São os idosos vilões da sinistralidade?

São os idosos vilões da sinistralidade?

Por Sílvia Jaldin .


Definição de Idoso no Brasil

A legislação brasileira considera idosa a pessoa com 60 anos ou mais, conforme definido pela Política Nacional do Idoso (instituída pela Lei Federal 8.842, de 1994) e pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 2003).

Envelhecimento da População e Seus Impactos

Projeções do IPEA indicam que, em 2100, a proporção de idosos no Brasil deve alcançar 40,3% da população, enquanto em 2010 essa proporção era de apenas 7,3%. O aumento da população idosa está acontecendo de forma rápida e progressiva, sem uma correspondente melhoria nas condições de vida.

Sinistralidade no Sistema de Saúde Suplementar

No Sistema de Saúde Suplementar, existe uma prática que permite reajustes nos valores dos planos de saúde por faixa etária. A variação da mensalidade ocorre de acordo com a idade do beneficiário e só pode ser aplicada nas faixas autorizadas. Essa prática é baseada na premissa de que, à medida que a idade avança, os cuidados de saúde se tornam mais necessários e a utilização de serviços de saúde aumenta.

Limites e Reajustes por Faixa Etária

A última faixa etária permitida para reajustes é de 59 anos ou mais, podendo atingir até seis vezes o valor da primeira faixa (0 a 18 anos). O desafio é encontrar maneiras para que a população brasileira, que está envelhecendo, possa viver mais e com melhor qualidade, causando menos impacto nos custos da saúde.

Importância da Atividade Física e da Qualidade de Vida

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Iowa, publicada no British Journal of Sports Medicine, concluiu que treinos de força reduzem a mortalidade em idosos, mesmo sem associação a atividades aeróbicas. Outro estudo da Universidade Católica Portuguesa revelou que a alimentação, a prática de exercício físico e as relações familiares e sociais são fundamentais para a qualidade de vida dos idosos.

Fatores de Risco e Processos de Envelhecimento

Estudos identificam que idosos expostos a fatores como sedentarismo, má alimentação, baixa qualidade de sono e problemas de saúde mental enfrentam um processo de envelhecimento menos natural, acompanhado de dificuldades financeiras, doenças e baixa qualidade de vida.

Conceito de Envelhecimento Ativo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) introduziu, em 2005, o conceito de "envelhecimento ativo", que envolve a otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, visando melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem.

Abordagem Holística e Prevenção de Doenças

Para minimizar os riscos de adoecimento, é essencial promover atividade física e alimentação saudável, além de tratar as pessoas de forma holística, respeitando suas crenças e valores. Instituir programas de planejamento que incluam aspectos financeiros, físicos e mentais é crucial para um envelhecimento saudável.

Avanços Tecnológicos na Saúde e Desafios Específicos

As melhores práticas assistenciais e as tecnologias têm auxiliado na redução da severidade das doenças, mas é necessário agir preventivamente para evitá-las. Em áreas como a ortopedia, os benefícios são ainda mais previsíveis em comparação com outras, como a oncologia.

Deficiências na Produção Científica sobre Envelhecimento

A escassa produção científica sobre a transformação do processo de envelhecimento, especialmente em relação às questões nutricionais, precisa ser ampliada para melhor atender às necessidades da população idosa.

Avaliação de Municípios e Planejamento para a Longevidade

Iniciativas como a avaliação do Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL) são essenciais para preparar os municípios para o envelhecimento de suas comunidades.

Necessidade de Mudança no Modelo de Atenção à Saúde do Idoso

O modelo atual de atenção à saúde do idoso no Sistema de Saúde Suplementar é considerado ineficiente e caro, focado no tratamento de doenças em internações hospitalares. É urgente promover uma mudança de estilo de vida que permita um planejamento para a longevidade, abrangendo saúde, trabalho, vida pessoal e financeira.


Sílvia Jaldin : Gerente Médica de Gestão de Saúde e Risco na XIPP Benefícios | Consultora Sênior em Saúde Suplementar | Fundadora da Sociedade Brasileira de Auditoria Médica | Professora Tutora da Liga Acadêmica de Inovação, Finanças e Empreendedorismo da Faculdade de Medicina de Santo Amaro.

Laura da Silva Elias

Farmacêutica I Docente I Gestão de Projetos l Gestão em Saúde I COO da MyDIGICARE

2 m

A Startup MyDIGICARE tem um serviço inovador pra reduzir os custos das operadoras e promover qualidade de vida e bem-estar. Pensamos no envelhecer saudável!! Venham nos conhecer!! www.mydigicare.com.br

Kelly Santos

Co-Founder & CEO @vitalHealthtec | Expert in Health Tech Innovation | Gestão de Qualidade em Saúde Suplementar

2 m

No âmbito do sistema de saúde suplementar, acredito em várias causas, e uma das principais é a falta de acompanhamento adequado para os beneficiários. Além disso, a omissão de informações durante a contratação dos planos, às vezes incentivada por outros, agrava a situação. Sem linhas de cuidado específicas e acompanhamento contínuo, os custos aumentam consideravelmente, especialmente com o envelhecimento da população. A prevenção, por meio de programas voltados ao envelhecimento ativo e ao tratamento holístico, é uma solução viável para reduzir esses custos e melhorar a qualidade de vida dos beneficiários. É essa identificação prévia durante a aquisição do plano é extremamente importante!

Sílvia Jaldin

Gerente de Gestão de Saúde XIPP

2 m

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