Só compartil#amos aquilo que temos.
A moda agora é praticamente inserir o tal hastag (#) para tudo quanto é assunto, mesmo que não seja importante. Essa prática, para quem não conhece, visa sinalizar em formas de link “encontráveis” as principais palavras-chaves de determinado assunto.
Bom, até aí tudo bem! Mas existem pessoas que realmente não conseguem entender o real significado da palavra “compartilhar”. E também não farei pregação tradicionalista, moralista ou religiosa para definir este termo. Loge de mim, apesar de conhecer todos eles.
Para entender melhor o meu objetivo neste post, vou contar uma pequena história, que certamente já aconteceu com você:
“Imagine num dia qualquer de fim de mês em casa, assistindo à TV, quando ouve fortes e firmes palmas ao portão. Sozinho, você se levanta e vai atender ao insistente chamado, deparando-se por um homem, de boa aparência, aproximadamente 30 anos, portando crachá de uma instituição filantrópica (real e de credibilidade) e pedindo a sua colaboração em mantimento qualquer, afim de minizar o sofrimento dos pobres que passagem necessidade. Sensibilizado, você pede um instante, vai até a dispensa de sua cozinha e visualiza, separandos em montes distintos: 3 pacotes de 1 kg de açúcar e apenas 1 kg de arroz. Qual produto você escolhe para contribuir? A resposta lógica é o açúcar, justamente porque é aquilo que você ainda tem mais.”
Pronto! Basta esta pequena parábola para formular a minha pergunta às questões dos 2 primeiros parágrafos: “E por que é que você cisma de querer compartilhar amor, numa balada, por exemplo, quando está carente, querendo alguém para chamar de seu?”. Mais uma: “E por que é que você posta desabafos sem destinatários nas redes sociais, esperando sempre palavras de conforto ou curiosos de plantão que querem saber o que aconteceu?”. Então… lamento dizer, mas você estava tentando compartilhar aquilo que não tinha: autoestima!
Muitos poderiam colocar mais sentimento, substituindo esta palavra técnica por amor, compreensão, compaixão, etc. Mas, como prometi não levar para este lado romântico, vou ficar com a “autoestima” e explorar a sua abordagem.
O psicólogo americano Abraham Maslow foi muito feliz em construir a “Pirâmide das Necessidades Humanas”, demonstrando a evolução natural para a nossa busca pela autorrealização (grafia esquisita, mas na nova ortografia é assim mesmo).
Para ilustrar, insiro o desejo desta pirâmide ao texto para compreenderem melhor onde quero chegar. As etapas basais dos pilares “Fisiologia”, “Segurança” e “Social” formam as condições mínimas para o cotidiano de uma pessoa vivente no ocidente do planeta, considerada normal.
No entanto, não mesmo importante, considero a etapa “Autoestima” como a mais valiosa delas. Ouso, inclusive a dizer que esta, permeia todas as demais, até mesmo a Fisiológica, pois posso me entregar totalmente, nem mesmo querendo me alimentar.
Bom, perceberam que o foco do “COMPARTILHAR” é a “Autoestima”, pois ela é o termômetro que permite quantificar o meu humor, as minhas vontades, desejos e o quanto algo é importante (ou não) para a minha vida. O foco na autoestima é a chave para você não decair nas etapas desta pirâmide e alcançar o topo, chamado por Maslow de “Autorrealização”, que é um pico temporário – o que determinará a sua duração será a sua escolha: rápido se por bens materiais e mais demorado se por conquistas pessoais.
A autoestima permite que você conquiste mais sorrisos, valorize os seus pontos fortes sem esquecer o desenvolvimento dos pontos fracos e trilhar um planejamento elaborado para se autorrealizar. Logo, só posso amar, se eu tiver amor, só posso doar aquilo que me sobra. Assim, Jesus já preconizava que “a boca fala do que está cheio o coração”. A autoestima permite que você crie uma blindagem aos maus olhares, inveja e tudo o que quiser nominar como prejudicial, pois o que vive dentro de você é mais forte do que o desejo das outras pessoas.
E prepare-se: ao chegar na autorrealização (uma viagem com a família, a compra de um novo carro, a conclusão de sua Faculdade, a compra da casa própria ou um passeio com o cachorro), você irá compartilhar isso no hastag da Internet ou com os frustrados de plantão que “tentarão” emanar energia negativa, pois não conseguem (e também não buscam) entender como funciona a maravilha da vida. Segunda parte: tenha sempre em mente que ao conquistar a sua autorrealização, planeje logo a próxima, e a próxima, e a próxima. Este é um estágio que dura pouco, mas a autoestima que reside logo abaixo deverá ser o amparo e a cama elástica de motivações para que você continue brilhando, sem ofuscar a ninguém.
Para entender melhor esta viagem austral, sugiro a leitura de meu livro: Amálgama Divina, que você encontra no site: www.adilsonmartins.com.br