Saúde mental e felicidade no trabalho
Dia 20 de março é comemorado o Dia Internacional da Felicidade, no último Relatório Anual publicado pela ONU (União das Nações Unidas) que classifica as nações mais felizes do mundo com base em seis quesitos: generosidade, nível de corrupção, PIB per capita, expectativa de vida saudável, liberdade de escolhas e apoio social, o Brasil ocupa a 22ª posição no ranking que é liderado pela Noruega seguida por Dinamarca na vice-liderança, a Islândia completa o pódio, como brasileiro confesso que esperava um melhor posicionamento mas entendo que considerando os fatores avaliados nossa colocação até que não é ruim.
Como a maioria de nós passa um tempo considerável no ambiente corporativo, penso que vale a pena observar o nível de felicidade, ou melhor, de infelicidade das pessoas no trabalho. Algumas organizações importantes como a ONU e OMS (Organização Mundial da Saúde) falaram sobre o tema através de dados relativos a distúrbios mentais relacionados ao trabalho. A depressão, mudanças comportamentais relacionadas ao uso de drogas e deficiências intelectuais são os distúrbios que afligem os trabalhadores com maior frequência.
Grande parte dos causadores de quadros depressivos estão ligados ao estresse, os mais citados nas pesquisas são: medo de perder o emprego, assédio moral e insegurança profissional, os dados a seguir demonstram que o tema é sério e merece atenção das organizações:
· 199 mil afastamentos devido a quadros depressivos no Brasil em 2016.
· O Brasil é o 5º país do mundo em casos de depressão no trabalho e o 1º em ansiedade segundo a OMS.
· Somos o 2º país do mundo em perdas financeiras devidas à depressão no trabalho, cerca de R$ 200 bi por ano.
· Apenas 24% dos gerentes e líderes afirmam ter recebido algum tipo de treinamento sobre saúde mental;
Um outro dado interessante apontado nas pesquisas sobre saúde mental nas empresas é que apenas 24% dos gerentes e líderes afirmam ter recebido algum tipo de treinamento sobre o tema, apesar de um percentual relativamente pequeno, muito me surpreende que algum gerente tenha sido treinado em como agir com seus subordinados de modo a evitar tornar-se um fator de estresse, de modo geral o que ocorre é que os gestores são cobrados por produtividade, redução de custos, aumento de margens entre outros tópicos e nestes, recebem treinamento com certa frequência, porém, se levarmos em conta os custos gerados por um afastamento, penso que devemos pensar em preparar os líderes também para lidar com mais este fator.
Como não vejo a pressão por resultados diminuir nas empresas, acredito que devemos agir na prevenção dos agentes causadores para que os colaboradores estejam em condições de desempenhar suas funções com a tranquilidade necessária, para isso, algumas corporações têm investido em ações de recreação nos escritórios e fábricas, entre as mais populares estão a disponibilização de jogos, salas de TV, massagens e até espaço beleza. Pessoalmente acredito que o tratamento respeitoso, a boa educação, a ética e uma boa dose de bom senso terão o mesmo ou maior efeito contra os distúrbios mentais no meio corporativo.
Referências:
http://worldhappiness.report/ed/2017/
http://www.who.int/mental_health/management/depression/en/
http://www.previdencia.gov.br/wp-content/uploads/2017/05/aeat15.pdf