Repensando o que é preciso para Liderar. Qual o modelo de liderança para a Era Digital?

Repensando o que é preciso para Liderar. Qual o modelo de liderança para a Era Digital?

A pesquisa do MIT Sloan Management feita com cerca de 4.000 executivos ao serem perguntados se estavam preparados ele disseram que sentiam-se preparados para nova era digital, porém ao responder ao questionário sobre suas habilidades, capacidades e conhecimentos não tinham quase nada, apenas um pouco mais de 12% apresentou resultados em conhecer o que realmente é a nova economia digital.

Tenho estudado muito sobre os conceitos, as habilidades e capacidades exigidas para essa nova economia digital, e sim, se faz necessário um novo modelo mental, um novo mindset, um novo aprendizado.

O modelo atual de referência sobre liderança fala muito sobre características conhecidas do mundo de liderança como: o líder de negócio é visionário, ele enxerga para o futuro e ele também é coach (treinador), porque ele desenvolve times, ele desenvolve o contexto organizacional, ele lidera na perspectiva de negócio, ele tem uma característica intraempreendedora por desenvolver novos negócios e de ampliar mercados dentro do seu contexto organizacional.

Porém no estudo do MIT Sloan Management, o que foi detectado sobre os líderes do qual responderam a pesquisa foi que o primeiro grande desafio nessa economia digital, não basta adotar um conjunto de comportamentos ou desenvolver competências específicas. É preciso alterar crenças e valores, e esse é o mais difícil.

No mundo atual com mudanças cada vez mais rápidas, o risco de haver um "apagão de liderança" tem grande chances de acontecer, na verdade já está acontecendo em algumas empresas, ainda mais quando vemos indivíduos incrédulas (líderes) com tudo isso que está acontecendo, e não fazendo a sua mudança, porém ela vem crescendo cada vez mais rápido ou seja, o mundo está cada vez mais veloz, e aí o que pode vir a acontecer é que esses próprios líderes passem a ser parte do problema e não da solução, ou seja, eles se tornam débitos técnicos diante das mudanças. Usando um termo como costumamos chamar no mundo da TI, farão parte do legado. E tem mais, não sei ainda quando tempo será necessário para a nova geração de líderes se desenvolver como líder para trabalhar em ambientes corporativos e fazer toda essa mudança. Isso tudo sim indica um grande "gap", literalmente um apagão de liderança. Basta que os líderes ignorem os riscos de ficarem para trás na transformação digital. Se assim o fizerem, passarão a fazer parte do "legado", gerando um legado nas Organizações.

Portanto, vamos então aos quatro perfis de liderança no aspecto de modelo mental que são chaves e foram identificados pelo estudo:

1 - Produtores: São líderes com uma característica forte de produção, e essa produção entendam, são aqueles que entregam valor daquilo que foi acordado, decidido. Para quem trabalha com Lean e Agile isso já é natural, mais especificamente agilidade que herda muito do Lean, mas veja o que esses lideres são: a) obcecados pelos clientes, eles produzem soluções, eles tentam encantar o cliente, tornam os clientes incríveis, fãs como podemos falar na agilidade moderna, e ainda, eles tem uma consciência clara do que significa esse mundo digital, falam em transformar, e repito - transformação cultural e inovação digital -, e independente de inovação digital esses líderes tem consciência de que não é só colocar um aplicativo ou criar uma plataforma de relacionamento ou um e-commerce, não é isso! é pensar business no mundo digital, é trabalhar de uma maneira totalmente dentro da economia digital; b) tomam decisões disciplinadas, quem trabalha com agilidade sabe das cadências de ciclos curtos, de revisão, ou seja, faz revisão de resultados, de entrega de produtos, revisão de crescimento de negócios. Nesse ponto podemos falar sobre os três horizontes de gestão, que seria o horizonte de curto prazo, ou seja, é o operacional, com reuniões semanais, por mais que tenha as reuniões diárias com times, mas para gestão do negócio passamos a ter cadência semanal de revisão de resultado, impedimento e riscos, além disso temos a cadência mensal que está mais para o mundo tático, até para avaliar a qualidade dos projetos e das iniciativas dos programas de aceleração e por fim a trimestral que é a revisão da estratégia, com suas retrospectivas, fazendo a análise do que está funcionando ou do que não está funcionando, da melhoria da mudança e o planejamento do próximo ciclo e até olhando horizontes mais distantes. Isso é parte desse mundo, Lean e Agile na veia. c) eles também se sobressaem na execução, não basta só botar no papel, ele precisa executar, fazer parte do time e colocar a mão na massa. Então esses executores ou seja os gerentes de produtos que geralmente estão acima dos proprietários de produtos em estruturas e escalas maiores, são os verdadeiros donos de negócios, ou seja, não basta apenas entregar valor para os clientes, mas sim também se responsabilizar pelo resultado dos negócios, pelo crescimento em função da estratégia.

2 - Conectores: Líderes conectores é um termo utilizado que vem da conexão, porque o mundo hoje é menos hierárquico e mais em rede, então são conexões internas e externas, tanto nas grandes quanto nas pequenas organizações, mas principalmente nas pequenas; Eles criam parcerias confiáveis, esse é o primeiro ponto. E aqui fica a dica, pra firmar parcerias, para criar parcerias confiáveis eu preciso ser o primeiro confiável, ou seja, eu preciso ser exemplo. Fazer parcerias com fornecedores e até mesmo com a concorrência em algum contexto específico, de resolver um problema, conquistar o mercado e então desfazer essa parceria, mas o ponto é sim, fazer parceria com todos e com critérios claros de confiança. Para fazer parcerias, precisamos construir bons relacionamentos e desenvolver redes, até mesmo quando se fala em organizações exponenciais, redes de fornecedores de serviços e de colaboradores que possam trabalhar sazonalmente com a organização e depois se desfaz a estrutura; c) criar senso de pertencimento ao todo, sim, esse senso de pertencimento surge quando se tem um propósito maior, quando temos algo muito maior do que só e apenas entregar o resultado da empresa. Vejamos, sempre o setor de relacionamento era o departamento comercial, mas hoje não basta mais, até a gestão de pessoas hoje precisa ter esse modelo mental de conector, por que precisamos nos conectar com várias áreas, com mercados de trabalho, com comunidades de prática, precisamos estar presentes em conferências, estar e atuar em entidades de classe, ter esses critérios de conexão, também precisa de critérios de conexão com os cliente óbvio, mas também principalmente com os fornecedores, então relacionamento não é só para o comercial, está para todos. Praticar menos a hierarquia e o poder e praticar mais Rede.

3 - Investidores: nesse sentido quando falamos em investidores nós pensamos primeiramente em dinheiro, mas não é isso, o verdadeiro conceito neste cenário é que esses líderes investem em busca de um propósito maior, não é investir como quem investe em retorno de curto prazo, como em ações ou operações de Day Trade, não é nada disso, o contexto aqui é que esses líderes investem em algo muito maior do que a própria missão da empresa, ou seja, investem em um PTM (propósito transformador massivo) como se diz em organizações exponenciais, termo cunhado por Salim Ismail no livro (ExO), e ainda, eles operam e lideram as organizações de forma sustentável, portanto esse de forma sustentável estão sendo considerados os resultados econômicos da empresa, mas não apenas com o dinheiro sendo o fim, mas pelo propósito e pelo impacto na sociedade. A organização opera para beneficiar a sociedade e o planeta, na qual onde nós atuamos e vivemos; d) e ainda desenvolvem continuamente novas capacidades, novos serviços, e novos impactos para essa comunidade. Isso converge com o conceito de analise estratégica do modelo adhocrático das organizações exponenciais, tendo a seguinte estrutura: Propósito > Resultados > Capacidades > Recursos. Ou seja, que recursos eu injeto na organização para elevar a capacidade de gerar melhor os resultados e realizar o propósito. Portanto esses líderes eles pensam 1º no propósito, 2º na sociedade, mercado e o seu impacto, 3º quais os clientes que estão no seu mercado e como que a corporação entrega valor, e 4º os resultados econômicos são indicadores de saúde da organização, esse é ponto. Mas o que vemos é, o contrário.

A mensagem aqui é: não começe tendo o resultado econômico como fim e depois se der tempo veja o propósito. Faça o contrário. Comece primeiro pelo Propósito.

4 - Exploradores: são líderes incuravelmente curiosos, eles operam no limite do caos, eles testam, eles tentam, aprendem, repetem, buscam uma ampla contribuição dos seus parceiros, dos seus clientes, de todos, esse é o mundo Lean Startup, portanto esses estão associados a inovação continua na organização.

Resumo e Conclusões

Podemos ver que os produtores é que em sustentam a operação, são obcecados pelo cliente e em cima disso garantem a excelência e melhoria contínua para evolução "Core Business"; Já os exploradores são os que estão sempre além, eles estão empurrando o sistema para se reinventar constantemente; Já os investidores e que ao nosso ver não existem muitas posições desses indivíduos nas organizações, por que tem haver com a alta gestão, dos quais precisam se desenvolver, não apenas ficar olhando resultados econômicos e métricas, dos quais são desnecessários para essa nova economia, mas sim precisam subir o nível, atuar como verdadeiros inspiradores e empoderadores de pessoas. E conectores todos precisam ser.

O grande desafio é, será que um único líder consegue ter esses quatro perfis dentro de um só? Acredito que os grandes líderes da nova economia digital precisam saber transitar por todos esses perfis, desenvolver a (flexibilidade cognitiva), uma vez que todos precisam ser conectores, todos precisam acreditar em uma transformação, porém a conta no final do mês precisa fechar, portanto alguns tendem a estar garantindo a operação com a melhoria e entrega contínua, em quanto outros focam em procurar reinventar a organização.

Como trabalhar com tudo isso dentro de uma única organização? Parece que estamos falando de trabalhar a organização em partes separadas como vimos muito, mas não, é o contrário. A organização precisa ser um único organismo vivo, dinâmico, flexível, adaptável.

Portanto e para encerrar, sim é muito desafiador fazer isso, mas a mensagem é: abrace a complexidade e estude, evolua, e aqui entra nosso programa de formação e capacitação de líderes, o assessment corporativo e a mestria digital. É para isso, para entender essa nova configuração das organizações.

Para acessar ao programa clique aqui.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Roger Medke

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos