A Relação entre Direitos Humanos de Jovens em Situação de Vulnerabilidade com Empreendedorismo e Desenvolvimento, para a Adel
Há quem pergunte: por que a Adel, uma organização que tem como missão promover o desenvolvimento local de comunidades rurais através do empreendedorismo e do protagonismo de jovens, agricultores e agricultoras, tem se dedicado a projetos e ações de promoção dos direitos humanos?
A resposta a isso é muito simples: porque não acreditamos que seja possível haver desenvolvimento efetivo e especialmente, que jovens, agricultores e agricultoras possam ser empreendedores e protagonistas em suas comunidades rurais, em um contexto de violação dos direitos mais fundamentais do ser humano, em que estão expostos a situações cotidianas de risco à vida, em que estão inseridos em um cenário de violência, medo e incertezas.
A violência letal entre jovens nas áreas rurais tem crescido significativamente nos ultimos anos. Desafios que são tomados, no senso comum, como tradicionalmente urbanos, tal como os efeitos violentos do tráfico de drogas, têm sido cada mais vez mais presentes no dia a dia da população rural, impactando as trajetórias de milhares de jovens e suas famílias.
Pensar em jovens como atores no desenvolvimento local demanda, antes, pensar na condição humana e no respeito à formação desses jovens. Educação não pode ser adjetivada a ponto de ser entendida como algo pontual. É um processo integral. E educação para os direitos humanos é parte da educação para o desenvolvimento. Há sim uma relação direta de impacto entre direitos humanos, cidadania e economia, mesmo nas mais pragmáticas das visões sobre desenvolvimento.
Por isso, agora a Adel está nas escolas da rede pública, trabalhando direitos humanos, sustentabilidade e desenvolvimento como temas transversais ao conteúdo formal, em uma perspectiva de educação contextualizada.
A Adel está fazendo parte do desenho de estrategias e de políticas públicas para promover os direitos humanos e reduzir a vulnerabilidade de jovens de comunidades rurais no Ceará. Porque é condição sine que non para que possamos avançar em nossa missão de promover o desenvolvimento local desses territórios. E a Adel seguirá presente em todos os espaços e nos momentos em que ações e programas efetivos para a promoção dos direitos humanos nas áreas rurais sejam debatidos e construídos.