Síndrome de Burnout: não deixe que ela destrua sua saúde
Esse é um alerta sobre a gravidade da Síndrome de Burnout, que já atinge 30 dos 100 milhões de trabalhadores brasileiros. Esse número mostra um panorama gravíssimo e nos deixa em segundo lugar no ranking mundial de países que mais sofrem com a doença.
Em minha profissão, acompanho de perto dezenas de casos, tanto na prática clínica quanto como head de psicologia na Vittude . Por isso resolvi trazer neste artigo alguns alertas e os sintomas mais comuns desse inimigo oculto no trabalho.
O primeiro alerta é sobre o fenômeno de normatização do excesso de trabalho e do extremo cansaço. Não, eles NÃO são normais, especialmente quando acontecem com frequência. Se você tem pouco tempo para descansar e para o lazer e está exausto de tanto trabalhar, não diga a si mesmo que esse é o comprometimento esperado, que está tudo bem com esse quadro.
Além do excesso de trabalho, outros fatores como conflitos constantes no trabalho, competitividade e pressão por resultados, especialmente quando as metas são inatingíveis, são sinais de que o ambiente profissional é um catalisador de problemas de saúde mental dos seus funcionários
Principais sintomas: como reconhecer o Burnout?
Fique atento aos principais sintomas do Burnout: agressividade, isolamento, ausência no trabalho, problemas de memória e concentração, irritabilidade, mudanças muito bruscas de humor, pessimismo, ansiedade e baixa autoestima.
Também são comuns sintomas físicos como: dor de cabeça, insônia, dores musculares, sudorese, palpitação.
Como essa síndrome se relaciona especificamente com o estresse crônico e a tensão emocional gerados no trabalho, uma das formas de você reconhecer o Burnout é perceber como o seu corpo reage e como se sente ao chegar ao local de trabalho. Sua respiração fica ofegante e você sente extremo desânimo para cumprir as tarefas? Sinal amarelo, dê atenção para isso!
Pessoas que tendem a ser muito exigentes consigo mesmo e autocríticas são normalmente mais propensas ao Burnout, especialmente quando priorizam o trabalho em detrimento de uma rotina de autocuidado.
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Aliás, conseguir negociar e estabelecer limites saudáveis é essencial para manter a saúde mental em dia. Se você não consegue fazer essa gestão sozinho, procure a ajuda profissional de um terapeuta, para identificar os gatilhos que o levam a trabalhar em excesso e desenvolver estratégias para conseguir lidar melhor com a questão.
Como as empresas podem combater o Burnout?
As empresas têm um papel essencial no processo e precisam iniciar um trabalho de cuidado e prevenção antes que índices alarmantes da Síndrome se estabeleçam nas equipes.
O primeiro passo é o diagnóstico da situação atual, que pode ser feito com a ajuda de um parceiro especialista no tema. Organizar palestras, rodas de conversa e sensibilizar líderes e colaboradores sobre a importância da saúde mental na organização faz parte da estratégia de prevenção.
A empresa deve ainda proporcionar ambientes psicologicamente seguros, onde as pessoas possam falar sobre seus níveis de estresse e bem-estar emocional sem se sentirem julgadas ou prejudicadas por isso. A cultura da empresa e a liderança são fundamentais nesse processo de mudança. Aqui vale a máxima walk the talk, ou seja, “andar” com suas palavras, o que quer dizer que a empresa deve agir da forma que diz fazer. Não adianta dizer que promove a saúde mental das equipes se a liderança exige horas extras de trabalho, por exemplo.
Cuidando da sua saúde mental
Momentos de lazer e descanso, convívio social, prática de hobbies e atividades físicas são alguns dos cuidados que permitem manter uma saúde mental equilibrada. Encontre algo que goste de fazer, passe momentos com seu pet, pratique meditação ou ioga. O importante é ter momentos de desconexão do trabalho. Lembre-se: nada é mais importante do que sua saúde mental e física.