Redução da Inadimplência? C Q D – Como Queria Demonstrar
No início do ano estimava-se queda da inadimplência para 2019 e isso não aconteceu.
Foi apontado crescimento econômico significativo para o Brasil, tendo em vista um momento político que parecia favorável e isso não aconteceu.
Outros apostaram na redução do desemprego a partir do início de 2019, acreditando em um crescimento sustentável e na aprovação certa da Nova Previdência e isso não aconteceu.
Não quero ser aqui o cavaleiro do apocalipse, mas para quem me acompanha sabe que apontei um momento econômico mais apertado e crescimento da inadimplência. Os meus números são baseados nas pessoas que nos procuram para sanar seus problemas financeiros e nas suas dificuldades em conseguir crédito.
As mudanças de regras na utilização de alguns produtos como Cartão de Crédito, Cheque Especial e Crédito Pessoal ao meu ver podem aumentar ainda mais a inadimplência, assim como a aprovação do Cadastro Positivo (que possui um viés político – Vide artigo anterior), pois todas essas medidas apenas reduzem risco de crédito para as instituições financeiras.
Alguns setores da economia comemoram a redução do crescimento de inadimplentes comparado ao do mês anterior, o que é falso, pois dezembro foi um mês que o trabalhador estava com dinheiro por conta do 13° salário e preferiu pagar parte das contas em atraso. Podemos ver isso com a queda de consumo e da redução do valor das compras realizadas no final do ano. Como janeiro e fevereiro são meses onde existem uma concentração de contas (IPVA, IPTU, escola, etc), também não vimos crescimento no consumo.
Observe que o gráfico acima (Fonte: CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo | Divisão Econômica 03/04/2019) não reflete todas as dívidas com outros boletos (água, luz, telefone, escola, etc), o que confirma que o número de inadimplentes é ainda maior.
Se o consumo não cresce e não se gera mais empregos, como a população vai pagar as suas dívidas?
Sabendo que os bancos já possuem todas as informações de mercado e de seus clientes (tendo ao seu lado o Cadastro Negativo), como irão ofertar crédito mais acessível se todas as medidas que estão tomando restringem o crédito “barato” apenas aos correntistas que possuem reciprocidade e com histórico de não tomador de crédito.
Os “Inadimplentes Funcionais” (aqueles que estão em vias de ficar com as contas em atraso e não fazem ideia disso, por não efetuarem controle financeiro), estão crescendo em números alarmantes.
Outro ponto importante que destaco são as garantidas solicitadas como contrapartida e as taxas ofertadas nas renegociações de dívidas, que são extremamente altas e inviabilizam a recuperação financeira de todos que estão endividados, o que indica, infelizmente, aumento na inadimplência. CQD.