Responsabilidade Socioambiental importa?

Responsabilidade Socioambiental importa?

Atualmente o fator ambiental tem sido um dos principais requisitos, dentro de um conjunto de fatores, para investidores aplicarem recursos nas empresas. Além da liquidez do negócio, o meio ambiente é um fator de risco que vem sendo considerado fortemente no momento da decisão dos investimentos.

O Meio Ambiente passou de algo objetivo, onde era apenas o provedor de matéria prima para todos os meios de produção dentro do mercado, para se tornar algo subjetivo, onde o senso de propriedade e cuidado da sociedade (enquanto cidadão(s) e consumidor(es)) passou a ter relevância, pois o acesso às informações é rápido e de alcance global, tornado estes grandes influenciadores na gestão e estratégias das organizações. Por isso, passou a ser Responsabilidade Socioambiental no ambiente corporativo.

Olhando de fora dessa cadeia de comércio x consumidor, vejamos alguns dados que nos colocam em paradoxo com nossas próprias opiniões e comecemos nos perguntando:

De onde vem todas as coisas que compramos e para onde vão quando nos desfazemos delas?

Tudo se desloca ao longo de um sistema:

1- Extração; 2 - Produção; 3 - Distribuição; 4 - Consumo; 5 - Lixo

Sendo denominado Economia de Materiais.

Este sistema é visto de forma linear, mas com recursos (naturais) finitos, então podemos considerar que se trata de um sistema em crise.

As pessoas vivem e trabalham em todas as etapas dessa Economia de Materiais, sendo que algumas tem maior poder de decisão, como por exemplo: GOVERNOS e CORPORAÇÕES.

1.      Governos: organismos que deveriam ser das, pela e para as pessoas;

2.      Corporações: organismos privados, que são maiores que o governo; vejamos: das 100 maiores economias do mundo, 69 são corporações privadas, segundo pesquisa realizada pela organização não governamental Global Justice Now.

Em 3 décadas, foram consumidos 33% dos recursos naturais do planeta, sendo que no ano de 2020 chegamos ao impressionante patamar onde a produção de concreto, metal, plástico, tijolos e asfaltos já supera a biomassa total da Terra. Corroborando para isso:

1.      Desapareceram 80% das florestas naturais do planeta;

2.      A Floresta Amazônica perdeu 2.000 campos de futebol por dia em 2019;

3.      Há mais de 100.000 produtos químicos sintéticos muito tóxicos na produção dos bens de consumo;

Ainda, toda poluição gerada seja em solo, água ou ar se espalha pelo planeta por meio do ciclo do próprio ecossistema ao longo do tempo.

E qual é o custo de produção?

Não se trata apenas da extração e do custo de extração dos insumos, manufatura e transporte, mas de todos que colaboram ao longo da cadeia produtiva onde ocorre trabalho pesado e exploratório, baixíssimos salários ou mesmo trabalho escravo, que são o real preço pago para que tenhamos acesso a milhares de produtos nas prateleiras de uma loja. Além do mais, enquanto consumidores ninguém está alheio às químicas que consumimos nos produtos e a poluição de bebemos e respiramos.

Atualmente, nosso valor é demonstrado pelo quê e pela quantidade que consumimos.

Apenas 1% de tudo que compramos são usados após seis meses da compra, ou seja, 99% das coisas que percorrem a Economia de Produtos, viram lixo em até seis meses. Isso tudo planejado por essa economia:

1.      Obsolescência programada: é criado para virar lixo;

2.      Obsolescência perceptiva: irá ser descartado ainda com vida útil (por exemplo: quando mudam um modelo, aparência, etc.);

3.      O lixo queimado gera outras toxinas mais perigosas em função daquelas que foram utilizadas na produção;

4.      O lixo de países de primeiro mundo é exportado para países de terceiro mundo;

5.      Para cada saco de lixo que eu jogo fora, anteriormente foram produzidos outros 70 sacos na cadeia do sistema produtivo;

6.      Nem todo lixo pode ser reciclado devido a forma em que foi produzido;

7.      E etc.

Temos várias coisas que “precisamos”, mas temos menos tempo para o que nos faz felizes.

Então como podemos gerir o planeta com esse nível de consumo e rendimento?

Estamos constantemente atingindo limites: desde o clima em mudança ao decréscimo da felicidade. Simplesmente não está funcionando.

Contudo, há esperança pelos pontos de intervenção existentes: pessoas trabalhando salvando florestas, em produção limpa, em direito do trabalho, por comércio justo e consumo consciente, além da recuperação dos governos para que eles sejam das, pela e para as pessoas. Ainda, há a Responsabilidade Socioambiental que muitas organizações e investidores pelo planeta vem incorporando em suas culturas, o que promove a ideia de cuidado e propriedade refletida da sociedade. Outras ações de organismos privados envolvem:

1.      Química verde;

2.      Zero resíduos;

3.      Produção em ciclo fechado (logística reversa);

4.      Energia renovável;

5.      Economias locais vivas;

É necessário a visão do todo para que as pessoas, ao longo do sistema, se unam para reivindicar e transformar em um sistema sustentável e de qualidade.

As empresas, principais responsáveis pela utilização dos recursos do planeta, precisam envolver-se nesta discussão, pois quem provoca a exploração precisa também oferecer soluções para sua atividade, mesmo que isso implique em mudanças profundas de processos e até da estratégia empresarial.

O que se apresenta para isso no contexto organizacional é a Gestão Ambiental, inserida na Responsabilidade Socioambiental que, conforme menciona Dias (2008, p. 44), consiste em um conjunto de medidas e procedimentos definidos e adequadamente aplicados que visam reduzir e controlar os impactos gerados por um empreendimento sobre o meio ambiente. Essas medidas devem ser acompanhadas de uma política ambiental clara e definida que irá nortear as atividades organizacionais com relação ao meio ambiente, assumindo compromisso com a sociedade, definindo as intenções organizacionais e princípios com relação ao seu desempenho ambiental.

Contudo, todos estamos envolvidos(as) nisso, pois afeta nossas vidas, nossa forma de fazer gestão, nosso consumo, nosso futuro. Podemos nos fechar para a discussão e continuar a fazer tudo como antes, fazer mudanças cosméticas para preservar o modelo de exploração ou pensar e agir de uma forma mais crítica em relação ao planeta. Qual o seu posicionamento?

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Calcule sua pegada ambiental no link abaixo e descubra qual é seu impacto no mundo:

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