Retorno

Retorno

Agora recuperado, reabilitado e protetizado! 

Depois de longo período convivendo com enfermidades graves, retorno na condição de deficiente físico. Uma nova batalha: reintegrar a sociedade e o mercado de trabalho. Superar um tratamento discriminatório e desrespeitoso passa ser a nova meta. A deficiência causa um enorme prejuízo econômico e social. Banido como cidadão, a reinserção social passa a ser um grande problema, em razão de a sociedade não oferecer as condições para a reintegração. O resgate da autoestima daquele que já não é mais um doente fica bastante difícil de acontecer sem traumas. A sociedade, muitas vezes, determina este bloqueio, descrimina e não assume esta conduta. Ocorre que, não somos excluídos automaticamente, parte da sociedade aceita a integração em razão de que perante a legislação todos são iguais e inclusos ao convívio social.

Mesmo ocorrendo o surgimento de diversas entidades de apoio aos portadores de deficiência física ou necessidades especiais, estas não conseguem superar a discriminação e o preconceito. A assistência social mesmo que garantida juridicamente fica limitada a uma parcela muito pequena, a fragilidade física é associada à econômica do necessitado ou desempregado.

O deficiente físico que teve a perda de membro inferior ou superior é tratado com termos específicos de estigma, como aleijado, em discurso diário utilizado como fonte de metáfora e representação, de maneira característica, sem pensar no seu significado original. Tradicionalmente os portadores de deficiência são vistos como casos crônicos e seres inválidos, incapazes e pouco poderão contribuir com a sociedade.

Hoje sou integrante deste grupo e tenho um posicionamento claro, tive o convívio e passei a conhecer o potencial de muitos acometidos pela deficiência. Acredito e passo a lutar pela oportunidade destas pessoas que tem uma vontade enorme de voltar a serem ativas e possuir qualidades que poderão colaborar com a geração de resultados altamente produtivos.

Todos se comprometem com o tratamento diferenciado, reconhecem e respeitam a diversidade, mas dificilmente fazem algo para que aconteça a igualdade de oportunidades para todos. Lutar pelo cumprimento da lei, que determina atendimento prioritário em órgãos públicos para pessoas com deficiência e dar destaque as políticas públicas em áreas como educação, trabalho, saúde, infraestrutura urbana, esporte, cultura é o nosso mais novo objetivo.

Enio Faller


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