Saúde Mental & Trabalho: burnout como identificar e intervir
A Síndrome de burnout, ou simplesmente burnout, segundo Maslach, Schaufeli, & Leiter, (2001) “é um fenômeno psicossocial que emerge como resposta à exposição crônica a estressores presentes nas situações de trabalho.” (Apud ALBUQUERQUE, STICCA, 2019, p.91)
É uma doença que foi identificada na década de 70 pelo psicanalista Freudenberger. De 1970 aos dias atuais, houve avanços nos estudos sobre a síndrome, sintomas provocados pela doença e, principalmente, em possíveis estratégias de intervenção.
As pressões competitivas do mercado, a instabilidade no emprego, a precarização do trabalho, sobrecarga, aspectos repetitivos das tarefas, ausência de autonomia e a necessidade de aprimoramento contínuo diante do ritmo acelerado de mudanças são alguns exemplos dos fatores que afetam a saúde e a qualidade de vida do trabalhador.
O burnout pode ser compreendido através de três dimensões:
A exaustão emocional pode ser compreendida pelo declínio da motivação para o trabalho, sentimento de desgaste, declínio de energia, perda do idealismo e fadiga.
A ineficácia ou baixa realização profissional é compreendida como a baixa autoeficácia relacionada ao desempenho no trabalho e a constantes avaliações negativas sobre si e sobre o emprego. Neste fator, a ausência de perspectiva quanto à carreira, frustração e declínio da autoestima são algumas das situações compreendidas nesta
O cinismo ou despersonalização/desumanização abrange o desencadeamento de comportamentos de hostilidade e/ou indiferença em relação às pessoas presentes no ambiente de trabalho.
Diante das dimensões mencionadas anteriormente fica evidente a gravidade da doença.
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Contudo, existem intervenções que podem ser realizadas em dois níveis: individual e organizacional, algumas previnem e outras tratam o adoecimento. Algumas intervenções individuais podem ser: psicoterapia, treinamento cognitivo-comportamental, treinamento de habilidades adaptativas, suporte social, exercícios de relaxamento, mindfulness, desenvolvimento de estratégias de coping, dentre outros. Algumas intervenções organizacionais abarcam processos de reconhecimento, reavaliação do cargo, reestruturação dos processos de trabalho, dentre outros.
Caso tenha desenvolvido burnout procure um profissional da saúde, psicólogo(a) ou psiquiatra e siga o tratamento.
Agora, conte-me, a empresa em que você trabalha desenvolve ou já desenvolveu ações voltadas para saúde do trabalhador?
Você realiza ações de autocuidado e bem-estar?
Para saber mais:
CARVALHO, Anelisa Vaz de. Terapia Cognitivo-Comportamental na síndrome de burnout: contextualização e intervenções. Novo Hamburgo: Sinopsys, 2019. 416 p.
STICCA, Marina Greghi; ALBUQUERQUE, Izabela Lamante Scotton de. Síndrome de burnout na perspectiva da psicologia organizacional e do trabalho. Terapia Cognitivo-Comportamental na Síndrome de Burnout: contextualização e intervenções., Novo Hamburgo, v. 1, n. 1, p. 87-120, 01 jan. 2019.
Analista de Recursos Humanos | HRBP | Psicóloga
2 aMuito bom, Esdras 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Psicóloga | Atração e Seleção | Desenvolvimento Humano | Consultoria Interna
2 aSuper necessário esse assunto. E você retratou muito bem em suas palavras, Esdras. 👏🏻