A Revolução da Internet das Coisas na Indústria: Aumento da Produtividade e Melhoria da Satisfação do Cliente

A Revolução da Internet das Coisas na Indústria: Aumento da Produtividade e Melhoria da Satisfação do Cliente

É comum vermos gestores e profissionais de manufatura em busca incessante por melhorias na produtividade. Infelizmente, muitos perdem essa batalha por estarem profundamente envolvidos nas atividades diárias, sem a estratégia de implementar o Princípio de Pareto (ou regra 80/20), que sugere que 80% dos efeitos surgem a partir de apenas 20% das causas.

Um dos pontos que os profissionais de manufatura precisam incluir em seu 80/20 é a análise de como a Internet das Coisas (IoT) pode ser implementada na rotina dos processos fabris. A utilização de dados pode aumentar a eficiência na fabricação, gestão da cadeia de suprimentos e melhorar a satisfação dos clientes.

Mas o que é IoT? Basicamente, é uma tecnologia que garante a conectividade de dispositivos físicos através da internet, permitindo que eles coletem e troquem dados sem a necessidade de intervenção humana direta. Essa rede interconectada de objetos inteligentes cria um ecossistema tecnológico. Por exemplo, equipes que trabalham com TPM (Manutenção Produtiva Total) podem obter ganhos significativos em manutenção preventiva através da implantação de sensores e dispositivos conectados em máquinas e linhas de produção, obtendo dados em tempo real sobre o desempenho e a eficiência de suas operações. Isso possibilita o monitoramento preciso das máquinas e equipamentos, prevenindo falhas, otimizando processos, aumentando a disponibilidade dos equipamentos e evitando perdas de produção.

Além disso, a IoT pode ser aplicada na rastreabilidade de produtos, permitindo que as empresas acompanhem toda a cadeia de produção e logística, garantindo maior controle de qualidade do produto e das entregas.

Abaixo, alguns exemplos de como a IoT vem sendo aplicada em companhias que sabem que, no mundo competitivo de hoje, não há mais espaço para não ter IoT implementado em suas rotinas.

Aumento da Produtividade nas Fábricas

1-) Monitoramento em Tempo Real: Conforme citado anteriormente, a IoT permite o monitoramento contínuo das máquinas e processos de produção. Sensores instalados nos equipamentos coletam dados em tempo real, permitindo a identificação imediata de falhas e a realização de manutenções preventivas. Isso reduz o tempo de inatividade e aumenta a eficiência operacional. Por exemplo, a General Electric (GE) utiliza sensores IoT em suas turbinas para monitorar o desempenho em tempo real, permitindo a detecção precoce de problemas e a realização de manutenções preventivas, reduzindo o tempo de inatividade e aumentando a eficiência. Uma das principais estratégias em TPM é a aquisição de dados de máquinas em tempo real (amperagem, vibração, temperatura etc.), antecipando eventuais problemas e evitando quebras. Para isso, é essencial ter uma boa estrutura de IoT para garantir a eficiência do sistema.

2-) Automatização de Processos: Com a IoT, é possível automatizar diversas etapas da produção. Sistemas inteligentes podem ajustar automaticamente os parâmetros das máquinas para otimizar a produção, reduzir desperdícios e melhorar a qualidade dos produtos. Isso resulta em uma produção mais rápida e com menos erros. Por exemplo, a Siemens utiliza sistemas de automação em suas fábricas, que utilizam IoT para ajustar automaticamente os parâmetros das máquinas, sem interferência humana. Isso resultou em uma produção mais rápida, redução no tempo de setup e menos erros, além de uma redução significativa no desperdício de materiais. A Siemens também possui uma tecnologia chamada APS, com Inteligência Artificial, para otimizar o sequenciamento de produção, sincronizando e otimizando a utilização de recursos. O SAP também possui soluções similares aplicadas em diversas outras empresas.

3-) Gestão de Inventário: A IoT facilita o gerenciamento de estoques ao fornecer dados precisos sobre a quantidade de materiais disponíveis e a necessidade de reposição. Isso evita interrupções na produção devido à falta de insumos e reduz os custos associados ao excesso de estoque. Por exemplo, nos CDs da Amazon, a IoT é usada para rastrear o inventário em tempo real, onde sensores e robôs inteligentes ajudam a gerenciar os estoques de forma eficiente, garantindo que os produtos estejam sempre disponíveis e prontos para envio. Algumas montadoras, como Scania e Mercedes-Benz, possuem processos similares em suas plantas de produção.

4-) Análise de Dados Avançada: A coleta massiva de dados permite a análise detalhada dos processos produtivos. Com isso, as empresas podem identificar padrões e tendências, tomar decisões mais informadas e implementar melhorias contínuas. Por exemplo, a Bosch utiliza a IoT para coletar dados de suas linhas de produção e realizar análises avançadas, permitindo identificar gargalos e otimizar os processos produtivos, resultando em uma melhoria contínua da eficiência. É comum na indústria termos produtos com alta demanda, o que é ótimo para produção, e outros com volumes menores, mas importantes para a lucratividade do portfólio da empresa. Esse mix é um pesadelo para gestores de fábricas, mas o IoT, combinado com sistemas inteligentes que geram planos mestres de produção (MPS), agiliza a melhor tomada de decisão sobre o planejamento a ser feito.

5-) Produtos de Melhor Qualidade: A IoT contribui para a produção de produtos de alta qualidade ao permitir um controle rigoroso dos processos de fabricação. Isso resulta em produtos mais confiáveis e duráveis, aumentando a satisfação do cliente. Por exemplo, a Toyota utiliza a IoT para monitorar a qualidade dos veículos durante a produção, em tempo real. Sensores verificam cada etapa do processo, garantindo que os carros atendam aos mais altos padrões de qualidade, o que aumenta a satisfação dos clientes.

6-) Personalização em Massa: Com a IoT, as fábricas podem adaptar suas linhas de produção para atender a demandas específicas dos clientes. A personalização em massa permite que os consumidores recebam produtos que atendam exatamente às suas necessidades e preferências. A Nike implementou a IoT em suas fábricas para permitir a personalização em massa de calçados, onde os clientes podem personalizar seus tênis online, e a fábrica ajusta automaticamente a produção para atender a essas especificações. Antes do IoT, isso era praticamente impensável.

7-) Entrega Mais Rápida: A maior eficiência na produção e no gerenciamento de estoques permite que as empresas reduzam o tempo de entrega dos produtos. Clientes que recebem seus pedidos mais rapidamente tendem a estar mais satisfeitos com o serviço. Um bom exemplo vem da Zara, que utiliza a IoT para gerenciar seu inventário e logística de forma eficiente, permitindo que a empresa reduza o tempo de entrega dos produtos, garantindo que os clientes recebam suas compras rapidamente e sejam surpreendidos com a velocidade do atendimento. A indústria automotiva, com seus processos de produção puxada, exige de seus fornecedores cada vez mais agilidade em entregas com um controle eficiente de inventários. Por exemplo, é comum montadoras fazerem coletas em seus fornecedores poucas horas antes das peças serem aplicadas em sua linha de montagem dos veículos, ou seja, estoque zero.

8-) Suporte ao Cliente Proativo: A IoT possibilita o monitoramento remoto dos produtos após a venda. Isso permite que as empresas ofereçam suporte proativo, identificando e resolvendo problemas antes mesmo que o cliente perceba. Esse nível de serviço aumenta a confiança e a lealdade do cliente.

Conclusão

A Internet das Coisas (IoT) está revolucionando a indústria de manufatura, proporcionando ganhos significativos em produtividade e elevando a satisfação do cliente a novos patamares. Empresas que adotam a IoT estão melhor posicionadas para competir em um mercado cada vez mais exigente e dinâmico. Gerenciar os problemas diários para manter o negócio funcionando é essencial, mas os gestores de manufaturas devem ter em mente que, para obter melhorias disruptivas em suas empresas e manter-se competitivos no mercado, é primordial adotar tecnologias que não fazem parte de um futuro distante, mas sim de um presente real.

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