermos verdadeiros connosco. Sem nos apercebermos da grandeza que brota da nossa vida interior, acabávamos por não aceitar que somos dignos de todo o amor e do bem que o nosso coração anseia, impedindo-nos de o desfrutar e de amar.