Representatividade importa!

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O Brasil é um país racista. Em todo seu percurso histórico, antes mesmo de se constituir como Nação, convivem neste território cidadãos de diferentes “categorias” – ou mesmo, sub-cidadãos. Recentes medidas legais e políticas públicas tem tentado diminuir esse abismo, ora com maior ou menor sucesso. Arraigado à nossa sociedade, a prática racista acabou por definir comportamentos, identidades e espaços sociais bem marcados. Romper com essa estrutura demandará tanto ou maior tempo do que demorou sua construção.

São várias as experiências de diferentes atores sociais para dar conta desse abismo social. O projeto A Cor da Cultura é uma delas, cujas estratégias de articulação social e comunicação se constituem numa ferramenta possível de desconstrução de uma “profunda injustiça cognitiva”.

A Cor da Cultura, fruto de parceria público-privada, é um projeto social de valorização do patrimônio cultural afro-brasileiro e de reconhecimento da história e da contribuição da população negra à sociedade brasileira. Desde 2004 o projeto busca honrar tais compromissos por meio da produção e da exibição de séries audiovisuais, pela criação de recursos didáticos complementares ao currículo escolar e pela formação de educadores das redes públicas para uso de material educativo que apoie a implementação da lei 10639/03.

Um dos objetivos do projeto A Cor da Cultura é ser uma ferramenta para o professor em sala de aula. Além do site (www.acordacultura.org.br), são cinco blocos de programação, perfazendo um total de 96 programas, que atingem diferentes faixas de público, com destaque para a série Heróis de Todo Mundo, que são programas de curta duração em que se apresentam biografias de personalidades negras que foram destaque em diversas áreas de atuação. Além destes, são cinco cadernos da coleção Saberes e Fazeres, com textos, artigos, legislação, sugestões de atividades e metodologia; um mini-glossário Memória das Palavras; o jogo educativo Heróis de todo mundo; CD musical Gonguê; mapas da África, Diáspora Africana e dos Valores Civilizatórios afro-brasileiros. Todo esse material é implementado e distribuído para escolas públicas brasileiras através de parcerias para formação dos professores com instituições da sociedade civil organizada (ONGs, associações, universidades), que aportam à parceria sua expertise em educação para as relações étnico-raciais. 


Comunicar e informar

Uma das estratégias do projeto é a produção de conteúdos audiovisuais que sejam capazes de sensibilizar e mobilizar em torno do tema. A exibição de conteúdos que contribuam para a discussão sobre diversidade numa emissora de televisão reconhecida por sua identificação com cultura e educação, como é o Canal Futura, torna-se algo fundamental no posicionamento político do projeto e na sua implementação junto a educadores. Programas como os da A Cor da Cultura podem ajudam a configurar identidades, especialmente de crianças e jovens. Ao se ver na tela, na escola ou como protagonista do programa, ele reconstrói a sua imagem, ele a ressignifica. Numa sociedade dominada pelo referencial branco ocidental, em que esteticamente a pele alva e os cabelos lisos reinam absolutos, ver-se na tela num papel protagonista, pode fazer toda a diferença na sua vida, especialmente ao falarmos de crianças. Conheçam mais o projeto através do site www.acordacultura.org.br.


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