Relatório Econômico Semanal: 16.10.24

Relatório Econômico Semanal: 16.10.24

RETROSPECTIVA

Impulsionado por notícias do mercado internacional, em especial da China, e por aspectos domésticos, como o governo brasileiro ventilando possibilidades de políticas fiscais que trariam maior risco para o quadro fiscal brasileiro, o Ibovespa caiu 1,4% fechando em 129.992 pontos, e o dólar, em mais uma semana de alta, subiu 2,8% aos R$5,61.

Ainda no Brasil, a leitura do IPCA de setembro de 0,44% veio levemente abaixo das expectativas de 0,46%, pressionado principalmente por energia elétrica, por conta da bandeira tarifária vermelha e alimentos. Ambos os fatores foram influenciados pelo período de seca. Na janela anual, o registro foi 4,42%, e no acumulado de 2024, 3,31%.

Nos Estados Unidos, a ata do comitê de política monetária do FED (FOMC, na sigla em inglês) da reunião de setembro chamou atenção pelo cerne da preocupação dos membros do FED, que deixou de ser o aspecto inflacionário, e agora passa a ser o mercado de trabalho. A ata, que sinalizou cisão quanto a magnitude de corte por parte dos membros do FED, reforçou que os membros da autoridade monetária possuem maior confiança da continuidade do processo desinflacionário.

Além da ata do FED, a divulgação do CPI de setembro também chamou atenção do mercado, com o CPI de setembro subindo 0,2%, um pouco acima do projetado. Na janela anual, a variação caiu para 2,4%, o mais baixo desde fevereiro de 2021. O número recebeu forte influência do grupo de habitação e alimentos, que contribuíram em 75% do aumento no mês.

No mercado de renda variável americano, tivemos o fechamento das bolsas em máximas históricas, devido a resultados fortes na temporada de balanços das empresas do 3° trimestre de 2024.

Já na China, a volatilidade tomou conta dos mercados com anúncios não muito claros dos pacotes de estímulo por parte do Partido Comunista, após parte do mercado se animar com o impulso divulgado semanas atrás, empresas do setor imobiliário tiveram altas no mercado acionário. Contudo, com falas pouco precisas no tocante a magnitude e velocidade em que esses estímulos viriam, fizeram com que os mercados reagissem de maneira negativa nesse jogo.


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PERSPECTIVAS

No Brasil, essa segunda-feira tivemos o resultado do IBC-br (considerado como a prévia do nosso PIB), o índice apresentou um avanço de 0,20%, acima do esperado de 0,10%, o mesmo acumulou alta de 2,5%, em 12 meses, e 2,9% este ano. Esse índice nos mostra a quão aquecida está nossa economia, o que pode nos dar pistas da futura decisão de nossa taxa Selic. Ainda na segunda-feira, em evento, também teremos as falas do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o futuro Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Esta semana teremos novas divulgações a respeito dos dados econômicos chineses, como a produção industrial, vendas do varejo e o resultado do próprio PIB. É sempre importante ressaltar a influência que a economia chinesa tem em relação ao nosso mercado.

Ainda esta semana, o principal evento global será a decisão da taxa de juros do Banco Central Europeu. No mesmo dia, teremos a divulgação do CPI de setembro do velho continente, além da continuação da temporada de balanços do 3° trimestre.

Com a recente abertura da curva de juros e com as incertezas marcando o cenário externo, recomendamos reduzir a duration da carteira. Tudo isso provocou uma grande volatilidade nos IMAs, principalmente na ponta mais longa. Por isso, recomendamos reduzir gradualmente a exposição em Fundos IMA-B 5+, que tem em sua carteira NTN-Bs com prazos acima de 5 anos e podem sofrer mais com essa recente volatilidade. Ainda no Longo Prazo, recomendamos manter em 10% em fundos deste segmento, de preferência diversificar entre IMA-B e IMA-Geral.

Adicionalmente, mantivemos nossa recomendação para 10% dos investimentos em fundos de Gestão Duration, aproveitando a estratégia de gestão ativa oferecida por esse segmento. Com o ciclo de queda da Selic, fundos de renda fixa passivos terão mais dificuldades de obterem rentabilidade superior a meta de rentabilidade do RPPS, por isso, os fundos de gestão ativa podem apresentar alternativas atrativas para isso. 

Para um horizonte de médio prazo, mantivemos nossa recomendação para 10% dos investimentos para fundos deste segmento. É importante diversificar dentro do índice, tendo uma exposição índices pós-fixados, como o IDKA IPCA 2A e o IMA-B 5, atrelados a inflação. Além disso, neste cenário de queda na taxa de juros, é aconselhável uma entrada gradativa no IRF-M e no IRF-M 1+, que são índices pré-fixados, sendo importante agir com cautela devido à volatilidade desse indicador. Uma estratégia gradual permitirá aproveitar possíveis oportunidades e minimizar riscos em um ambiente de juros em declínio.

Quanto à exposição de curto prazo, sugerimos aumentar a exposição neste segmento, principalmente fundos CDI. Com as recentes alterações no cenário econômico, recomentamos uma exposição de 15% neste segmento. A Selic terminal para 2024 é prevista para 10%, mantendo uma taxa de investimentos atrativa para o RPPS.

Para diversificar a carteira, é aconselhável adquirir também títulos privados, principalmente as letras financeiras, até atingir uma alocação de 15%. As letras financeiras oferecem taxas que superam, em sua maioria, as metas atuariais dos RPPS e com prazos de até 10 anos, oferecem alternativas atrativas para diversificação de carteira. Além disso, o congelamento do prêmio, como muitas vezes é feito com taxas prefixadas e atreladas a inflação dentro das LFs, é recomendado em ciclos de queda de juros.

Após a inflação mostrar ser mais resiliente quanto o esperado, o Fed mudou sua comunicação, mostrando ressalva em cortar os juros mais cedo. A expectativa do mercado, que já foi de até sete cortes no ano, agora é de 1 a 2 cortes, com o primeiro deles em setembro. Além disso, a nova resolução de fundos de investimentos, CVM 175, trouxe novas regras para fundos no exterior que ainda não foram adaptadas pela Resolução 4.96321. Por isso, recomendamos cautela para fundos de investimento no exterior, tanto em Renda Fixa como fundos de ações ou multimercado exterior.

Quanto aos fundos de ações relacionados à economia doméstica, mantemos nossa recomendação de 20% de exposição. Por mais que a bolsa de valores tenha mostrado certa volatilidade neste ano de 2024, a expectativa ainda é de alta para os próximos meses, na medida que as principais economias do mundo devem começar o processo de queda de juros, aumentando a demanda por ativos de risco. Sugere-se entrar no mercado de forma gradual, aproveitando oportunidades na bolsa de valores para construir um preço médio mais favorável.

Em relação aos Fundos Multimercado e Fundos de Investimento Imobiliários (FII), recomendamos manter a exposição em 5%. O setor imobiliário é um setor que se beneficia da queda dos juros pois são muito dependentes de financiamento.

Diversificar a carteira de investimentos com essas opções pode ser uma abordagem equilibrada para os RPPS, permitindo obter retornos e ter proteção contra cenários adversos, sempre alinhados com as metas de rentabilidade estabelecidas. Para investidores que enxergam oportunidades de adquirir ativos a preços mais baixos, é importante estar respaldado para a tomada de decisão.

Atenciosamente,




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