Renda Fixa no Brasil - O Fim de uma Era.

Renda Fixa no Brasil - O Fim de uma Era.

Em abril de 2017 escrevi aqui o artigo : 1% ao mês sem risco. Naquele momento já era bastante previsível para mim que vivíamos um novo momento, em que os altos patamares de juros no Brasil sofreriam uma pausa e que o tão cultural retorno de 1% a.m. seria coisa do passado.

Hoje pouco mais de 2 anos se passaram e a Selic está em 6% a.a. com viés de queda, se tudo correr como previsto poderemos ver a Caderneta de Poupança e os Fundos DIs tradicionais dos grandes banco entregarem ao fim de 2019 módicos 0,3% a.m.. Cenário este que veio para ficar por um bom tempo, não se vislumbra por qualquer especialista do setor um movimento de retomada de alta dos juros para os patamares de outrora tão cedo.

Se a crise econômica que enfrentamos nestes últimos anos trouxe algo de positivo foi o controle estrutural da inflação, aquela velha inércia de reajuste dos preços que carregávamos ainda do período de hiperinflação verificado nos anos 80 e 90 foi quebrada. Aliado a isto temos no mundo juros acomodados e negativos em boa parte dos países desenvolvidos, logo os fundamentos permitem afirmar que a era de juros elevados e de altos retornos, sem risco, no Brasil se encerrou.

Assim se mostra inevitável uma mudança de mindset, isto não acontecerá da noite para o dia, será gradual, porém cada vez mais as pessoas físicas serão forçadas a buscar educação financeira e novas alternativas de investimentos. Hoje a falta de conhecimento dos produtos financeiros, dos riscos de cada aplicação impera em nossa sociedade. E o desconhecido é o melhor companheiro do medo.

Investir em renda variável não é fácil, requer paciência, muita paciência. Requer também confiança, pois muitas vezes a alternativa será entregar a gestão do dinheiro para a equipe de um fundo multimercado, de um fundo imobiliário ou de ações. Estes produtos enfrentarão fases positivas e negativas. Numa carteira diversificada alguns renderão muito bem, outros nem tanto, porém certamente entregarão maior potencial de retorno do que a renda fixa atual no longo prazo, com risco controlado.

Para isto será fundamental que se inicie uma quebra de paradigmas. O planejamento financeiro e o estabelecimento de metas será importante para guiar a alocação do investidor, Uma carteira diversificada, obedecendo o perfil de risco e liquidez, será cada vez mais comum. Se você ainda tem quase toda sua poupança em uma LCI ou num fundo DI é hora de começar a buscar outras alternativas, que em geral o gerente do seu banco não está apto a oferecer.

Quando encerrei minha carreira de engenheiro, eu entendia haver dois caminhos para os recursos que eu havia poupado até ali, a renda fixa bancária (100% do CDI) e o mercado acionário, só quando conheci a XP e sua plataforma aberta vi como perdi dinheiro por um tempo ao não diversificar adequadamente o portfólio com os bons fundos disponíveis ali. Isto sendo pós graduado em finanças pelo Ibmec e tendo feito também mestrado na área. Logo uma boa assessoria é bem vinda, ela é gratuita, não te custa nada e com certeza pode trazer bons percentuais de retorno adicional à sua carteira e o conhecimento que se traduzirá em maior confiança e tranquilidade com seus investimentos.

Guilherme Pereira Lima

Diretor executivo @ GP Líder | Gestão de Projetos | Inteligência Artificial | Gestão de Megaprojetos | Cultura de Projetos | PMO-CP | PMP | Escritor

5 a

Interessante André, bons pontos. A vida dos rentistas mudou. O que vc acha dos FIIs neste cenário novo? Com yield de dividendos de alguns acima de 0,65% sem impostos, considero uma alternativa atrativa.

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