Resolução de Fiagros busca mais transparência no agro, mas setor esbarra em desafios judiciais
*Adriano da Silva Santos
Durante o evento “Nova Resolução FIAGRO: Potencial do Mercado de Capitais no Financiamento do Agro”, realizado na Arena B3 em 18 de outubro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apresentou a nova Resolução CVM 214, que promete promover crescimento e transparência nos fundos de investimento do agronegócio. Apesar dos desafios que o setor enfrenta, a nova norma surge como uma esperança para o desenvolvimento do mercado, embora incertezas jurídicas ainda persistam.
Bruno Gomes, superintendente de securitização e agronegócio da CVM, destacou a importância da proteção dos investidores para o fortalecimento do setor. Ele ressaltou dois pontos cruciais para o sucesso dos Fiagros: a emissão de títulos apenas por empresas genuinamente ligadas ao agronegócio e a criação de uma estrutura sólida para o pagamento de rendimentos, levando em conta possíveis períodos de estresse financeiro. “Educar os investidores é fundamental, uma vez que muitos ainda estão se adaptando às complexidades desse mercado em expansão”, afirmou.
A recuperação judicial da Agrogalaxy gerou desconfiança entre os investidores, resultando em vendas em massa que impactaram os preços das cotas de diversos Fiagros. Outras empresas do setor enfrentando dificuldades semelhantes também contribuíram para um clima de incerteza, pressionando os preços dos ativos. Em resposta, a CVM implementou novas regulamentações que entrarão em vigor em março de 2025, facilitando o acesso do agronegócio ao capital e estabelecendo padrões de governança e transparência essenciais para proteger os investidores e garantir um ambiente de investimento saudável.
Moacir Teixeira, fundador da Ecoagro, apontou que a insegurança jurídica é um obstáculo significativo para o avanço dos Fiagros. Ele destacou que, apesar dos esforços legislativos para criar um ambiente mais favorável, a atuação do judiciário pode gerar incertezas que desestimulam os investimentos. “O crédito é central nas atividades agroindustriais. Sem segurança jurídica, não conseguimos atrair o capital necessário para impulsionar o crescimento do setor”, afirmou.
Atualmente, os Fiagros têm cerca de 550 mil investidores, a maioria pessoas físicas. Desde a implementação da norma temporária em julho de 2021 até junho de 2024, o patrimônio líquido da classe alcançou R$ 37 bilhões. Entretanto, o setor ainda enfrenta desafios, como a inadimplência. Bruno Lucchi, diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), comentou que, embora a inadimplência seja preocupante, não representa “o fim do mundo”. Ele acredita que o setor está passando por um ajuste de preços, retornando à normalidade após um crescimento excessivo durante a pandemia.
A Anbima planeja lançar um guia técnico para estruturadores, fornecendo informações detalhadas sobre os riscos associados a esses produtos financeiros. A B3, por sua vez, está se empenhando em promover maior transparência e governança nas empresas que emitem títulos do agronegócio, sublinhando que esses aspectos são essenciais para o bom funcionamento do ecossistema de investimentos.
Apesar das adversidades, sinais de resiliência começam a aparecer no mercado. O desempenho positivo de alguns Fiagros, mesmo em um ano repleto de desafios, indica que o setor pode se recuperar. O fundo Nex Crédito Agro (NEXG11), com uma impressionante alta de 23,6% até outubro, exemplifica que, com uma gestão prudente e adaptação às novas realidades do mercado, os Fiagros podem não apenas resistir, mas também prosperar.
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Durante o evento “Nova Resolução FIAGRO: Potencial do Mercado de Capitais no Financiamento do Agro”, realizado na Arena B3 em 18 de outubro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apresentou a nova Resolução CVM 214, que promete promover crescimento e transparência nos fundos de investimento do agronegócio. Apesar dos desafios que o setor enfrenta, a nova norma surge como uma esperança para o desenvolvimento do mercado, embora incertezas jurídicas ainda persistam.
Bruno Gomes, superintendente de securitização e agronegócio da CVM, destacou a importância da proteção dos investidores para o fortalecimento do setor. Ele ressaltou dois pontos cruciais para o sucesso dos Fiagros: a emissão de títulos apenas por empresas genuinamente ligadas ao agronegócio e a criação de uma estrutura sólida para o pagamento de rendimentos, levando em conta possíveis períodos de estresse financeiro. “Educar os investidores é fundamental, uma vez que muitos ainda estão se adaptando às complexidades desse mercado em expansão”, afirmou.
A recuperação judicial da Agrogalaxy gerou desconfiança entre os investidores, resultando em vendas em massa que impactaram os preços das cotas de diversos Fiagros. Outras empresas do setor enfrentando dificuldades semelhantes também contribuíram para um clima de incerteza, pressionando os preços dos ativos. Em resposta, a CVM implementou novas regulamentações que entrarão em vigor em março de 2025, facilitando o acesso do agronegócio ao capital e estabelecendo padrões de governança e transparência essenciais para proteger os investidores e garantir um ambiente de investimento saudável.
Moacir Teixeira, fundador da Ecoagro, apontou que a insegurança jurídica é um obstáculo significativo para o avanço dos Fiagros. Ele destacou que, apesar dos esforços legislativos para criar um ambiente mais favorável, a atuação do judiciário pode gerar incertezas que desestimulam os investimentos. “O crédito é central nas atividades agroindustriais. Sem segurança jurídica, não conseguimos atrair o capital necessário para impulsionar o crescimento do setor”, afirmou.
Atualmente, os Fiagros têm cerca de 550 mil investidores, a maioria pessoas físicas. Desde a implementação da norma temporária em julho de 2021 até junho de 2024, o patrimônio líquido da classe alcançou R$ 37 bilhões. Entretanto, o setor ainda enfrenta desafios, como a inadimplência. Bruno Lucchi, diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), comentou que, embora a inadimplência seja preocupante, não representa “o fim do mundo”. Ele acredita que o setor está passando por um ajuste de preços, retornando à normalidade após um crescimento excessivo durante a pandemia.
A Anbima planeja lançar um guia técnico para estruturadores, fornecendo informações detalhadas sobre os riscos associados a esses produtos financeiros. A B3, por sua vez, está se empenhando em promover maior transparência e governança nas empresas que emitem títulos do agronegócio, sublinhando que esses aspectos são essenciais para o bom funcionamento do ecossistema de investimentos.
Apesar das adversidades, sinais de resiliência começam a aparecer no mercado. O desempenho positivo de alguns Fiagros, mesmo em um ano repleto de desafios, indica que o setor pode se recuperar. O fundo Nex Crédito Agro (NEXG11), com uma impressionante alta de 23,6% até outubro, exemplifica que, com uma gestão prudente e adaptação às novas realidades do mercado, os Fiagros podem não apenas resistir, mas também prosperar.
Teixeira projeta um otimismo cauteloso em relação ao futuro, acreditando que, à medida que o modelo de financiamento do agronegócio amadurece e a participação do mercado de capitais aumenta, os Fiagros poderão se tornar tão relevantes quanto os fundos imobiliários no Brasil, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento econômico do país. “Estamos vivendo um momento de transformação, e o potencial dos Fiagros é enorme”, conclui, ressaltando a importância de unir segurança, transparência e educação para fortalecer o agronegócio brasileiro.
Jornalista/Editora/Host do DC NEWS TALKS
2 mMe avise desses eventos, Adriano Santos .. podem me interessar. Amanhã chamo vc pelo WhatsApp. Parabéns, ótimo texto!