Reflexões sobre CEOs e redes sociais

A cada ano, vemos o aumento da relevância do LinkedIn como plataforma essencial para líderes empresariais. A presença digital de CEOs e outros membros da alta gestão cresceu significativamente, especialmente nos EUA e no Reino Unido, o que pode ser compromvado por pesquisas e até mesmo por uma checagem no próprio LinkedIn. Esse movimento reflete uma mudança profunda na forma como líderes corporativos se conectam com seus públicos: de forma mais pessoal, direta e, sobretudo, autêntica.

Um ponto crucial abordado numa matéria do Financial Times, a autenticidade. Para os CEOs, simplesmente estar presente nas redes sociais não é suficiente. O público deseja, mais do que nunca, se conectar com os valores e visões por trás das marcas. A autenticidade se tornou o pilar central de qualquer estratégia de comunicação eficaz. Dan Shapero, COO do LinkedIn, fez uma ótima observação “é mais fácil construir confiança com pessoas do que com marcas corporativas”, e os CEOs estão utilizando essa conexão humana para fortalecer a confiança e o relacionamento com seus stakeholders.

Os líderes que se posicionam acumulam milhares de seguidores em suas redes, e as postagens desses executivos geram quatro vezes mais engajamento do que outros tipos de conteúdo. Mas não se trata apenas de números, já que o grande diferencial está no conteúdo autêntico e no equilíbrio entre o pessoal e o profissional.

Contudo, atingir esse equilíbrio não é tarefa fácil. Com o LinkedIn priorizando postagens que compartilham conhecimento e experiências valiosas, os líderes são incentivados a focar em suas áreas de especialidade. Há uma linha tênue entre compartilhar experiências e exagerar no conteúdo pessoal. Durante a pandemia, vimos uma onda de postagens altamente pessoais que, hoje, já não têm a mesma aceitação. O ambiente digital evoluiu, e os líderes precisam acompanhar essa mudança.

Outro aspecto interessante da matéria é o desafio de falar sobre questões sociais. Há uma pressão crescente para que os executivos se manifestem sobre temas importantes além dos negócios. No entanto, uma pesquisa da FTI Consulting revela que muitos líderes ainda não se sentem à vontade para abordar esses tópicos. A verdade é que as expectativas estão mudando rapidamente, e os CEOs que conseguem se posicionar de maneira autêntica sobre temas como diversidade, inclusão e questões sociais têm uma oportunidade única de engajar de maneira significativa seus públicos — internos e externos.

Nesse contexto, os executivos precisam entender que suas vozes são poderosas, não apenas para moldar a percepção da marca, mas também para atrair talentos. Ao buscar informações sobre uma empresa, candidatos olham primeiramente o site corporativo, seguido do perfil do CEO no LinkedIn, segundo a consultoria Brunswick. Portanto, um líder que se comunica bem e demonstra alinhamento com os valores da organização pode fazer a diferença na atração e retenção de talentos.

Para aqueles que ainda veem o LinkedIn como uma plataforma puramente institucional, a dica é simples: invista tempo em construir conexões genuínas. Bastam 20 minutos por dia para interagir e criar conteúdo que realmente engaje. E, mais do que isso, é essencial que os perfis de líderes não sejam inteiramente geridos por terceiros. A autenticidade, como vimos, é a chave para criar uma conexão verdadeira com o público.

O LinkedIn é hoje um ambiente essencial para CEOs e líderes que desejam se destacar e construir suas reputações. E, ao contrário de outras redes sociais, ele oferece uma plataforma focada em troca de ideias e networking — algo crucial no mundo dos negócios. Por isso, vale a pena nos encorajarmos e abraçarmos essa oportunidade. Não só para compartilharmos nossas experiências mas, principalmente, para nos mantermos autênticos em nossas interações. A confiança e a influência, que todos nós buscamos, nascem justamente dessa postura.