Redução de impactos: O S do ESG e as iniciativas na pandemia
Desde antes do início da pandemia, investidores institucionais e demais organizações seguiam atentos para a relevância da prática e aplicação em suas operações de ações de ESG (sigla em inglês para environmental, social and governance), com práticas voltadas ao meio ambiente, responsabilidade social e de governança. Esses temas vêm ganhando uma crescente importância nos últimos anos, desde a análise do propósito das empresas passando pela sua responsabilidade, e de nós, líderes, no contexto social e econômico que nos cerca.
Com a pandemia, ficou ainda mais evidente a necessidade de diminuir os abismos sociais que o Brasil vivencia diariamente, agora muito mais complexos, devido às necessárias medidas restritivas para tentar minimizar os impactos da pandemia.
O que vimos foi uma rápida atuação de empresas com a realização de doações e a ampliação de iniciativas já realizadas antes da pandemia. Segundo o Monitor de Doações Covid-19, mantido pela Associação Brasileira de Captação de Recursos – ABCR, até o último dia 9 de outubro o auxílio para combater o novo coronavírus havia ultrapassado R$ 6,4 bilhões. Entre as principais causas beneficiadas estão as relacionadas à saúde (74%), assistência social (19%) e educação (4%), e o estado que mais vem recebendo doações é o de São Paulo.
A pandemia logo demonstrou ser o principal catalisador para a implementação de práticas ESG pelas organizações. Mostrando o quanto estão diretamente conectadas com a sociedade e como os riscos nessas três frentes (ambiental, social e de governança) podem se propagar muito rapidamente em todo o sistema econômico.
Longe dos grandes centros – que também enfrentam dificuldades no combate ao novo coronavírus e suas consequências no curto, médio e longo prazo – os desafios aumentam. Se antes da pandemia, o acesso à saúde e educação já era restrito, com as novas regras de distanciamento social a situação se agravou.
Na nossa sede, em Caucaia, no Ceará, buscamos diminuir essas dificuldades por meio de iniciativas com foco em educação, fomento ao esporte e à capacitação profissional. Em uma das nossas iniciativas, a Ventos do Saber, realizamos em agosto cinco seminários virtuais gratuitos para educadores que abordaram temas como a leitura literária no contexto escolar, práticas de leitura em contexto remoto, biblioteca escolar e o direito à leitura.
A iniciativa, realizada desde 2019, contempla a montagem de bibliotecas equipadas em escolas públicas da cidade, beneficiando cerca de quatro mil estudantes do ensino fundamental, e tem o objetivo de democratizar o acesso ao livro, estimular as práticas de leitura, além de melhorar a proficiência em leitura e fortalecer as habilidades de escrita e de argumentação.
Esse é um pequeno exemplo de como ações de responsabilidade social podem contribuir para melhorar, não somente os índices de leitura em um país onde a média anual de livros lidos por habitante não chega a cinco por ano, segundo pesquisa da Câmara Brasileira do Livro, mas também estimular outras iniciativas voltadas para a redução do impacto da crise que afeta quase todos os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), estipulados pela ONU.
A recuperação da crise gerada pela pandemia irá demorar, e além de atingir diretamente a saúde da população e a disponibilidade dos serviços, impactará também no aumento da desigualdade social e na escassez de recursos investidos em aspectos socioambientais. Por outro lado, é muito bom ver que, neste momento, vislumbramos um ambiente empresarial mais colaborativo, consciente e com propósitos de geração de valor para todos os envolvidos.
Formado em psicologia organizacional
4 aDoutor, a Responsabilidade Social, a qual a Aeris está comprometida é uma simples, porém importante forma de amor ao próximo. Parabéns a toda família Aeris.
Founder & CEO of Qulture.Rocks
4 aDanielle Raschkovsky