A revolução não será televisionada - mas estará disponível On Line
Foto/Airton Ramos: Segundo jogo da final no Estádio Couto Pereira

A revolução não será televisionada - mas estará disponível On Line

A famosa frase que dá nome a este artigo, de autoria do ativista pelos direitos civis americanos na década de 70, Gil Scot-Heron, nunca foi tão atual. A revolução agora é outra, pois vivemos na era digital e das metamorfoses que ela causa em nossas vidas. Sem dúvida, isto ficou evidente na inédita postura adotada por dois clubes brasileiros, Coritiba e Atlético-PR, que se recusaram a sucumbir empasses com a Federação Paranaense de Futebol e com conglomerados de mídia e transmitiram, ao vivo, pela primeira vez na história, a final de um campeonato de futebol pelo Facebook e pelo Youtube.

Isso anuncia que estamos presenciando a revolução e o império televisivo nas transmissões esportivas, jornalísticas e sociais, em geral, chegou ao fim. Mas não criemos alarde. A televisão hoje atravessa a mesma transição que outros veículos sofreram para se adaptar ao progresso tecnológico. Cinema, rádio e jornal impresso já ouviram que iriam acabar, mas, o que hoje está claro é que cada um tem seu valor, sua credibilidade e seu formato único. O que precisa ser constantemente revisto sim, é como este veículo está se adequando a nova realidade.

Por experiência própria, de torcedor coxa-branca, que vive em Rio do Sul-SC e não teria acesso ao primeiro jogo da final se não através da internet, digo que a iniciativa proporcionou uma quebra de paradigma na comunicação e também libertou centenas de milhares de pessoas que são apaixonadas por futebol e não pagam pay per view. É hora das emissoras se atentarem a isto e entenderem que a informação deve ser livre para se disseminar e chegar aos cidadãos.

Somente no jogo final do embate, mais de 350.000 visualizações foram registradas na página oficial do Coritiba no Facebook e mais 250.000 no canal do Youtube do Atlético-PR. Se projetado que pelo menos três pessoas estivessem na frente do computador naquele momento (é sabido que muitos estabelecimentos comerciais exibiram o confronto), seriam 1.800.000 expectadores recebendo o conteúdo, de graça, e em tempo real.

Além da audiência ter uma penetração mais efetiva, os custos ainda são minimizados e esta realidade que precisa ser entendida e compreendida, por veículos, patrocinadores e organizadores.

E esta realidade não se restringe a grandes clubes ou torneios milionários. Exemplo disso, aplicado na região do Alto Vale do Itajaí, foi a final da Copa Cebolão, que teve cobertura do Jornal Diário do Alto Vale (56.000 seguidores no Facebook) através de suas mídias digitais. As transmissões ao vivo do evento atingiram 134.742 visualizações ao total, sendo que no auge do campeonato, em um só jogo, foram 14.000 visualizações. Um retorno de investimento (Roi) aos patrocinadores muito relevante e - o sonho de qualquer gestor - totalmente mensurável. 

Os tempos são outros, apenas o que não mudou, foi o resultado do campeonato estadual no Paraná: meu Coritiba segue o maior do estado ;)

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