Resultados, Performance e Metas econômico-financeiras – Gestão por Diretrizes
Artigo parte do PFCC Programa de Cda Formação e Certificação Conselheiros da Board Academy Br
Da visão às metas
"Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, e não há sucesso no que não se gerencia" William Edwards Deming
Ao comparar nossas experiências com as demandas atuais e refletir sobre as palavras de William Edwards Deming, reforçamos a necessidades de uma boa estruturação de metas e do seu acompanhamento periódico.
Transcrevo aqui algumas abordagens do nosso compatriota Vicente Falconi, onde sugere que o início do negócio se dá a partir do sonho, do sonho se estabelecem estratégias. Metas são objetivos monitorados por marcos, destacando que é necessário que tais metas sejam bem estabelecidas, com senso de justiça e matematicamente interligadas, servindo às estratégias do negócio.
Essas abordagens nos estimulam a refletir, para descrever e classificar o negócio como a materialização de uma visão. Para realizá-lo é necessário definir as estratégias, desmembrar os objetivos e monitorar a assertividade do caminho planejado. Identificar os indicadores de resultado pode não ser uma tarefa fácil. Através de um levantamento detalhado, encontraremos lacunas entre os processos e entre os indicadores, nesse momento temos a oportunidade de cobrir essas lacunas, com as respectivas metas. Além de estabelecer a melhoria contínua dos processos e metas, hierarquizar as estratégias com maior abrangência e promover a interligação, onde todos se tornam responsáveis ´por uma parte da estratégia.
É primordial termos como foco que os indicadores precisam refletir a realidade e apoiar para que a tomada de decisão do conselho seja a mais assertiva possível. Aferir os indicadores periodicamente, permitirá identificar os desvios e ajustar as rotas ao longo do caminho. Pode parecer trivial, mas não é, já que na maioria das empresas é comum a inexistência do acompanhamento dos indicadores. Como já dizia o Sr.Deming: O que não se mede, não se gerencia.
O CEO e os fundadores deveriam preparar os indicadores antes do Conselho?
Quando os fundadores começam a pensar na estruturação do Conselho Consultivo, é comum que ainda não possuam o suporte mínimo para municiar o conselho com as informações importantes para as avaliações sobre o rumo da empresa. Até bem pouco tempo, a medição de desempenho não era vista como ponto de atenção estratégico e, considerando a complexidade, adiaram a sua criação. Caso não tenham sido criados anteriormente, é chegado o momento em que se desperta a necessidade estruturar os indicadores e medir o desempenho.
A partir das medições, dá-se forma à governança pelos primeiros passos, dessa maneira fica mais fácil para aferir, e melhorar performance. Dados estatísticos demonstram que empresas com Governança possuem resultados melhores e são mais perenes. Apesar de medições operacionais podem não ser o melhor formato para o Board, ao agregar os resultados de forma hierarquizada, apoiará o processo decisório.
Gerenciamento por Diretrizes
Alguns métodos são propostos para distribuir as estratégias pela empresa e monitorá-las. Nesse artigo opto por focar o método Gerenciamento por Diretrizes.
Inspirado na Gestão pela Qualidade Total, no modelo japonês, o método de Gestão por Diretrizes ganhou força no Brasil nos últimos 20 anos. Esse modelo propõe o alcance das diretrizes da empresa a partir do desdobramento dos objetivos estratégicos em menores, entregando-os a todas as áreas, do mais alto, até o “chão de fábrica”. Dessa forma, há uma maior chance de que elas sejam cumpridas.
Algumas ferramentas são utilizadas nesse método, como: PDCA; indicadores de desempenho; dashboards; análise SWOT; 5W2H, entre outros.
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Apesar de ser um método mais antigo, vejo sucesso nesse desse tipo de abordagem, principalmente por ter conhecido por volta de 2001 e ajudado a Datasul (agora Totvs) a desenvolver um módulo específico, implantá-lo e ver na prática.
Se bem implantado, esse método tende a promover avanço e maior controle dos negócios. Podemos destacar algumas vantagens:
Esse formato atende às premissas de que as metas sejam: bem estabelecidas, com senso de justiça e matematicamente interligadas, servindo às estratégias do negócio.
Alguns livros do Vicente Falconi apresentam esses métodos, como “Gerenciamento pelas Diretrizes” e “Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia a Dia”.
O Conselho nesse contexto
Os Resultados, Performance e metas econômico-financeiras fazem parte da agenda de atuação do Conselho de Administração, do Conselho Consultivo e do Conselho Fiscal.
Cabe ao Board é avaliar, acompanhar e determinar:
Utilizar ferramentas que proporcionem essa análise com qualidade, elevará a empresa a novos patamares.
Na prática, a criação de comitês se mostra fundamental para fazer a entre o executivo e os Conselheiros. Existem diversos comitês, que nesse tema, destacaríamos alguns: de performance, finanças, indicadores econômicos e financeiros. Outros comitês também são necessários, como: RH, auditoria & compliance, governança corporativa, inovação, importante que cada conselheiro participe de ao menos um comitê. Caso não seja possível a criação de comitês num primeiro momento, importante que se deixe endereçado.
A Bain & Company nos apresenta uma relação de Hábitos de um Conselho Eficaz