Saúde (mental), ausência de doença?
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Saúde Mental, a Organização Mundial de Saúde define-a como "o estado de bem-estar no qual o indivíduo tem consciência das suas capacidades, pode lidar com o stress habitual do dia-a-dia, trabalhar de forma produtiva e frutífera, e é capaz de contribuir para a comunidade em que se insere". O combate ao estigma é um dos objetivos de todos os profissionais da área, e principalmente das pessoas que todos os dias sentem na pele esta, permitindo a compreensão de que as doenças do foro mental e problemas psicológicos são transversais a todas as culturas, géneros, idades e barreiras.
Esta designação ainda hoje assusta muitos dos que sofrem de doenças mentais e/ou têm problemas psicológicos pela facilidade que há em rotular e discriminar, aumentando a desvalorização dos seus efeitos como "algo que passa". No entanto, as perturbações mentais têm um impacto significativo na vida das pessoas, comprometendo a sua vida a vários níveis - psicológico, social, biológico, causando sofrimento, inadequação, "anormalidade".
A preocupação pela saúde física é mais impactante a nível da procura de ajuda, salientando que a ideia falsa de que saúde é apenas ausência de doença e desvalorizando o bem-estar psicológico e por consequência não obtendo resposta para o sofrimento psicológico. É por isso tão urgente ajudar a divulgar que a saúde mental é tão importante como a condição física, aumentando a consciência de todos que há ajuda e apoios para as pessoas que têm doença mental assim como para todas as pessoas que por algum motivo não se sintam bem consigo - cuidar de si no seu todo.
Em Portugal, mais de um quinto sofre de uma perturbação psiquiátrica (22,9%), segundo a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, sendo as mais prevalentes a Depressão e Ansiedade. Estes números são bastante alarmantes e as políticas de saúde não são capazes dar a melhor resposta, surgindo um aumento exponencial de prescrição de psicofármacos sem outro tipo de terapia como o acompanhamento psicológico e psicoterapia, mesmo estando comprovado a nível mundial que o método mais eficaz no tratamento destas doenças é a sua combinação - medicação e terapia.
Não só a parte remediativa é fundamental, sendo a prevenção e promoção de melhores hábitos grandes aliados no alívio ao sofrimento psicológico como a prática de exercício físico, o contacto com a natureza, passear, ler livros, escrever, ouvir música e manter uma vida social activa e reunir com as pessoas que são o suporte social.
Não esquecendo que não é mais um "big deal" procurar ajuda psicológica seja para intervir em situações de trauma, doença mental grave, sofrimento psicológico, seja para colmatar adversidades, dúvidas e/ou potenciar o Eu. Todos juntos esperemos criar pontes para abandonar preconceitos em passo da libertação de dogmas quanto à realidade de cada um e possibilitando a descrença de que viver é somente existir.