Reflexão - João e a cadeira.
O ano era 1999, quando João, um menino pacato do interior de São Paulo teve o seu primeiro registro profissional. Sua Função Seria como Roupeiro do time de futebol da sua cidade (função essa que é a mais humilde/modesta daComissão Técnica de um time de futebol), porém João não se importava com isso, estava realizando um sonho, trabalhar em um time de futebol, melhor que isso, trabalhar no seu time de Coração.
Pois bem, o menino João foi crescendo, clubes novos surgindo, oportunidades incríveis de seguir a vida no futebol, sempre exercendo com primor aquela humilde e importante função, porém João permanecia firme no seu clube de coração pois sabia que coisas boas iriam surgir.
Foi Pensando assim que João teve uma belíssima ideia e prestou vestibular para Administração e pouco tempo depois já estava cursando o primeiro semestre em uma faculdade particular.O pouco que ganhava na humilde função era o suficiente para João pagar a mensalidade da faculdade e vez ou outra pagar um lanche para namorada.
Quando estava findando o quarto semestre da faculdade, João recebe o convite de um time grande, grande não Gigante, um dos maiores do país, convite que João aceitou na hora, largou tudo para trás e foi morar na Capital, tudo não, pois o sonho e a faculdade o acompanharam nessa nova missão profissional.
Alguns anos se passam João se forma administrador e em meio a essa nova etapa recebe uma proposta e é submetido a uma grande tomada de decisão, João deveria trocar o cargo de Roupeiro no gigante da Capital pelo de Supervisor de Futebol no pequeno time da sua cidade?Muitos disseram que João estava louco, mas ele sabia que estaria dando um passo atrás para que pudesse dar vários para frente.
E não é que João tinha razão? Se tornou um respeitado Supervisor de Futebol e três anos depois estava trabalhando no Maior Clube do Interior, disputando os melhores campeonatos do Brasil e da América do Sul.
O sonho foi se tornando realidade e João passou a ser respeitado, seu clube vivia momentos de glória, seu telefone tocava 100 vezes por dia, sua caixa de e-mail estava sempre cheia, era cercado por amigos, muitas das vezes trocava os poucos momentos de folga com sua família por reuniões e atividades com os amigos de trabalho, pois é João havia ser tornado um Workaholic e nem tinha se dado conta disso.
Foi aí que João teve um duro golpe, três anos após o ingresso nessa grande equipe, resultados não ajudaram, rebaixamento dentro de campo e a dolorosa demissão... Triste momento, choros na despedida, afinal, três anos, muitos amigos, muitos liderados, sempre olhando nos olhos e falando a verdade para todos, infelizmente nada disso adiantou pois a decisão da Diretoria já estava tomada.
Vida que segue, João junta a mudança e volta para casa, em um primeiro momento bastante otimista, muitas ligações, companheiros de clube, amigos de outros clubes, torcedores, pessoas da imprensa... dentro de si João acredita que logo iria surgir uma nova chance profissional, afinal, João é um Profissional Top , sempre cercado por amigos e muito elogiado pelo seu trabalho.
Pois é, o cruel tempo começa a passar, as 100 ligações que recebia se tornam no máximo duas ou três, muitas delas de pessoas que querem algum tipo de favor relacionado ao antigo clube, acreditando que João ainda era o Supervisor. Os antigos amigos de trabalho já não ligam mais, as mensagens de WhatsApp são poucas, e o pior, as pessoas já não atendem os telefonemas de João, já não respondem mais as mensagens de WhatsApp... Afinal, vai que o João está querendo pedir alguma coisa, não é mesmo?
João se entristece mas permanece firme, sabe que agora terá uma demonstração de quem são seus verdadeiros amigos, que quando o sol brilhar poderá lembrar e ter a certeza de quem são aquelas pessoas sempre estiveram ao seu lado... Sabe o que é mais legal dessa história? Hoje João sabe que ele era uma cadeira, era o cargo que exercia, era objeto de interesses , que aqueles 98 que nunca mais ligaram para o João, não sabem e nunca nem quiseram saber da vida dele, queriam algo relacionado ao cargo e a Cadeira que João ocupava.
E você? Já parou para pensar? Você pode estar sendo o cargo ou a cadeira em algum lugar, quando esse período terminar voltará a ser um João qualquer em busca de uma recolocação no mercado de trabalho.
Nutricionista / Psicóloga
6 aTexto que nos leva à reflexão de como pessoas são encaradas dentro de empresas atualmente. Eu ainda acredito nos “Joãos” espalhados pelas corporações. Nos “Joãos”que acreditam naquilo que fazem, porque fazem por amor....Esse João me pareceu uma pessoa incrível, que venceu batalhas, por isso eu acredito que ele vencerá a cadeira! Espero que todos nós vençamos a cadeira!!! Parabéns pelo texto sensacional e verdadeiro...
Supervisor / Coordenador / Especialista / Analista Sênior de Logística, PC&L and "Customer Service".
6 aExcelente texto, uma realidade no mundo corporativo. Vivi situação semelhante. É nessas horas que percebemos quem são nossos verdadeiros amigos.
Head of Physical Conditioning / Head Coach and Head of Coaching Education 🇧🇷🇪🇸🇺🇸🇪🇬🇯🇵🇨🇳
6 aPura verdade Rodrigo infelizmente!!Parabens pelo texto