A responsabilidade pelo consumo: reflexões sobre nosso papel no ciclo de impactos ambientais

A responsabilidade pelo consumo: reflexões sobre nosso papel no ciclo de impactos ambientais


Se tem uma coisa de que gostamos, é apontar o dedo e encontrar culpados. É muito comum ouvir pessoas condenando setores inteiros da economia, como o da mineração, por conta dos impactos ambientais. São narrativas prontas, fáceis de aceitar, que sempre colocam a culpa “neles, naqueles, nos outros”, são as empresas, o sistema, os grandes conglomerados. Mas a verdade é que, se existe impacto, é porque existe demanda. E essa demanda não vem de “entidades” abstratas. Vem de nós!


Você já parou para pensar sobre os itens ao seu redor?

O celular na sua mão, o computador na sua mesa, a lâmpada que ilumina sua sala, a geladeira que conserva seus alimentos, todos esses itens exigiram recursos naturais para serem produzidos.

Recursos que foram extraídos, processados e transformados para atender às necessidades e desejos humanos. Se há extração de cobre, é porque queremos celulares. Se há mineração de ferro, é porque precisamos construir casas e pontes. Se há produção de ouro, é porque escolhemos usá-lo como símbolo de compromisso ou status.

Quando culpamos exclusivamente as empresas, esquecemos que elas não operam isoladamente. Elas existem porque nós, como consumidores, sustentamos essa cadeia.

E mais: nós nem fazemos nossa parte para minimizar os impactos. Quantos de nós já descartamos eletrônicos corretamente? Quantos de nós paramos para pensar, antes de comprar um novo aparelho ou aderir ao último lançamento da moda, no destino que esse item terá quando não nos servir mais?

Quanto lixo você tem acumulado na sua casa agora, e o que você fez para dar um destino correto a ele? Ou você simplesmente espera o lixeiro passar e acha que o problema não é mais seu?


O preço da futilidade

Não há como negar: nossos hábitos estão repletos de futilidades. Trocar um celular que ainda funciona porque o novo modelo tem uma câmera melhor, comprar roupas que mal saem do armário, descartar móveis porque estão fora de moda. Essas são as escolhas que alimentam um ciclo de consumo que vai além do necessário.

 Criticar indústrias por seus impactos ambientais enquanto promovemos o hiperconsumo é, no mínimo, hipócrita.

A responsabilidade pelo impacto não está apenas nas empresas que extraem os recursos, mas em cada pessoa que consome sem refletir. Somos rápidos em culpar, mas lentos em mudar nossos próprios hábitos. Afinal, é mais fácil acusar o outro do que admitir que nossas escolhas diárias também têm consequências.


Mineração: vilã ou protagonista responsável?

Trabalho com mineração e defendo o setor, desde que seja feito de forma correta, responsável e sustentável. A mineração é essencial para a vida moderna, mas o problema não está na atividade em si, e sim em como a sociedade a enxerga.

 Há uma visão distorcida que trata a mineração como uma vilã, como se fosse movida apenas por ganância e desrespeito ao meio ambiente. E isso não é verdade!

 As empresas que trabalham com responsabilidade investem em recuperação ambiental, redução de impactos e em projetos sociais que beneficiam as comunidades locais. Além disso, o discurso de que a mineração apenas “rouba riquezas e leva para fora” é muito simplista.

 A cadeia de valor mineral beneficia uma gama enorme de setores econômicos, desde a construção civil até a tecnologia. Mais do que isso, ela atende às nossas necessidades. Afinal, ninguém deixa de usar um celular, um computador, um carro ou até mesmo um lápis e um caderno, mesmo enquanto critica aqueles que os produzem.

É urgente repensarmos a forma como enxergamos o consumo e o impacto ambiental. Não basta culpar as empresas. Precisamos de uma abordagem mais sincera, que reconheça que cada um de nós desempenha um papel fundamental nesse ciclo. Então, antes de criticar, pergunte-se:

  • Eu descarto meus resíduos eletrônicos, como celulares antigos e baterias, de maneira adequada?
  • Quando compro um novo aparelho, eu realmente preciso dele ou estou apenas seguindo uma tendência?
  • Eu reutilizo ou reciclo materiais como papel, vidro e plástico sempre que possível?
  • Quando substituo um móvel ou eletrodoméstico, procuro alternativas para doá-los ou reaproveitá-los?
  • Eu escolho produtos com menor embalagem ou opto por embalagens recicláveis?
  • Procuro evitar o uso de descartáveis, como copos e talheres de plástico?
  • Quando compro roupas ou acessórios, considero a durabilidade e o impacto ambiental desses itens?
  • Antes de adquirir um novo eletrônico, eu reflito sobre a possibilidade de consertar o que já tenho?
  • Eu pesquiso a origem dos produtos que consumo e procuro apoiar marcas com práticas sustentáveis?
  • Eu sou consciente do impacto das minhas viagens, como a pegada de carbono gerada por voos e transporte?
  • Eu consumo energia de forma consciente, evitando desperdícios no dia a dia?
  • Considero a possibilidade de compartilhar ou alugar itens que uso raramente, como ferramentas ou equipamentos?
  • Ao comprar alimentos, priorizo produtores locais e reduzo o consumo de itens que vêm de longe?
  • Estou disposto a pagar um pouco mais por produtos que sejam mais sustentáveis e éticos?
  • Quantos itens em minha casa poderiam ter tido um ciclo de vida mais longo com um pouco mais de cuidado ou manutenção?
  • Eu reconheço que minhas escolhas de consumo impactam diretamente a demanda por extração de recursos naturais?
  • Eu estou contribuindo para a educação e conscientização de pessoas ao meu redor sobre o impacto do consumo?
  • Estou disposto a abrir mão de certas conveniências para reduzir o impacto ambiental do meu consumo?


Quer mudar o mundo, se responsabilizar pelos próprios hábitos é o primeiro passo!


É preciso irmos além do discurso raso de culpar “eles” e reconhecer que “nós” também somos parte do problema. E da solução! Afinal, não existe extração sem consumo, nem produção sem demanda.


💬 Gostou dessas dicas? Vem comigo que eu te ajudo na área da comunicação!

Dani Villar

Jornalista | Especialista em Comunicação Estratégica | Sócia na Nano Biztools

contato@nanobt.com.br | +55 (51) 98194-2546 | www.licencasocial.com.br

Parabéns Guria pelo post e posições. Já participei do projeto de instalação e operação de uma mineradora e produtora de adubo orgânico que ela, mineradora, desejava ser o mais sustentável possível. Resultou em projeto Zero Energy, Zero Agua e Zero Carbono. Bom senso é essencial.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Daniela Villar

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos