Saúde e Bem-estar nas Empresas

Saúde e Bem-estar nas Empresas

Os dados sobre Saúde Mental no mundo e no Brasil são alarmantes. Hoje a depressão é a principal causa de afastamento segundo a Organização Mundial da Saúde. Pesquisas alertam que em torno de 25% da população global até 2022 terá desordens mentais e neurológicas em algum momento de sua vida. Assim sendo, deveremos ter 450 milhões de pessoas convivendo com os transtornos até lá.

Muito tem sido debatido sobre ambientes de trabalho tóxicos e quadros crescentes de burnout, o que tem feito com que cada vez mais empresas busquem atuar de forma preventiva. Claramente houve uma aceleração no ritmo do trabalho com a intensificação da tecnologia e fortes mudanças de comportamento. No Brasil os quadros de Burnout custam para os empregadores cerca de US$ 80 bilhões ao ano. E através de esclarecimentos à população, muitas pessoas estão conseguindo identificar mais rapidamente. A Geração dos Millennials, entretanto, é a que, por incrível que pareça, apresenta maior interesse no autocuidado, e, por isso, contribuirá para transformar a forma como empregadores, universidades e governos irão solucionar o tratamento de forma efetiva.

Recentemente, a Organização Mundial de Saúde atualizou a definição de “burnout” classificando-a como síndrome associada ao estresse crônico não gerenciado de maneira bem sucedida no local de trabalho. Em 2022 estará presente oficialmente na 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID). As causas mais comuns para se chegar neste ponto são:

1 - Não satisfação de: necessidades básicas de segurança ou saúde, senso de pertencer ou senso de importância;

2 - Não satisfação de: necessidades de desenvolvimento que envolvam aprendizagem e autonomia, transparência e relações de confiança, relações colaborativas, visão de legado.

3 - Ambiente tóxico: excesso de controles, foco no curto prazo, competição interna exacerbada, busca por culpados, burocracia, feudos.


Duas questões me preocupam bastante a respeito de queixas que recebo diariamente de empresas e clientes:

-  2/3 das pessoas nunca procura ajuda devido às seguintes barreiras: estigmatização, falta de tempo, custo e disponibilidade de acesso.

- 20% de jovens no Brasil já estão deprimidos mas apenas 30% dos pais estão percebendo os sinais e sintomas. Um filho doente é uma família carente de informação e apoio. E se estamos assistindo sofrimentos devido a baixa consciência dentro de casa, com quem mais convivemos, como fica o engajamento e criatividade destes pais em seus postos de trabalho?


A área da saúde movimenta anualmente cerca de US$ 9 trilhões e o Brasil é o 7º país com maior gasto no mundo. Tempos difíceis virão à frente, decorrentes de uma população crescente e envelhecida e de uma onda de doenças crônicas. Tenho lido, ouvido e presenciado queixas sobre: desencanto, solidão, aceleração, melancolia, falta de memória, falta de concentração. Apesar de tanto progresso científico e descobertas com tratamentos e medicamentos, continuamos com aumento de desordens mentais e neurológicas bem como de uma complexidade nos diagnósticos.

As organizações precisam estar orientadas para oferecerem programas preventivos permanentes a seus colaboradores, de forma a fortalecer visão e práticas sobre bem-estar e hábitos saudáveis. Cada pessoa impactada é capaz de influenciar positivamente sua família (cônjuges, filhos, pais, etc).

A adoção de agendas de conversas, palestras e práticas rotineiras para cuidar da saúde da mente, com acompanhamento de um profissional externo, é essencial nesta era de alta velocidade e volatilidade de mudanças ambientais e tecnológicas. Programas de Mindfulness e Autogestão Emocional são extremante eficazes dentro de empresas por serem um novo canal de promoção do bem-estar totalmente embasado em pesquisa científica.

Uma pesquisa da consultoria de benefícios Mercer Marsh mostrou que projetos de saúde mental no Brasil são prioridade para serem implantadas em 2020 em 30% das organizações. O conjunto de ações que o RH tem realizado para evitar casos de Burnout são: conscientização de líderes, busca de apoio de especialistas (autoconhecimento, conversas e novos hábitos), estabelecer canais de comunicação (segurança da denúncia), ampliar benefícios (programas de psicoterapia e atividades físicas).

Iniciamos 2020 com questões dramáticas acerca da epidemia do novo coronavírus (Covid-19). O vírus já matou mais de 2 mil pessoas só na China. E esta semana surge segundo a OMS uma teoria de conspiração de que o vírus poderia ser uma arma biológica construída em laboratórios na China. Muitas revelações e revoluções estão por vir ainda este ano, o que me leva a reforçar o quanto precisamos alavancar a vontade de combater o mal, a mentira, a injustiça, a covardia, a omissão diante dos valores humanitários que são tão necessários à sobrevivência pacífica em nosso planeta.

A transformação da era 4.0 nos demanda maior estado de atenção conosco, com as pessoas ao nosso redor (trabalho e casa) e com o meio ambiente. As novas competências serão desenvolvidas naturalmente com nossa presença no mundo digital, e as habilidades socioemocionais serão evidenciadas quanto maior a prática de desenvolvimento pessoal e de inteligência emocional nos relacionamentos. Entretanto, a a identidade e busca por sentido interior de cada um de nós faz com que algumas perguntas necessitem ser praticadas diariamente:

O que você quer realizar nesta vida?

Como você pode contribuir para a realização das pessoas no mundo?

Fontes - Deloitte Center for Health Solutions, Global Wellness Institute, Willis Towers Watson

Camila Marcopito

Business Development Specialist | BU SFPF Bills

4 a

Adorei seu artigo Ro, fez muito sentido para mim e me fez refletir muito... Parabéns...

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