Rio Innovation Week 2024: Um pouco de tudo que vi por lá

Rio Innovation Week 2024: Um pouco de tudo que vi por lá

Que dias incríveis! Na última semana tive a oportunidade de ficar imerso por dois dias na Rio Innovation Week e quero compartilhar aqui um pouquinho dos principais insights que tive por lá. Vou separar por categorias mesmo que em muitas vezes a inovação fala por si só em todas elas.

> Inovação, empreendedorismo e liderança:

"Apaixone-se pelo problema, não pela solução"

Nesse painel com Uri Levine (co-fundador Waze) teve chuva de insights, destacando:

A maior parte das startups falha por criar soluções que ninguém precisa. A chave para o sucesso está em identificar e entender profundamente o problema do usuário.

Ao focar no problema, você estará mais próximo de criar uma solução que realmente faça a diferença na vida das pessoas.

A paixão pelo problema, a capacidade de aprender com os erros e a construção de uma equipe forte são os pilares do sucesso de uma startup.

  • Cometer erros rápido: Aprenda com os erros e ajuste sua solução rapidamente.
  • Ajuste do produto ao mercado: Seu produto deve se adaptar às necessidades do mercado, não o contrário.
  • A cultura da empresa deve ser focada em resolver problemas e aprender com os erros. Crie um ambiente onde as pessoas se sintam à vontade para dar e receber feedback.
  • Uma equipe coesa e com as habilidades certas é fundamental para o sucesso.
  • Líderes devem ser capazes de tomar decisões difíceis, mesmo que sejam impopulares.


No painel "Farani Stage | Se parar o sangue esfria" com Camila Farani, o Caito Maia contou um caso sobre sua relação com os franqueados. Certa momento os franqueados deram alguns feedbacks importantes, principalmente sobre a distância dele e falta de ouvir o que os franqueados tinham a dizer já ha algum tempo. Quando foi provocado o Caito entendeu que o precisava fazer: criar um canal para ouvir de forma constante.

E claro, teve pitch ao vivo para os corajosos que decidiram enfrentar os tubarões. Foi bem legal também ver a força e garra dos empreendedores, pois isso sempre inspira de alguma forma.

Painel "Inovar ou Morrer: a jornada das empresas rumo ao futuro"

Pedro Cardoso (Reserva), Flávia Carvalho Ribeiro (WayCarbon), Daniel Scharf (Dimensão Humana) e Patricia Seleri (Impact Hub) levaram insigths, seus desafios de inovação e alguns estratégias para emplacar as idéias inovadoras.


  • É preciso defender sua idéia dia a após dia. É difícil fazer ela emplacar. Logo, comunicação é essencial. Ter capacidade de vender a inovação.
  • Ambidestria: foco em projetos em curto prazo e que geram receita ao mesmo tempo em paralelo com projetos médio e longo prazo.
  • Ter uma abordarem Venture Capital: o de se aposta em vários projetos ao mesmo tempo, não ter apego a nenhum pois alguns não vão dar certo e aí vc tira. Então, foco total nos que deram certo. Foco é saber dizer não.
  • Para que uma inovação seja bem-sucedida, é fundamental que ela seja comunicada de forma eficaz, tanto internamente quanto externamente.
  • Comunicar desde a concepção da ideia e não somente na sua implementação. Não precisa esperar ficar totalmente pronta
  • Tentar tangibilizar o máximo da ideia do que se quer fazer. Levar algo mesmo que não esteja pronto, um desenho já mostra que você está investindo naquilo e acredita.
  • O erro faz parte. Ambiente de medo não gera inovação.
  • Pesquisa do Google observando diversas equipes e percebeu-se algo em comum nas de alto desempenho: o bom relacionamento e conexão entre os integrantes.


No painel "Regulamentação de novas tecnologias", o Francisco Bulhões (Prefeitura RJ) falou sobre a transformação do Rio em capital da inovação e para minha agradável surpresa, descobri que temos projetos como o Sandbox.Rio, pois viabiliza que as empresas inovadoras testem seus serviços ou produtos na cidade.

Foi incrível descobrir que temos a Wali um serviço de aluguel de carros com a a mesma comodidade de alugar um patinete, ou seja, é a abrir o app para destravar as portas e sair com o carro.

Reprodução

E claro, os patinetes voltaram com tudo na cidade e agora temos a @woosh. Tomara que esse serviço seja consolidado de vez.

O Centro Metropolitano será o novo Distrito de Data Centers, reunindo as empresas em um ecossistema único.


> O uso da IA no mercado de trabalho:

O Ricardo Wagner (Microsoft) levou os últimos dados e as tendências sobre o uso da IA no mercado de trabalho.

Três descobertas se destacaram em 2024:

  1. Os funcionários querem a lA no trabalho—e não vão esperar que as empresas se atualizem.

  • BYOIA: 78% dos funcionários levam suas próprias ferramentas de IA para o trabalho. Preocupante pois podem estar compartilhando informações internas gerando risco de segurança e para gestão da TI (ShadowAI).

  1. A ascensão do usuário avançado da IA — e o que isso revela sobre o futuro.
  2. Para os funcionários, a lA eleva o nível e ultrapassa o limite máximo da carreira.


Impulso da IA

  • 79% acreditam que a lA é um imperativo para os negócios
  • 60% não têm um plano e uma visão para implementá-la
  • 59% preocupam-se em quantificar os ganhos de produtividade da IA


O novo imperativo de contratação. A aptidão para IA ocupa o centro das atenções

  • 77% Líderes dizem que talentos em início de carreira terão maiores responsabilidades devido à IA
  • 71% Líderes são mais propensos a contratar um candidato menos experiente com habilidades de IA do que um mais experiente sem elas
  • 66% Os líderes não contratariam alguém sem habilidades em IA


A adoção da IA depende do quanto a empresa está pronta pra isso.


  • A IA é inevitável: Tratem esta oportunidade de frente. Quem usa já não tem volta.
  • A IA remove barreiras: Criem as condições com o bom uso do Copiloto
  • A IA inclui: Adaptem ambientes e ferramentas para que todos pertençam. Pensar em AI para acessibilidade. Exemplo de um funcionário da Microsoft que é cego e usando o Copilot consegue criar documentos e apresentações por comando de voz.


> Computação quântica

No painel "O Futuro da Computação Quântica e Inteligência Artificial" com Miguel Paredes Quiñones (Dell), Guilherme Temporão (PUC-Rio), Nara Avila Moraes (Pesquisadora Universidade de São Paulo), e Marcel Nobre (BetaLab).

A computação quântica é, sem dúvida, a próxima grande onda tecnológica, destinada a desencadear uma revolução sem precedentes. À medida que superamos desafios como a correção de erros e a miniaturização dos qubits, nos aproximamos desse futuro inovador.

  • Os computadores quânticos ainda são pouco acessíveis mas é possível usá-los por meio de serviços em nuvem (Microsoft Quantum, Amazon Braket)

Desafios:

  • O desafio tem sido criar computadores quânticos que sejam confiáveis o suficiente no mundo real para superar consistentemente os computadores convencionais.
  • É só para cientistas? Estão sendo construídas as camadas de abstrações, através de algoritmos quânticos. O futuro deve ser mais modular, ou seja, não precisar saber tanto da arquitetura para desenvolver software quântico. Terá algo traduzindo o que você está operando para o nível físico do computador.
  • Chips de silício ‘superpuro’: prometer auxiliar na estabilidade e redução de eventuais erros computacionais nos computadores quânticos.
  • Não há um consenso claro sobre quando a computação clássica será substituída pela quântica, mas há expectativas que o progresso parecerá relativamente estável até 2030. Depois disso, as máquinas devem apresentar um aumento acentuado em seus recursos, de forma semelhante à maneira como os sistemas de IA que se desenvolveram lentamente nos últimos 15 anos se tornaram muito mais sofisticados 2 anos atrás.

Riscos:

  • Como proteger dados criptografados?

- Um computador quântico pode processar e analisar muitas combinações possíveis ao mesmo tempo. Essa capacidade de processamento amplificado tem um impacto direto na segurança da criptografia atual.

- Eles podem, em teoria, desvendar os sistemas criptográficos que protegem as criptomoedas em um piscar de olhos.

- Exposição de segredos militares, etc.

  • Brasil ficar de fora da corrida de computação quântica, pois a tecnologia não será facilmente exportada por vantagem estratégica. "Sem iniciativas quânticas por aqui, estamos à mercê do restante do mundo. As tecnologias quânticas como um todo são uma questão de soberania nacional"



> Cybersecurity:

A PwC Brasil e seus convidados discutiram sobre a defesa cibernética com o uso da inteligência artificial e levou muitos dados do relatório Global Digital Trust Insights de 2024.

Captura da apresentação na RIW 2024.

Com a utilização da IA e orquestração, é possível alcançar um nível de SOC que deixa de ter analistas atuando em nível operacional para focar apenas em acoes em que realmente importam.

  • Nível 1: Reativo (Proteção nos dispositivos, EDR, Orientado a eventos)
  • Nível 2: Proativo (XDR, Múltiplas origens de dados, Analytics / UEBA)
  • Nível 3: Automatizado (XSOAR, Playbooks automatizados, Respostas em todos os setores)
  • Nível 4: Preditivo (Gestão de sup ataque, Zero Trust, Inteligência de ameaça)


A IA generativa em ascensão para a defesa cibernética

Pesquisa DTI:

As plataformas estão licenciando seus grandes modelos de linguagem (LLMs) junto com suas soluções tecnológicas cibernéticas. O Microsoft Security Copilot, por exemplo, pretende fornecer recursos de GenAI para a gestão da postura de segurança, resposta a incidentes e elaboração de relatórios. Já o Google anunciou o Security AI Workbench para uso semelhante.

A PWC levou um case real no SOC deles, onde em um dia são processados 5.6B de eventos e com o uso da IA e orquestração, apenas 350 vão para uma análise automatizada, 150 manual e 0 incidentes foram confirmados. Levam apenas 10 segundos para detectar e 7 minutos para responder.

Exemplo de automação: IA identifica um host comprometido, através de uma automação abre chamado no sistema da empresa, isola a máquina e resolve sem intervenção humana.

Captura da apresentação na RIW 2024.

Só metade está satisfeita com suas capacidades tecnológicas cibernéticas

Pesquisa DTI:

O desafio não é a falta de ferramentas ou investimentos. É, na verdade, descobrir como a organização pode colher seus benefícios. Sua arquitetura de TI é complexa demais para proteger adequadamente a empresa? Os agentes de ameaça encontram gaps em sua defesa com facilidade?

Definir um padrão: a simplificação do ambiente é essencial para alcançar o nível 4 (automação / nível preditivo). Ambientes com ferramentas similares precisa ser padronizado pra simplificar. e também contribui para

Além disso é necessário ter um inventário assertivo de assets traz a noção real de saber o que temos no parque.

Segurança da nuvem: principal ameaça e investimento – mas a gestão deixa a desejar


Pesquisa DTI:

Quase todas as organizações (97%) têm lacunas em seus planos de gestão de risco na nuvem. Somente 3% mantêm planos atualizados que abordam todas as nove áreas de segurança.

Fundamental ter um playbook para cada tipo de ameaça para reagir aos casos. Por exemplo, ao detectar uma ameaça, se não soubermos como ou onde bloquear uma regra no firewall, de nada adianta. Não adianta toda tecnologia se não tem os processos bem definidos. 


É isso pessoal, no início minha intenção era trazer apenas bullet points mas foi tanta coisa que anotei na hora de passar a limpo foi desenvolvendo um artigo, que alias é o meu primeiro por aqui.

Até!

Flávia Carvalho Ribeiro

Comunicação | Estratégia | ESG | Sustentabilidade | Reputação | Imprensa | Marketing | Digital | Mudança Climática

3 m

Muito bom ver o seu relato e a curadoria interessante do que vc trouxe, um resumo enxuto de insights sobre o que discutimos no painel. Que bacana ver esse conhecimento sendo compartilhado! Sucesso Thiago Ferretti ! Te seguindo!

Godwin Josh

Co-Founder of Altrosyn and DIrector at CDTECH | Inventor | Manufacturer

4 m

It's fascinating how Rio Innovation Week blends AI advancements with sustainable development initiatives. Given the emphasis on responsible AI deployment, were there any discussions on integrating explainable AI techniques into solutions addressing Brazil's environmental challenges, particularly in areas like deforestation monitoring and biodiversity conservation?

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