Reforma tributária e liberdade econômica para a retomada do crescimento
Com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Reforma da Previdência aprovada pela Câmara e encaminhada ao Senado, novas discussões vão tomando a pauta neste segundo semestre, como a Medida Provisória (MP) da Liberdade Econômica e uma tão esperada proposta para uma reforma tributária.
Como todos sabem, a revisão da carga tributária é uma necessidade para incentivar o aumento da geração de empregos formais e, desta forma, impulsionar a retomada do crescimento da nossa economia.
Aqui em São Paulo já luto em defesa da liberdade econômica desde 2017, pauta importante do nosso mandato. Apresentei o projeto de Lei do Poupatempo do Empreendedor para diminuir de 80 dias para 72 horas o tempo para a abertura de uma empresa. Também apresentei PL para revogar a necessidade de autorização para trabalhar aos domingos e criei a Frente Parlamentar em Defesa do Contribuinte, para combater o abuso da cobrança de impostos como o IPTU e outros.
O atual sistema tributário brasileiro ainda é muito complexo, extremamente burocrático e têm distorções que dificultam a operação das empresas e ao mesmo tempo não resolvem problemas fiscais do nosso país. Um levantamento feito pelo Banco Mundial aponta que o Brasil gasta quase duas mil horas calculando e pagando tributos por ano, quase dez vezes mais em relação à média dos demais países, que é de 206 horas. Já o cruzamento de dados da Secretaria da Receita Federal e do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) aponta a existência de ao menos 66 tributos nas esferas federal, estadual e municipal.
É um entendimento geral de que um sistema tributário mais justo deve ser simples, neutro, transparente e eficiente, e também que não dê margem à sonegação. Nada disso acontece atualmente. O grande desafio, então, é entender qual reforma será essa, que beneficiará a todos e não somente alguns.
A PEC em discussão atualmente no Congresso é a 45/2019, de autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que segue um modelo defendido pelo economista Bernard Appy, do Centro de Cidadania Fiscal, e prevê iniciativas interessantes, como a unificação de impostos federais, estaduais e municipais sobre bens e serviços (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS). O texto também estabelece uma alíquota para cada esfera – o que pode impactar a receita do Estado de São Paulo – , implementa regras de transição consideradas suaves e sugere um tipo de devolução tributária para as famílias mais pobres.
Já o governo ensaia apresentar uma proposta com diminuição na alíquota de contribuição de Imposto de Renda e a criação de novos impostos, um sobre valor agregado (IVA) em nível federal e uma reedição da CPMF para justificar a desoneração da folha de pagamento, algo inconcebível hoje.
Promover e ampliar o debate, incluindo a participação da sociedade civil, é fundamental para garantirmos um regime fiscal sustentável e sem privilégios, e para isso podemos ter a realização de audiências públicas nas próximas semanas. Enquanto isso, avançamos com a aprovação do texto base da MP da Liberdade Econômica, que estabelece itens essenciais para proporcionar um ambiente favorável ao empreendedorismo.
A cada dia que passa, tenho mais certeza de que a diminuição do estado – com investimento apenas nas áreas essenciais, especialmente na educação de base – e o fomento ao empreendedorismo são os caminhos mais curtos para levar o Brasil de volta ao crescimento e transformá-lo de vez no país das oportunidades.
Tributarista e Administradora
5 aO Sistema Tributário Brasileiro é complexo e injusto, necessitando, urgentemente, de revisão geral, não somente da quantidade de tributos existentes, mas também, de suas alíquotas e bases de cálculo. Tomemos como exemplo, uma empresa optante pela apuração pelo Lucro Presumido, cuja base de cálculo é de 32%, para IRPJ. Ora, qual empresa aufere lucro de 32%, sobre o faturamento, na atual conjuntura? Muitas empresas faturam, mas operam com prejuízo ou com margens de lucro muito reduzidas. Da mesma forma, o Simples Federal, que foi concebido de forma razoável, foi totalmente desvirtuado, no "Governo" Lula e, em muitos casos, chega a ser mais oneroso do quê as opções pelo Lucro Presumido ou Lucro Real, deixando o micro e pequeno empresário excluídos do tratamento diferenciado e favorecido, previsto na CF. Há também o caso da substituição tributária, quando o empresário recolhe os tributos de toda a cadeia comercial, sem, sequer, ter recebido de seu cliente, o quê compromete o fluxo de caixa. Enfim, há muito a ser debatido e proposto e espero que, dessa vez, consigamos algum êxito!
Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho/Higienista Ocupacional/Especialista em Ergonomia/Ergonomista Certificado pela ABERGO/Engenheiro de Produção/Fisioterapeuta/Técnico de Segurança do Trabalho
5 aAssim como a proposta da Reforma Trabalhista, de que traria novos empregos e não trouxe, se fará com a MP881. Pra piorar, na perspectiva da Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional a MP traz possibilidade de precarização de condições organizacionais do trabalho, isso traz maiores probabilidades de adoecimento, o que já não é pouco no Brasil. Com adoecimentos ocupacionais teremos mais gasto com o SUS e Previdência Social. Maior lucro empresarial que não será repartido, é a custo da precarização, uma MP que tem itens que promove a omissão do direto constitucional (Cap. II, Art. 7 XXII). Para um país que tem mais de 12 milhões de desocupados, onde ocorre centenas de acidente do trabalho por dia, queda de remuneração...a MP881 está desacertiva para com o direito social em grande parte de suas medidas. Sera que o Senado é tendencioso também, vai aprovar?
Founder e CEO no CIEC Academy
5 aParabéns Janaina. Lembro também que precisamos simplificar a forma de empresas colocarem recursos em Universidades e Centros de Pesquisa, com contra-partidas fiscais. Faz-se necessário muito Investimento para inovar e melhorar produtividade