Regras simples.
O mundo está cada vez mais complexo. As vezes ficamos em meio a um redemoinho de atividades que nos demandam nossos melhores esforços. Frequentemente somos solicitados a resolver várias situações no mesmo dia, com um aporte informacional e tecnológico cada vez maior nossas atividades cotidianas mais simples ficam cada vez mais complexas. Por isso Kathleen M. Eisenhardt e Donald Sull escreveram o livro Regras Simples, vale a pena conferir as ideias principais.
E o antídoto da complexidade pode ser a simplicidade. Para isso é fundamental regras simples. E em pequena quantidade. Esse texto é sobre algumas regras que podem potencializar nossos comportamentos. Imagine o pronto-socorro de um hospital. Se um médico tivesse que fazer uma consulta completa a cada paciente que chega ou o hospital teria que atender menos pacientes ou seriam necessários muito mais médicos. Por isso a triagem é tão importante, em um minuto um enfermeiro pode analisar pulsação, pressão, peso, glicemia etc. Essa “regra de atendimento”, no caso protocolo, salva vidas. E nossas vidas também podem ser salvas se adotarmos protocolos simples, regras que nos auxiliem na ação.
Quanto mais simples a regra maior a liberdade e a criatividade que ela proporcionará. Por exemplo, se você colocar como regra: “acordar todos os dias às 05:00”, essa parece ser uma boa ideia, mas ela pode ser que ontem você tenha ido dormir tarde, logo, acordar hoje às cinco pode deixar você acabado ao longo do dia. O tornando menos produtivo. Mas se sua regra fosse: “acorde o mais cedo que for confortável”. Você poderia acordar frequentemente às cinco mas hoje dormir mais uns trinta minutos. Ou seja, teria mais liberdade.
As regras simples também são fundamentais para o trabalho grupal. Um ótimo exemplo disso é o caso da “Zipcar”, uma das maiores empresas do mundo de compartilhamento de carros. Invés de fazerem contratos longos (que quase ninguém ler), eles tem poucas regras simples, como: encha o tanque.
Existem seis tipos de regras, as três primeiras se referem a regras que ajudam a decidir melhor. enquanto as três últimas se referem a regras para mudar atitudes e hábitos:
1 — Regras de limite.
Essas são ideais para situações do tipo “sim ou não”. Exemplo: quem se deve chamar para dançar em uma festa? Chamar a pessoa que está de braço cruzado pode não ser uma boa ideia, mas convidar a que está dançando sozinho é bem possível que funcione.
2 — Regras de prioridade.
Essa, como o nome indica é ideal para situações nas quais temos que decidir onde investir nossos recursos. Uma regra antiga (do Talmud) e simples ainda é ótima: “um homem deve sempre colocar seu dinheiro, um terço na terra, um terço em mercadorias e manter um terço guardado.” Atualizando para os dias atuais terra poderia ser entendida como títulos imobiliários.
3 — Regras de parada.
Os franceses come muita manteiga, mas são bem menos obesos que os americanos. Porque? A resposta pode estar em uma regra simples da cultura gastronômica francesa: “pare de comer quando estiver satisfeito”. Essak
4 — Regras de como fazer.
Exemplo. Qual a melhor forma de fazer uma apresentação de um produto? Uma regra boa pode ser: antes de falar do seu produto fale das necessidades do cliente.
5 — Regras de coordenação.
Essas são regras ideais para quem estuda idiomas ou para palestrantes. Por exemplo, você pode aprender na língua que estuda o equivalente a “sim, bem…”, ou seja, quando estiver em dúvida sobre o que falar pode dizer “sim, bem”. Com essa simples expressão você ganha alguns segundos, que podem ser cruciais em uma interação. Ou minha preferida, você pode simplesmente não falar nada, só falando quando sua fala estiver tão interessante quanto o silêncio, ou mais.
6 — Regras de momento.
Essas se referem a hora certa de se fazer algo. Por exemplo, eu tenho uma hora padrão para dormir: 23:00. Todos os dias nesse horário vou dormir e meu corpo já sabe disso, logo, durmo rápido e bem.
Para você escolher quais regras vai seguir é importante que se certifique de que elas são realmente boas para você. Logo, você deve contratar o melhor especialista do mundo sobre você, ou seja, você mesmo. Use seu passado para determinar quais regras serão boas para você no presente. Também serve se inspirar em referências históricas, em pesquisas científicas etc. Claro, uma ótima regra hoje pode não ser tão boa amanhã, o importante é você experimentar!