Remuneração em uma empresa familiar

Remuneração em uma empresa familiar

Uma importante parcela das empresas brasileiras é de origem familiar, e isso trás muitas vantagens, desde que os pressupostos empresariais sejam respeitados. E entre estes pressupostos empresariais estão os relativos às remunerações de membros da família. O caso clássico é: quanto deve receber cada membro da família que trabalha na empresa?

A resposta é fácil de explicar, mas não tão fácil de executar: deve ser pago, a título de pro labore ou mesmo salário, uma média para alguém ocupando a mesma função, respeitada a capacidade de pagamento da empresa, dentro de critérios claros e em congruência com as políticas de RH da empresa.

Assim, a referência de remuneração deve ser o mercado ou funções análogas na própria empresa, nunca a necessidade que membro A ou B possa ter. Um trabalho tem a ser feito. Alguém precisava fazê-lo. Por tal missão se recebe uma contrapartida monetária. Simples assim.


Conheço histórias de membros da família que eram remunerados por demandas pessoais. Casou? Aumento! Teve um filho? Aumento! O segundo? Mais aumento!

Isso simplesmente não funciona! A remuneração de alguém, mesmo sendo um sócio gestor, deve ser compatível com a função. E isso serve para todos, até para o fundador! O exemplo tem que começar por cima, por aqueles que têm o poder de influir sobre a própria remuneração.

Definidas as atividades, desenha-se as competências para exercê-las e se delibera a remuneração. Pode-se ainda criar incentivos, como bônus por atingimento de metas, que devem ser distribuídos em consonância com a política de recursos humanos da empresa.

Mas se um membro da família que trabalha na empresa precisa receber um pouco mais?

Nada muda. A remuneração continuará a mesma, o que se deve negociar é sobre a distribuição de lucros, quando esse for sócio. E para o sócio, trabalhando ou não na empresa, reserva-se o lucro.

Sócio ou não, parente próximo ou distante, o que importa é que a remuneração nunca deve ser estabelecida a partir das necessidades de quem ocupa a função, e sim o contrário. Pense nisso. Bom trabalho. Sucesso!

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Semio Timeni (MSc, MBA) é consultor empresarial e advogado especializado em empresa familiar

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