RIP Big Data
Antes de começar este artigo, queria agradecer a todos que reservaram “5 minutos” do seu tempo para ler o antigo anterior, curtir e compartilhar – hoje em dia, onde todos sofremos de agorafobia, reservar 5 minutos é algo raro e agradeço de coração!!
No post anterior, falamos sobre os falsos profetas de Indústria 4.0 que vendem a pílula da felicidade e se esquecem de avaliar os níveis de maturidade da indústria brasileira e propor algo que seja “palatável” em uma jornada gradual de ganhos com tecnologia – BIG BANG não existe mais, temos de evoluir gradativamente.
Neste post falaremos sobre como transformar dados em inteligência operacional com analíticos e SMART DATA.
“Descanse em Paz Big Data”
Quantos aqui já ouvimos a frase de que “quando mais dados gerarmos, melhor”, “que nossa indústria tem o dever de se conectar para gerar um BIG DATA industrial”?
E lá vem a polêmica!!!!
Não que eu discorde, muito pelo contrário, sou partidário do fato de que precisamos sensorizar, precisamos instrumentar, precisamos gerar dados, mas como diria a propaganda “velocidade não é nada sem controle”, "dados não são nada sem inteligência aplicada", acredito que precisamos nos armar de ferramentas que nos ajude a dissecar, digerir e transformar essa enxurada de dados em informações simples, de contexto, de fácil uso e que seja inteligente o suficiente para tornar a nossa decisão mais ágil e de valor ao negócio.
É nesse contexto que acredito, junto com outros colegas, que o conceito de SMART DATA vai tomar lugar ao BIG DATA.
“Ele está entre nós”
Sim, o conceito de smart data (ou seu irmão chamado de analítico) já nos rodeia há muito tempo!!!!
Quando utilizamos aplicações que nos orientam no trânsito frente à diversas informações coletadas (Waze), aplicações que traduzem dados de movimento em indicadores de saúde (smartwatches, fitbit), aplicações que geram alertas de melhor compra com base em dados de demanda, estamos trabalhando já com o conceito de smart data mesmo que de maneira involuntária – e que bem que nos fazem certo? Quantos aqui somos dependentes do Waze até para ir em lugares que já são conhecidos?
O uso de Smart Data para nos apoiar em interpretar esta grande quantidade de dados que nos envolve diariamente se transforma em um vício – em algo que precisamos consultar para trazer retorno à nossa vida, seja por um caminho melhor, por um radar de velocidade que nos informa, por comentários de buracos na via e muitos outros usos – sim, smart data esta em nosso cotidiano e nos ajuda.
“Na Indústria não tem de ser diferente”
Mas ainda é!!!
Pois ainda é comum encontrarmos diversas indústrias, em distintos segmentos, que ainda não tratam seus dados gerados, que ainda tentam compilar estes dados de diversas planilhas Excel, que ainda tentam correlacionar distintas ilhas de dados em um dashboard que lhes ofereça algum contexto para uma tomada de decisão.
Mas também não posso cair no mesmo erro, dos profetas que citei, e dizer que é fácil chegar lá!!
Não é, mas nunca será se não começarmos por um ponto de partida – precisamos nos estruturar e começar a tratar os dados como um bem capital, um bem analítico que nos gera valor no cotidiano de operação industrial.
De nada adianta eu informar ao meu operador todos os bits gerados pelo motor e inundá-lo com dados e não tornar o seu trabalho mais fácil - precisamos pensar na atividade do operador e como compilar dados em analíticos ou smart data que lhe facilitem o dia a dia - talvez um cockpit de indicadores, talvez um sumário de alertas de predições de falhas, talvez um analítico com ordens de manutenção do ERP correlacionadas com um alarme do supervisório - ou seja, como transformar os dados em algo útil ao usuário - smart data, seja bem-vindo.
Precisamos de ferramentas e recursos que nos permitam transformar essa massa e ilhas de dados em insights, em smart data e em analíticos que nos permita sair do modo reativo para o modo prescriptivo, a ponto de informar aos nossos operadores não só o funcionamento de uma esteira, não só o histórico de seu funcionamento ou predição de falha, mas o que ele deve fazer frente a uma situação ou comportamento que está sendo previsto graças ao analítico ou smart data,
Na indústria, precisamos de soluções que gerem analíticos de performance, de falhas, de indicadores e KPIs sobre nossos processos, equipamentos e nos ajude a monetizar o uso deste smart data em impactos em disponibilidade, MTBF, MTTR e aumento de produtividade,
Nossos equipamentos falam!!!
Sim, precisamos também de recursos para implementar analíticos e smart data próximo aos nossos equipamentos, gerando indicadores preditivos de consumo de energia, desvios de qualidade, alertas de falhas e deteccção de anomalias e permitir maior proatividade em nosso cotidiano do chão de fábrica,
E falando a real? Casos de aplicações de smart data não faltam viu - garanto que se procurar na sua indústria vai achar ,e como costumo dizer, aplicação de smart data é "cada enxadada, uma minhoca" - sempre encontraremos como transformar dados em smart data útil ao seu usuário.
E deixo aqui uma nova reflexão - o que você está fazendo para trazer SMART DATA para sua indústria?
Curte, comente, compartilhe - fala comigo!!!
Até o próximo post
Economista |Professor Pontifícia Universidade Católica de Goiás | Mercado Financeiro | Comentarista Econômico
5 aExcelente análise sobre a morte do big data!
Data Analytics & Machine Learning Specialist
5 aNo setor de Mineração, o Big Data praticamente começou com o advento dos sistemas ERP (dados de negócio) e PIMS (dados de chão-de-fábrica). O PIMS, por exemplo, que há 20 anos atrás era tido como uma inovação tecnológica em termos de dados, hoje é considerado como algo "default" em qualquer nova planta de mineração. Mas passados 20 anos, ainda se observam muitas deficiências no uso pleno de um sistema PIMS, ou seja, ainda não houve uma "maturação" realmente plena no uso dessa tecnologia de dados. Muitas operações ainda não aprenderam como tirar o máximo proveito dos sistemas de dados/informações que têm em mãos hoje, cada uma com suas próprias razões, tecnológica culturais e políticas. O grande problema está em não reconhecer essa limitação em evoluir e ganhar maturidade. E isso abre brechas para que muitos "vendedores de ilusão" proponham soluções mágicas em Big Data, que certamente tropeçarão na baixa maturidade em usar tecnologias de dados. Não se pode aprender a correr, sem antes aprender a andar. O Big Data não deixará de existir, ele continuará sendo a pedra fundamental do Smart Data. Evoluir na maturidade em usar o Big Data será a chave para ter os benefícios plenos do Smart Data.
Gerenciamento de Projetos l Gestão por Processos l Gestão da Qualidade l Vendas
5 aRafael Cazazza Ambrosio
Competitiveness & Performance Director
5 aParabéns pela abordagem! Precisamos mesmo avançar com soluções que utilizem melhor os dados já disponível nas plantas! Particularmente acho uma insanidade investir em mais sensoriamento, IoT, etc sem nem ao menos usarmos bem os dados que já temos! Concordo que o conceito SMART é essencial para alcançarmos novos níveis de eficiência, mas também acho prudente entender bem que em algumas situações de modelagem de “analíticos”, onde nos deparamos com milhões de registros e em formatos distintos, teremos que lançar mão de algumas soluções de manipulação e processamento de grande massa de dados, apresentadas hoje no mercado como “Big Data”. Temos que alavancar o SMART, tomar cuidado os “vendedores de ilusão”, mas não devemos condenar o “Big Data” indiscriminadamente! Parabéns! Grande Abraço!
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5 aThanks for share Christian, good article. Agree, Smart Data adds more value than just big data.