Rindo à toa
Nasci numa família grande, onde cada filho precisava desenvolver características pessoais para diferenciar-se dos demais. Quando elas não apareciam espontaneamente, alguém da família tratava de fazê-lo. Nunca me achei mal-humorada, mas toda vez que eu acordava e ia tomar café ouvia os mais velhos dizerem: lá vem a mal-humorada!
O fato é que o rótulo alterava meu humor de verdade.
Quando cresci e fui estudar e trabalhar em São Paulo, as pessoas que conviviam comigo nesses ambientes me diziam: sempre rindo. Você nunca acorda mal-humorada?
A nova referência não batia com aquela anterior e eu comecei a acreditar que não precisaria passar o resto da minha vida carregando uma imagem própria distorcida.
Comecei a acordar pensando em coisas boas e afastando pensamentos difíceis. Comecei a agradecer pela noite, pelo dia, pela vida antes de colocar os pés no chão. Comecei a me programar para enfrentar problemas e pessoas da forma mais leve possível. Meu humor já não dependia do que diziam, e sim, de como eu havia me programado para desfrutar o dia.
Eu decidi por trazer a alegria para junto de mim.
Hoje li a seguinte frase do Augusto Cury: “Felicidade não é obra do acaso, felicidade é um treinamento”. Eu concordo com ele. É possível se programar para ser feliz independente das circunstâncias ao redor, até porque felicidade é um estado de espírito e não pode se basear em fatos concretos para existir como estado.
A gente vai treinando aos poucos: sorrindo ao se olhar no espelho pela manhã (sim, o primeiro sorriso é meu), sorrindo ao ouvir o canto de um pássaro, ao olhar o sol nascendo, ao agradecer pelo café da manhã, por estar com saúde, por tudo que o dia trará, etc, etc, etc.
Meu sonho é trabalhar com pessoas programadas para a alegria. Faz tão bem e transforma o ambiente. As empresas podem e devem treinar pessoas para a alegria. Talvez esse seja o treinamento mais importante e colaborativo que uma empresa possa oferecer. Daí em diante a magia da multiplicação de emoções e sentimentos acontecem.
Eu acredito.