Reveja suas certezas

Reveja suas certezas

“CERTEZA: 

Substantivo Feminino; 

Significado: Segurança plena, total convicção: tenho a certeza de que ele vencerá.

Conhecimento certo, total e absoluto: o juiz tinha certeza de sua culpa. 

Ausência de inconstâncias; estabilidade: não tenho certeza do meu futuro.

Aquilo sobre o qual não há dúvida: tenho certeza desse resultado.

Caráter do que é certo; evidente: uma certeza matemática.

[Filosofia] Convicção que o espírito tem de que os objetos são do modo como ele os percebe.”

Esta palavra norteia nossa vida. O tempo todo, estamos sempre em busca da certeza que nossos pensamentos, palavras e ações estão corretos. Se temos a certeza, nos movemos, caso contrário, a dúvida nos paralisa. Mas por mais que a palavra nos remete a algo lógico, cartesiano até, a definição da filosofia acima, nos remete à percepção, que é subjetiva. As coisas ou objetos, são do jeito que as percebemos, mas note a palavra convicção no início da frase. É nela que reside a lógica que nos dá segurança para confiar no que sabemos sobre algo. Se estamos convictos de que algo é certo, ah, aí sim, podemos agir com segurança, esperando por um resultado planejado. Parece racional, lógico, mas de fato não é bem assim.

Mas para não ficarmos no campo da filosofia pura, vamos falar sobre o saber, que está ligado ao conhecimento que possuímos de algo, de uma forma prática, aplicada.

Para tornar nossa reflexão mais concreta, vamos tomar um assunto como exemplo. Lembra do exemplo de ler dois livros em paralelo para aprender mais, lá do meu artigo da semana passada? Não! Então confira aqui! Para os que leram, devem se lembrar da explicação, que quando deixamos nosso cérebro esquecer de um assunto, a conexão com a memória se perde e a repetição do acesso ao registro, reforça esta conexão, que é o recurso que precisamos para nos lembrarmos de tudo que precisamos. Daí concluímos que quanto mais conexões temos, mais sabemos!

Mas o que sabemos sobre o nosso conhecimento, podemos dividir em pelo menos 3 grupos:

  1. Eu sei o que sei : Tenho certeza! Aeeee!
  2. Eu sei o que não sei : Sei que existe, mas não conheço com convicção, a tal certeza!
  3. Eu não sei que não sei: Algo totalmente desconhecido, fora do meu repertório, surpresa total!
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Muito bem, lembra daquela prova de certificação que você tem que fazer? Saber tudo sobre os assuntos que são cobertos no exame é fundamental. Bom, ao avaliar os 3 grupos acima, podemos montar uma tática para estudar e nos preparar para o exame. Vamos olhar de perto, mas na ordem inversa!

  1. Eu não sei que não sei: É o tipo de distinção que surge quando lemos o conteúdo e descobrimos que o assunto é totalmente novo para nós. Este é o principal objetivo de nossa tática de aprendizagem. Tratar primeiro os assuntos “novos” para nós. É a famosa "matéria nova”. Aqui cabe muita repetição, com alternância de conteúdos, para fortalecermos nossas conexões com os registros na memória
  2. Eu sei que não sei: Aqui estão aqueles assuntos com os quais já tivemos contato, mas não nos lembramos direito, ou não compreendemos completamente, a ponto de estarmos seguros, convictos dele. É a tal “matéria dada”, que ou perdemos ou esquecemos por ter pouco uso. Cabe aqui um processo de revisão, usando a mesma técnica da alternância, para resgatar e reforçar as conexões.
  3. Eu sei o que sei: Este ponto deveria ser o mais simples. Se você tem certeza que sabe, então não deveria ter nada o que fazer. É só acessar sua memória e ser feliz! Mas espera... o que acontece quando você tem certeza de algo, quando está convicto, mas de fato seu conhecimento está errado? É aqui que mora o maior risco em qualquer processo ou atividade. 


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Para ilustrar este último ponto, vou trazer aqui uma lembrança forte. Lembra daquele acidente aéreo em 2007, no aeroporto de Congonhas em São Paulo, quando um avião não parou no final da pista e foi parar num posto de gasolina do outro lado da avenida, em frente à cabeceira? O que ocorreu na época foi que o piloto seguiu estritamente as instruções de aterrissagem, acionando o reverso das turbinas, que auxiliam na redução da velocidade da aeronave, em conjunção com o uso dos freios. Como é tudo totalmente automatizado, pelo sistema computadorizado da aeronave, o piloto segue o processo, que ele tem certeza qual resultado produzirá. Mas neste caso, para a infelicidade de todos à bordo e dezenas de famílias afetadas por aquela tragédia, o piloto tinha certeza que se acionasse o reverso, a velocidade seria reduzida, mas o que ele não sabia que não sabia, era que aquele aparelho tinha um defeito no reverso, sendo que a equipe de manutenção havia colocado uma trava mecânica que impediu que o sistema se movesse. Então, lá na cabine, a manopla foi acionada, o indicador que o reverso havia sido acionado teoricamente foi ligado, mas lá na turbina, nada se moveu. Então, além de não saber que não sabia, ele tinha certeza de que sabia de tudo, mas estava enganado. Não vou me deter muito aos fatos aqui, que geraram à época, grande polêmica sobre as reais causas do acidente. Deixo claro que esta foi apenas uma ilustração forte, para marcar a importância sobre o que sabemos acerca do que sabemos.

Este exemplo é para nos lembrarmos com ênfase, que sempre que temos certeza de algo que de fato não está correto, corremos um alto risco de cometer “erros convictos”.

Agora voltando para nossa prova de certificação. Imagine que além de descobrir aquilo que você “não sabia que não sabia” e o que “sabia que não sabia”, pudesse também desvendar as suas certezas incorretas, ou falso positivos como alguns gostam de chamar. Se fosse possível eliminar este “falso conhecimento”, com certeza não mais cometeríamos erros convictos.

Assim, tão importante quanto o conhecimento acerca dos assuntos da prova, é o conhecimento que temos sobre o quanto sabemos. É o chamado Meta-conhecimento, ou conhecimento sobre o conhecimento. Isso é possível, com o desenvolvimento de um senso de auto crítica, que nos permita uma auto avaliação constante, de forma a mitigarmos os riscos que esta condição de certeza falsa nos trazem. Mas também é possível usar técnicas e ferramentas de aprendizagem adaptativa, que te auxiliem a conhecer melhor o seu conhecimento.

Mas voltando à outra frase da filosofia: Tudo que sei é que nada sei! Bom, este é um outro artigo, que virá no próximo domingo!

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E aí, tem certeza que já sabe tudo que precisa para seguir adiante e alcançar o sucesso em sua vida?

Fica ligado aqui, pois vamos trazer em breve, uma ferramenta que vai ajudar a mapear o seu meta-conhecimento e a se preparar melhor para os desafios da certificação profissional.

inté!

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