Riscos Psicossociais no Ambiente de Trabalho: Estratégias para uma Gestão Eficiente
Em um mundo corporativo onde a eficiência e a produtividade são continuamente valorizadas, a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores muitas vezes são negligenciados. No entanto, os riscos psicossociais no ambiente de trabalho têm um impacto direto no desempenho organizacional e na sustentabilidade dos negócios. Empresas líderes de mercado estão aprimorando suas estratégias de gestão para mitigar esses riscos, compreendendo que uma força de trabalho saudável é a chave para o sucesso a longo prazo.
Os riscos psicossociais referem-se a aspectos do design e gestão do trabalho, bem como seu contexto social e ambiental, que têm o potencial de causar danos psicológicos ou físicos. Eles incluem pressão excessiva, assédio moral, violência no trabalho, falta de apoio organizacional e desequilíbrio entre vida pessoal e profissional. Richard Branson, fundador do Virgin Group, afirma: "Cuide de seus funcionários e eles cuidarão do seu negócio." Esta frase reflete a essência do porquê a abordagem aos riscos psicossociais é crucial. Os funcionários que se sentem suportados em suas necessidades psicológicas estão mais propensos a serem engajados, criativos e leais à organização.
O estresse relacionado ao trabalho é um dos principais riscos psicossociais. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que o estresse no trabalho está associado a uma série de problemas de saúde, incluindo depressão, ansiedade e doenças cardiovasculares. Além disso, o assédio moral e sexual, que não apenas violam a dignidade dos indivíduos, cria um ambiente tóxico que impacta negativamente a moral e a produtividade. Peter Drucker, renomado consultor de gestão, declarou: "O que é medido, é gerenciado." A sobrecarga de trabalho pode ser medida e gerenciada com estratégias eficazes, como a delegação adequada e o planejamento de recursos.
Fomentar um ambiente de trabalho saudável é essencial e algumas empresas são conhecidas por suas culturas corporativas que valorizam o bem-estar dos funcionários, resultando em altos níveis de satisfação no trabalho e baixa rotatividade. Empresas devem adotar políticas de bem-estar que promovam a saúde mental, como programas de assistência aos empregados, horas de trabalho flexíveis e atividades de bem-estar no local de trabalho. Além disso, capacitar gestores e colegas de trabalho para reconhecer e abordar os sinais de estresse e outros riscos psicossociais é crucial. Isso pode incluir treinamentos regulares sobre saúde mental e técnicas de gestão de estresse.
Envolver os colaboradores na criação de um ambiente de trabalho saudável é fundamental. Iniciativas de feedback contínuo, onde os funcionários podem expressar preocupações sem medo de represálias, ajudam a identificar e mitigar riscos mais cedo. Fomentar políticas que permitam um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional é essencial. Empresas que oferecem opções de trabalho remoto e horários flexíveis têm visto aumentos na satisfação dos colaboradores e na produtividade.
Ainda, é importante ressaltar a necessidade de atenção a fatores externos ao trabalho, os quais também podem afetar sensivelmente o nível de estresse - e, por consequência, de produtividade e eficiência. Situações como a pandemia do COVID-19, bem como a catástrofe climática ocorrida no Rio Grande do Sul (maio, 2024) afetam significativamente a capacidade produtiva, pois expõe o funcionário - diretamente ou indiretamente (quando ele não está vivendo o problema, mas sabendo que seus familiares e amigos estão) - a fatores de incerteza, insegurança e medo. Portanto, atenção ao contexto no qual estão inseridos os membros de cada time é uma necessidade crescente.
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Cientes da relevância, algumas empresas fornecem suporte físico e mental aos funcionários, o que ajudou a reduzir significativamente as taxas de absenteísmo e melhorar o engajamento dos colaboradores. Um exemplo que vem se expandindo dentro das organizações é a implementação de programas de mindfulness, aplicativos que – uma vez sincronizados com outras plataformas empresariais – medem a quantidade de atividade física dos colaboradores: além de contribuir para a saúde física, se torna algo divertido. Isso não só melhora a satisfação dos funcionários, mas também promove uma cultura de apoio e resiliência. Isso pode ocorrer através de parcerias financeiramente atrativas, que - além de contribuir para a produtividade e expansão do networking - também se tornam uma vantagem competitiva para atrair talentos.
O estudo realizado pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (“Psychosocial Risks and Stress at Work”, 2016) indica que a criação de Comitês para avaliação de estruturas internas da empresa, bem como feedbacks contínuos precisam conter a participação dos funcionários para atingirem maior efetividade.
Ademais aos riscos citados, uma causa comum de estresse e depressão no ambiente de trabalho é a exclusão do funcionário em decisões que lhe afetem sensivelmente. Para isto, alinhamento de metas, participação sobre lucros e alterações nos regimes de trabalho se tornam assuntos que requerem a participação do funcionário, sob pena de causar exposição demasiada a riscos psicossociais.
A Associação Americana de Psicologia (American Psychological Association) publicou um estudo em 2017 concluindo que há aumento significativo de eficiência quando as empresas desenvolvem formas de proporcionar reconhecimento, incentivo ao crescimento e sensação de apreciação. Organizar atividades formais e informais que possibilitem vários colaboradores momentos de fala, escuta e trocas de experiências/aprendizados possibilitam maior pertencimento à empresa, bem como diminuem os riscos citados.
Mitigar os riscos psicossociais no ambiente de trabalho não é apenas uma questão de responsabilidade corporativa, mas uma estratégia de negócios inteligente. Henry Ford disse: "Reunir-se é um começo; manter-se juntos é progresso; trabalhar juntos é sucesso." Ao reconhecer e abordar os riscos psicossociais, as empresas estão construindo uma base para um ambiente de trabalho mais feliz, saudável e produtivo. A empresa que adota um compromisso sério com o bem-estar psicossocial de seus colaboradores não só protege sua força de trabalho, mas também fortalece a sustentabilidade e a resiliência organizacional. Tal abordagem transformadora é o caminho para um futuro corporativo mais equilibrado e próspero.
Sócio proprietário na Santos & Rocha Advogados Associados
5 mMuito bom poder trabalhar contigo neste artigo. Espero que os amigos gostem!
Eu aceito.
Muito utl
Founding partner | Lawyer | Investor | Board Member | Founder Grupo Conselheiras
5 mVerdade. Parabéns
Controller | CFO | Diretoria | Finanças | Conselho fiscal | Conselho Consultivo
5 mAlessandra Almeida e Fabio Rocha Garcia! Excelente! Vamos cuidar das pessoas!!! Com pessoas em ambientes agradáveis o risco é menor. Vamos rumo ao corporativo mais equilibrado e próspero!