Saúde 4.0

Saúde 4.0

“Mesmo que não divulguemos, todos temos uma biografia particular onde a Saúde contempla um capítulo inteiro de experiências. Nossas lembranças, as dores, as circunstâncias pelas quais fomos premidos, os acidentes, as emergências, as doenças comuns, as graves, as crônicas, os procedimentos terapêuticos, as medicações, as curas, as sequelas, os médicos, os hospitais, as perdas, etc. Somos um compêndio de fatos e contingências que gravitam em torno de nossa Saúde e bem-estar. Ninguém se não nós mesmos é a principal testemunha da miséria sanitária que nos escoltou ao longo da vida. Nossa memória é cúmplice em cada uma das cicatrizes de nosso corpo”.


Um dos mais importantes determinantes na avaliação dos Sistemas de Saúde é o grau de adoção das tecnologias digitais em seu conjunto de ações de prevenção e promoção da Saúde. Em artigo publicado, a Dra. Melanie Walker, especialista em neurocirurgia endovascular e professora da University of Washington School of Medicine, perguntou: “Quem precisa de um hospital quando você pode prevenir ou se tratar no conforto da sua casa?”Seu artigo (Healthcare in 2030: goodbye hospital, hello home-spital”) é uma provocação baseada em dados reais e projeções claras, já que ela é também sênior adviser do Banco Mundial e Chair do World Economic Forum.


A quarta revolução industrial poderá garantir com que a humanidade tenha uma vida mais longa e saudável. Algumas práticas hospitalares podem até desaparecer e a necessidade frenética de hospitalização deve sucumbir. Não acredito que estamos longe desta realidade e provavelmente a próxima década será de intensas transformações. 


Walker, que também é professora da Johns Hopkins School of Medicine, vai ainda mais longe, projetando uma torrente tecnológica capaz de transformar hospitais em espaços dedicados ao diagnóstico e aos tratamentos imediatos ou muito críticos.


A inovação tecnológica na saúde está avançando a passos largos e a pandemia evidenciou o quanto podemos ser eficientes e capazes de abreviar a solução de problemas que antes se arrastariam por anos até que se obtivessem uma solução. 


Em breve, dispositivos de monitoramento serão utilizados no corpo retroalimentando derma-sensores e sensores neurais que estarão conectados ao cérebro e que reportarão micro amostragens precisas e em tempo real. 


Os médicos bem como todos os profissionais de saúde precisarão se adaptar a nova realidade que se aproxima. A necessidade de aprimoramento é recorrente e estes profissionais já estão “voltando” aos laboratórios para treinamentos e domínios de novas técnicas que envolvam o uso de tecnologias mais refinadas e avançadas.


Por fim, quero salientar uma questão que acredito ser de bastante relevância. O Brasil tem um dos sistemas de saúde pública mais democráticos do Mundo, que oferece tratamentos dos mais simples aos mais complexos com profissionais altamente qualificados. Nosso sistema se assemelha muito ao do Reino Unido com o NHS ( National Health Service ) e, tal como eles, também temos inúmeros problemas. 


Podemos tornar nosso sistema de saúde muito mais eficiente e obviamente precisamos agir o quanto antes.

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