Reforma da Previdência, sim ou não?
ZÉ AMÉRICO SILVA·QUARTA-FEIRA, 8 DE NOVEMBRO DE 2017
Quem entende um pouco de finanças públicas e contas governamentais sabe da importância de uma reforma na Previdência. A relação atual entre o que se arrecada e o que se paga, não fecha.
A questão é: Fazer uma reforma para beneficiar a população ou para atender interesses econômicos?
Como foi pensada incialmente e aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Camara dos Deputados, a tal reforma agrada mais ao setor produtivo e penaliza, violentamente, quem trabalha. Basta observar que do jeito que esta proposta, se aprovada fosse, provocaria uma euforia sem precedentes na Bolsa de Valores.
Mas será que é possível fazer uma reforma progressiva?
Será que não poderia ser uma reforma por partes?
Que tal ser igual para setor público e privado, principalmente, com relação ao teto dos salários de aposentadoria?
Depois de esgotar suas energias e elevar o desgaste da casse política aos limites do intolerável, o presidente Temer deu sinais de cansaço, sinalizando para a desistência da famigerada reforma.
O PIB, através do desânimo da Bolsa de Valores (06/11), manifestou seu descontentamento com o Governo. O ministro da Fazenda descordou do presidente publicamente e Temer recuou em pronunciamento através das redes sociais.
Vexame ou mais uma crise dentro do governo à parte...
Agora a reforma volta à carga, só que desta feita, já sendo admitida numa versão mais light.
O aumento do tempo de contribuição pode ser descartado, por exemplo.
É fato que tudo estava caminhando bem para os planos do Governo não fosse a tal delação da JBS que abalou os alicerces da República, colocando o Temer no centro do terremoto. Depois disso as reformas foram colocadas de lado e a pauta passou a ser 'salve-se quem puder'.
Agora é esperar pra ver qual será a nova cara da reforma da Previdência e onde afetará diretamente os contribuintes.
A verdade é que as oposições, que já estivera no poder, não fez o dever de casa e, também, tem grande parcela de culpa na situação caótica das contas públicas do Estado brasileiro. No entanto, joga para a platéia e não trata o assunto com a seriedade que merece. É contra a proposta apresentada, mas não apresentada proposta alternativa. É contra e ponto!
Verdade, também, que esta mesma oposição, por mais incrível que possa parecer, não diz abertamente, mais quer que a reforma da Previdência seja feita por este governo e que todo desgaste político seja daqueles que votarem nela. Assim a oposição capitalizaria o descontentamento popular nas urnas em 2018 e voltaria fortalecida, sem o ônus de ter apoiado e com o bônus de receber as contatas públicas em processo de saneamento pós reforma.
Como se vê, joga-se com interesses políticos eleitoreiros e não com a responsabilidade política de pensar no País hoje e, principalmente, nas futuras de gerações.
Esses são os políticos que temos hoje em nosso País.