Resultado Pesquisa - Felicidade no Ambiente Corporativo - 1ª parte
Muito se tem falado sobre a importância da busca pela FELICIDADE no ambiente profissional e de sua relevância para alavancar melhores resultados.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup (2014) a respeito dos cinco elementos de bem estar na vida (profissional, social, físico, financeiro e comunidade), o trabalho aparece disparado como o item menos satisfatório.
Pensando na relevância desse tema e sua relação direta com os resultados obtidos no ambiente profissional, a Tailor Made realizou uma pesquisa com profissionais de diferentes cargos e setores de atuação, a fim de conhecer a visão desse público sobre os principais fatores que têm uma influência direta na felicidade no ambiente Corporativo.
Consideramos em nossa análise três pilares que estão intimamente relacionados ao tema, que são: ASPECTOS INTRÍNSECOS, ASPECTOS DE DESENVOLVIMENTO, e ASPECTOS ORGANIZACIONAIS.
Nesse artigo, iremos falar sobre o primeiro pilar: ASPECTOS INTRÍNSECOS. Estes aspectos estão relacionados a autopercepção, a motivação intrínseca e a convergência dos valores pessoais e profissionais com os demais pilares analisados.
Pesquisas já mostraram que ter um propósito na vida é fundamental. Observamos que 93% dos respondentes relatam que possuem clareza do propósito do seu trabalho. Esse resultado pode indicar a importância que as pessoas vêm concedendo em buscar uma associação entre seus anseios de vida com o trabalho que realizam, também como um meio de dar vazão ao atingimento de seu propósito. A descoberta do propósito do seu trabalho se dá através do autoconhecimento e desenvolvimento do senso de protagonismo pelas escolhas feitas, aliada a uma profunda análise sobre o real significado das contribuições do profissional.
Esse dado serve como um indicador para as empresas e lideranças buscarem, cada vez mais, maneiras de esclarecer aos seus funcionários os motivos pelos quais seu trabalho é realizado, como ele se insere e contribui para a geração de resultados na empresa.
A maior porcentagem de respondentes concorda parcialmente com a afirmação de que acredita ser remunerado justamente pelo seu trabalho (40,2%). Isso só corrobora com a ideia de que, na grande maioria das vezes, acreditamos ser mais merecedores de ter uma remuneração maior do que nossos ganhos reais.
Em se tratando da relação entre dinheiro e felicidade, Daniel Kahneman (Nobel de Economia) defende que, uma vez cobertas as necessidades comuns, ter mais ou menos dinheiro não faz muita diferença. A partir de uma determinada renda anual (no caso dos Estados Unidos, de 60 mil dólares), os bens materiais deixam de influenciar na felicidade.
Outro dado que a neurologia descobriu ter efeito zero é uma tendência típica da busca da felicidade condicionada a acontecimentos futuros. Sendo assim, se você acredita que será feliz somente quando ganhar um milhão por mês, vale a reflexão de que você pode estar enganado.
Pesquisas mostram que a felicidade de verdade requer satisfação geral com a vida, algo semelhante a experiências sensoriais que provocam euforia como, por exemplo, estar apaixonado. Um relatório global do Gallup mostra que basicamente 87% dos trabalhadores não têm paixão pelo seu trabalho, não possuem motivação para fazer o trabalho e são infelizes. Isso gera um impacto sobre os resultados - empresas com baixo nível de engajamento dos funcionários têm 33% de declínio anual no lucro operacional e 11% de declínio anual no crescimento.
Nossa pesquisa identificou como maior porcentagem (52,2%) o nível de motivação parcial, seguida de 21,5% daqueles que concordam totalmente com a afirmação de que sentem-se motivados no dia a dia, independente das circunstâncias.
Brené Brown, autora do livro “A Coragem de Ser Imperfeito” defende que “devemos reexaminar a questão da motivação. Para recuperar a criatividade, a inovação e o aprendizado, os líderes precisam se comprometer a reumanizar a educação e o trabalho.” Mais uma reflexão a ser considerada por algumas empresas.
De acordo com Daniel Pink, autor do livro “Motivação 3.0”, é a motivação intrínseca o principal direcionador para melhoria de comprometimento e desempenho. Os três elementos que compõem esse tipo de motivação – autonomia, domínio de propósito – equivalem a dizer que as pessoas apreciam se sentir responsáveis pelo seu trabalho e pela possibilidade de o exercerem com excelência, além do fato de desejarem ter liberdade para realizar suas próprias atividades, da forma que consideram correta.
A população pesquisada concordou parcialmente com o papel do gestor no ganho de motivação (32,3%), seguido por 25,9% de pessoas que discordam parcialmente da afirmação. Reconhecer o propósito do seu trabalho, baseado em valores pessoais e de carreira, proporciona um fortalecimento dos fatores intrínsecos da motivação, reduzindo a vulnerabilidade da mesma frente aos fatores externos.
Pessoas felizes no trabalho ouvem mais músicas, lêem mais nos horários de folga, dão mais risadas dos próprios erros e não levam as críticas como sendo o fim do mundo. Constatamos que 48,2% dos respondentes indicam encarar as críticas como sendo algo natural, seguidos por 42,6%, que afirmam receber críticas com algumas ressalvas. Podemos levar em consideração duas possibilidades sobre esse resultado: o nível de resistência que as pessoas identificam em si mesmas, ou ainda o nível de fundamentação das críticas, que, ao serem superficiais, podem levar a uma concordância parcial.
Em nossa pesquisa, 65,3% dos respondentes concordam com a sua parcela de responsabilidade para a criação de um ambiente de trabalho feliz.
Sonja Lyubomirsky, professora da Universidade da Califórnia e uma autoridade em felicidade, defende que 50% da felicidade é genética e 50% vem de fatores externos. Desses 50%, grande parte (na ordem de 85% a 92%) está relacionada à maneira como encaramos o que a vida nos apresenta. O que ela quer dizer com isso é que uma boa parte da nossa felicidade depende de nós mesmos!
Na próxima semana, divulgaremos a análise sobre o tópico relacionados aos Aspectos de Desenvolvimento.