Série de Artigos FRASES DE EFEITO Artigo 2 - "Vale a pena trocar o certo pelo duvidoso?"​

Série de Artigos FRASES DE EFEITO Artigo 2 - "Vale a pena trocar o certo pelo duvidoso?"

Nós, seres humanos, vivemos em constante mudança. A primeira mudança relevante acontece logo ao nascermos. Após o nascimento, o recém-nascido terá de iniciar a respiração em poucos segundos e algumas vezes não ocorre uma adaptação imediata à vida extrauterina. Esse é nosso primeiro desafio.

Com o passar do tempo as mudanças continuam ocorrendo. Pode ser uma mudança de endereço, mudança de escola, mudança de cenário provocada pela separação do pais, por exemplo, entre outras. E existem as mudanças relacionadas à vida profissional.

Toda mudança, mesmo que seja para melhorar uma condição, gera certo grau de ansiedade, isso é totalmente normal. Mudanças associadas a carreira profissional podem gerar um grau maior de ansiedade devido ao fato de envolver vários outros aspectos da vida.

Nesse momento, quando surge a oportunidade de aceitar mudanças relacionadas ao trabalho, é que vem o questionamento: "vale a pena trocar o certo pelo duvidoso?". Eu já me perguntei isso algumas vezes e você? Já fez essa pergunta a si mesmo? Já ouviu essa pergunta feita por outra pessoa? Com certeza sim.

Eu gosto de compartilhar minhas experiências cada vez que publico um artigo. Nesses mais de 25 anos de carreira profissional e algumas circunstâncias vivenciadas, posso afirmar logo de cara que não existe uma regra fixa que possa oferecer uma resposta à pergunta.

É preciso avaliar friamente todas as circunstâncias e cenários envolvidos. A título de exemplo, você pode se perguntar: Se essa oportunidade de emprego não der certo, eu tenho um plano B? Tenho uma outra fonte de renda que seja suficiente até encontrar um novo emprego? Se eu permanecer no emprego, quais vantagens vou manter? Quais os prós que justificam permanecer nesse trabalho?

Eu já passei pelos dois cenários, nos cantos opostos. Já me arrependi por não ter aceito propostas de trabalho e já me arrependi por aceitar também. Certamente duas ocasiões foram mais marcantes. Na primeira eu teria que mudar de Estado e isso envolve mudar uma série de outras coisas, como me adaptar à nova localidade. Na segunda, eu deixaria de ser funcionária contratada em regime CLT e me tornar MEI.

No caso da primeira eu não aceitei e para falar a verdade, a proposta nem mesmo chegou a se concretizar. Quanto à segunda, eu aderi e nela estou até hoje. Presto serviços na área administrativa financeira como freelance e em paralelo e de forma complementar, trabalho como motorista de aplicativo.

O meu conselho, com base em experiência própria é que se faça uma análise de todos os aspectos envolvidos, TODOS mesmo! No meu caso em específico, eu não me atentei apenas às questões financeiras, mas também às questões emocionais. Não me arrependi dessa decisão, tomada há quase três anos, mas confesso que precisei enfrentar vários desafios. A disciplina talvez tenha sido o maior deles.

Faça uma auto análise. Peça a opinião de pessoas de confiança (muitas vezes quem está de fora da situação enxerga melhor todo o contexto). Converse com sua família e amigos achegados. Neste caso específico não vou dizer que você deve seguir seu coração, você deve seguir a razão!

É preciso arrazoar também que nos dias atuais, devido aos impactos de um cenário pandêmico, não existe algo realmente "certo" ou algo realmente "duvidoso". Quem diria, por exemplo, que a Ford fecharia as portas da sua unidade em São Bernardo do Campo? Talvez alguns dos funcionários que perderam seu emprego receberam propostas lá atrás e recusaram porque não queriam trocar o certo pelo duvidoso. Mas o certo deixou de ser certo.

Particularmente, sempre chamo a atenção para a questão do equilíbrio. Acredito não ser coerente ficar pulando de galho em galho, ou seja, ficar mudando de emprego constantemente, toda vez que surge uma nova proposta. Ao mesmo tempo, não acredito ser coerente ficar estagnado em um emprego, anos à fio, recusando propostas que claramente são melhores. É preciso identificar a diferença entre estabilidade e comodidade.

Enfim, vale a pena trocar o certo pelo duvidoso? Essa resposta está no seu íntimo. Somente você é quem pode responder. Seja qual for sua decisão e as consequências dela, lembre-se que no fim tudo serve de aprendizado.

Ana Carla Ribeiro Silva

Gestora de Tráfego Pago Consultora de Marketing Digital Analista Financeiro

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Agradeço por compartilhar sua experiência. 😉

Eu amo ler sobre esses temas que envolvem às grandes mudanças. Recentemente, mais especificamente em julho de 2021 me deparei com a possibilidade de fazer uma mudança gigantesca na vida. De um lado estava meu emprego onde eu iria completar 5 anos, uma vida sem tempo para o meu filho, um salário e quase não supria as necessidades básicas (eu fazia renda extra), pois além de aluguel eu arcava com o alto custo de deslocamento entre casa e trabalho, algumas horas perdidas neste mesmo trajeto, cansaço mental por estar debaixo de uma gestação sanguessuga. Por outro lado eu poderia viver no interior (sonho antigo), numa chácara, numa cidade tranquila, sem trânsito e de quebra me livrar do ambiente corporativo pesado de antes, porém, emprego seria uma questão complicada. Ponderei minuciosamente todos os prós e os contras, conversei com a minha família e após eu ser informada que teria rede de apoio nesta mudança eu decidi me mudar! Pedi demissão e saí livre, leve e saltitante em direção ao meu sonho. Hoje, já morando no interior, tenho feito o que antes era renda extra a minha função principal, estou vendo meu filho crescer e não me arrependo da decisão que tomei! Realmente cada indivíduo deve analisar tudo o que está envolvido!

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