A Revolução da TV
Lembro claramente quando finalmente a MTV chegou em minha cidade. Dois amigos e eu fomos correndo até a loja eletrônica mais próxima e compramos nossas agora cobiçadas antenas UHF. Muito esquisitas por sinal, pareciam ser apenas argolas de arame. Será que iriam funcionar? Funcionaram. A imagem era horrível, mas agora tínhamos acesso a clipes e programas clássicos, como o Disk MTV com a Astrid Fontenelle.
Em seguida, eis que em um belo dia surge a primeira TV por assinatura. Mais uma vez, para acessar, era preciso uma antena especial, nada de cabos. Desta vez a instalação ficou por conta dos técnicos da empresa e logo em seguida tínhamos a disposição cerca de 20 canais, incluindo a finada Manchete, com sua gloriosa novela Pantanal. A imagem não era ótima, mas melhor que a da argola de arame. Bastava chover para precisar chamar o técnico para reposicionar a antena. Nesta época se reforçava a produção de shows de TV, como Alf, o ETeimoso, Magnum, Esquadrão Classe A, MacGyver, Barrados no Baile e muitos outros. Bons tempos.
Passam alguns anos e surge, agora sim, a TV a cabo. A grade de canais se expandia rapidamente, e logo já havia tantos que era impossível de ver e conhecer todos. Obviamente a conta começava a crescer, mas a qualidade e variedade faziam valer a pena. Muitos canais de filmes e em seguida, de seriados de TV, tais como Xena, a Princesa Guerreira, Friends, Seinfeld e Sex & The City.
E então surge a Internet, cada vez mais rápida e acessível, dando diversas opções de download (nem sempre legal) de filmes que estavam no cinema e ainda não haviam saído nas locadoras de, pasmem, fitas VHS e DVDs. Em seguida vem as lojas online de filmes e músicas, o YouTube e, finalmente, o streaming. O Netflix fez o pivot de “locadora pelo correio” para transmissão online de filmes pelas redes de dados. Que revolução! As locadoras tradicionais foram fechando, uma por uma, inclusive as muito famosas e internacionais, como a Blockbuster. A TV a cabo começa a sentir uma diminuição na quantidade de assinantes e a disputa por conteúdo com a HBO fez com que as empresas de streaming se lançassem ainda mais no patrocínio de seriados e filmes. Hoje a oferta é absurda.
Porém, o streaming também está caminhando rapidamente para o mesmo fim da TV a cabo. Estão surgindo diversas diferentes opções e não é possível nem prático ter todas. A disputa por conteúdo de empresas (como a Disney, por exemplo) é muito acirrada e faz com que o valor das assinaturas encareça cada vez mais. Para ficar entre as principais cito Netflix, HBO e Amazon Prime Video. Opções locais como GloboPlay também surgem, todas ansiosas por uma fatia do mercado.
Não sei qual será a próxima alternativa para vermos nossos filmes e programas de TV, mas percebo que, como tudo que é bom e dá dinheiro, a disputa será grande e no fim prejudicial para nós, os consumidores. Enquanto isto não acontece, ainda dá tempo de aproveitar. Vai lá, liga a TV, liga o streaming e divirta-se!