Saúde baseada em valor (VBHC), uma maneira de alcançar a sustentabilidade do sistema de saúde - Parte 1
Quando pensamos em sustentabilidade do sistema de saúde, logo, nos deparamos com um problema de extrema urgência e de abrangência mundial.
Infelizmente, muitos de nós, tem a tendência de associar que quanto maior o gasto em saúde, melhores são/serão os indicadores de qualidade assistencial. Porém, maiores gastos nem sempre significa ter melhor qualidade.
Aponta-se atualmente, que enquanto os modelos de pagamentos adotados para com os hospitais, e estruturas de saúde, forem com base na atividade, e não nos desfechos propostos/alcançados pelos pacientes, continuaremos nessa situação complexa.
Uma maneira de tentar equilibrar a situação, onde os custos e qualidade ainda não andam juntos, é a aplicação prática da teoria de saúde baseado em valor. Segundo Porter & Teisberg (Redefining Healthcare), valor é definido pela equação V (valor) = Q (qualidade) / C (custo).
V = Q/C
No entanto, VALOR é percebido de forma distinta, quando analisados por diferente sujeitos (usuários, prestadores, pagadores, reguladores e etc.).
De acordo, com diversas reportagens/publicações, existem cinco grandes desafios para o mercado de saúde, que são:
I. Excesso de cuidados desnecessários (diagnósticos, especialistas, medicamentos...)
II. Danos evitáveis ao paciente
III. Dinheiro desperdiçado (Segundo a OMS, cerca de 30% dos gastos em saúde, são indevidos/desnecessários)
IV. Incentivos “perversos” – pagamento pelo volume, seja paciente ou procedimentos
V. Falta de transparência (Ex. não se tem acesso aos desfechos alcançados, ao que se é pago)
Um artigo publicado (Sara Schillie, 2007), apontou que o Institute Of Medicine (IOM), em uma pesquisa, constatou que entre 44 mil e 98 mil pacientes vieram a óbito por erros médicos. Tais erros, estima-se ter sido responsável por um gasto entre 17 e 29 milhões de dólares ao sistema de saúde norte americano. Já com esse estudo, foi possível observar seis itens, importantes para a melhoria da qualidade em saúde:
I. Segurança e conhecimento da atividade exercida
II. Com base em dados científicos, adoção de melhores práticas
III. Respeito a decisão e individualidade do paciente
IV. Atenção a remuneração devido ao profissional que presta o serviço
V. Melhoria da eficiência
VI. Redução do tempo de espera do paciente para as atividades que serão exercidas, qualidade do atendimento, e sempre respeitando a individualidade e escolha do paciente.
Com esses apontamentos, e muito mais que temos observado na saúde, foi possível enxergar algumas das necessidades, que são necessárias para se chegar a uma solução mais eficaz, para o problema de sustentabilidade do sistema de saúde. Sendo assim, Porter no ano de 1990, introduziu ao mercado/mundo a teoria da cadeia de valor. Após algum tempo, desta introdução de cadeia de valor, Porter & Tiesberg em 2006, propõe a saúde baseada em valor (VBHC – Inglês). Essa teoria, apresenta duas grandes e importantes preocupações que seriam, ter custo mais acessíveis e melhores desfechos, ou seja, qualidade ao paciente. Onde uma única equação numérica, poderia permitir o resultado de valor, onde o custo é divido pela qualidade da entrega ao paciente.
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3 aMuito obrigada Rô! Exatamente, esse tem que ser, e é nossa motivação e propósito para com o paciente, para o sistema de saúde, e para o nosso negócio!
Private Market Access Manager At Pfizer | Compliance Champion | MBA Innovation, Leadership and Management
3 aExcelente artigo minha amiga!!! A busca não somente do melhor modelo de negócio, mas do melhor desfecho pro paciente dentro do modelo de negócio, é o que nos motiva a buscar estratégias para entrega de valor com propósito !