Saúde mental em primeiro lugar

Mulher negra, atleta e americana, quanta responsabilidade carrega a ilustre ginasta Simone Biles. Especialista em ginástica artística, ela é a maior da história de seu país, com pódios de 25 medalhas em campeonatos mundiais, sendo ela o recorde em sua modalidade. E em sua primeira Olimpíada, a Rio 2016, Biles fez história subindo ao pódio cinco vezes, com quatro medalhas de ouro (equipes, salto, solo e individual geral) e uma de bronze (trave olímpica).

Seria esse o mundo perfeito? Em que se é campeã, a melhor, o destaque, o exemplo no que se faz. Entretanto, até que ponto isso pode ser saudável? Para se alcançar esses patamares, o que foi sacrificado? Por muitas vezes, nos preocupamos apenas com os resultados, quem ganha e quem perde, assim esquecendo da pressão, cobrança e sacrifícios diários vivenciado todos os dias por esses atletas, principalmente quando se é considerado o melhor. O que não podemos esquecer é que todos somos seres humanos e não máquinas, e estamos sujeitos a erros e acertos, todos os atletas devem estar preparados para vitórias e derrotas, e para isso é importante acompanhamento psicológico, desde o inicio de carreira.

Simone Biles foi corajosa, mostrando ser uma verdadeira campeã ao desistir, no meio da competição, das Olimpíadas de Tokyo 2020. Mas ela abandonou a competição? Muitos devem ter se perguntado. Sim, Biles desistiu de competir, mesmo liderando o ranking e sendo a melhor ginasta da atualidade, mas para ela de nada adianta ter o corpo são, se a mente não está sã. Somos um conjunto e precisamos também ter saúde mental, esta sim é a medalha mais importante.

É primordial entendermos o quanto fazer terapia, nos torna sujeitos mais saudáveis. Cuidar do mental deveria ser igual a escovar os dentes, um cuidado diário. Nunca a citação de origem do Latim "uma mente sã num corpo são", do poeta romano Juvenal, se encaixou tão bem. Desistir não é sinônimo de fracasso, mas sim, de coragem, de entender seus limites e se respeitar acima de tudo.